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Seria mesmo “impossível” que Jesus tenha sido executado em uma estaca reta sem vigas transversais?

 Fonte da ilustração:
https://www.jw.org/pt/publicacoes/livros/biblia-ensina/o-resgate-jesus-sacrificio/


Matéria extraída do blog “Tradução do Novo Mundo Defendida!”, postada por Queruvim.


Alguns têm argumentado que Jesus não poderia ter sido executado em uma estaca reta sem vigas transversais.
     
A contestação de alguns se baseia num artigo da REVISÃO BÍBLICA de Abril de 1989, debaixo de dois subtítulos: a Vítima “Morre por Sufocamento”, e Cravos nas Mãos “Segurariam o Peso do Corpo?”.

Comentando essa pesquisa, certos críticos concluem:

O autor desacredita a teoria prévia da crucificação como formulada por A. A. LeBec em 1925 e cuja publicidade foi difundida pelo Dr. Pierre Barbet em 1953, que (1) Jesus morreu por sufocamento devido a ser incapaz de se levantar para respirar, e (2) os cravos em suas mãos estavam de fato nos pulsos (assumindo que as palmas das mãos não poderiam segurar o peso do corpo). Agora parece que a evidência não apoia a teoria de Barbet.
     
Os críticos prosseguem:

(1) Jesus não morreu por sufocamento, mas por choque e trauma. Adicionalmente, um homem empalado com braços estirados diretamente em cima de sua cabeça (como a Torre de Vigia descreve) sufocaria em minutos, considerando que um homem com mãos estendidas de lado a um ângulo de 60-70 graus (como em uma cruz) poderia viver por horas sem sufocar.

(2) Há dois locais na PALMA de cada MÃO que permitem que um prego penetre e segure o peso do corpo inteiro até cem libras, tornando a “teoria do pulso” desnecessária para explicar como os braços de Cristo foram presos à cruz. Anos atrás, LeBec e Barbet tinham concluído que uma pessoa pendurada com os braços para cima sufocaria em questão de minutos, devido à inabilidade dos pulmões de se expandir e contrair em tal posição. Adicionalmente, o radiologista austríaco, Hermann Moedder, fez experiências com estudantes médicos nos anos 40, pendurado-os pelos pulsos com as mãos diretamente sobre suas cabeças (parecido com os quadros da Torre de Vigia com Jesus em uma estaca). Em alguns minutos, os estudantes ficaram pálidos, a capacidade pulmonar deles caiu de 5.2 a 1.5 litros, a pressão sanguínea diminuiu e a taxa de pulso aumentou. Moedder concluiu que a inabilidade para respirar aconteceria em aproximadamente seis minutos se não lhes permitissem ficar de pé e descansar.

O mesmo se aplicaria a Cristo: se ele estivesse suspenso em uma estaca como a Torre de Vigia descreve, pendurado com as mãos suspensas diretamente para cima, teria sufocado em questão de minutos.

Porém, Zugibe descobriu que, se os estudantes fossem pendurados através das mãos estendidas para o lado a 60-70 graus, eles não teriam nenhuma dificuldade de respiração por horas a fio. Uma vez que Lucas 23:44 e Mateus 27:45, 46 mostram que Cristo esteve na cruz durante aproximadamente três horas, a evidência aponta novamente para morte em uma cruz tradicional.

Nesta consideração, observaremos que a declaração  “um homem empalado com braços estirados diretamente em cima de sua cabeça (como a Torre de Vigia descreve) sufocaria em minutos” é enganosa!

A pesquisa não focava na maneira em que a “Torre de Vigia descreve”, visto que, como poderá ver nesta matéria logo abaixo, uma representação semelhante às produzidas pelas Testemunhas de Jeová inclui um apoio para os pés de Cristo, algo que está ausente na teoria proposta e defendida por Zugibe. Antes de chegarmos nesse ponto, vamos fazer algumas considerações adicionais.

Gunnar Samuellson, pastor evangélico, teólogo e erudito da Universidade de Gothenburg, escreveu uma tese de 400 páginas depois de nove anos de pesquisa, sendo que três anos e meio de sua pesquisa na Universidade foram voltados especificamente para o assunto do instrumento da execução de Cristo, na qual verificou (lendo 12 horas por dia, seis dias por semana e usando metodologia acadêmica) que a literatura em grego antigo – o grego koiné –, bem como a literatura hebraica e em latim, não apresentam a cruz moderna como símbolo comum de suplício, nem mesmo nos dias da Roma antiga. (Para uma consideração a respeito desse erudito, clique aqui.)

Quando perguntado sobre o resultado de sua pesquisa, esse erudito ponderou:

Devemos  ler  o  texto  como  ele  é,  não  como  nós pensamos que é.  Devemos  ler  nas  linhas,  e  não entre  as  linhas.  O  texto   da   Bíblia   é  suficiente. Não  precisamos    acrescentar  nada.

Será que o teólogo e erudito Gunnar Sammuelsson é Testemunha de Jeová?

“Se você busca por textos antigos que mencionam especificamente o ato da crucificação [tal como a entendemos hoje]”, diz Gunnar Samuellson, “você vai acabar com exemplos de apenas dois ou três”. Segundo Gunnar Samuellson, a palavra staurós é usada na literatura antiga ao mencionar o que humanos faziam ao colocar frutas ou carcaças de animais pendurados em uma “staurós” para secarem. Seria tolice imaginarmos que eram “cruzes”. Antes, eram obviamente “estacas”.

Fica claro que uma pesquisa objetiva baseada na Palavra de Deus e na literatura greco-romana focada quanto ao uso das palavras nos idiomas originais da Bíblia não revela a cruz moderna como sendo o instrumento de execução no qual nosso Salvador foi pendurado. Os pesquisadores que se debruçaram no assunto durante anos e são comumente citados pelas Testemunhas de Jeová usaram método científico e pesquisa responsável e não emoção ou tradição para afirmarem isso. Nem mesmo basearam suas pesquisas em conjecturas formuladas milênios depois da morte de Cristo. As declarações acima, que expressam uma crítica infundada da visão de eruditos dedicados e das Testemunhas de Jeová, ancoram-se em meras conjecturas que questionam evidências baseadas em pesquisa objetiva e em método acadêmico.

Em 1 Coríntios 4:6, Paulo, sob inspiração, nos alerta sobre o perigo de ir ‘além daquilo que está escrito’. As Testemunhas de Jeová evitam afirmar que Cristo foi pendurado em uma cruz de duas vigas, uma vez que não há evidência alguma disso nas Escrituras Sagradas. O ônus da prova de que o “staurós” usado era um instrumento cruciforme recai sobre os críticos das Testemunhas de Jeová, como se dá no caso do autor do artigo “Com quantos paus se faz um stauros”. (Veja uma resposta ao artigo crítico do entendimento das Testemunhas de Jeová a respeito da cruz.)

O médico legista americano Frederick Zugibe, um dos mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade de Colúmbia, dissecou a morte de Jesus com a objetividade científica da medicina. Zugibe, 76 anos, juntou ciência e fé e atravessou meio século de sua vida debruçado sobre a questão da verdadeira causa mortis de Jesus. Segundo ele, Jesus morreu de parada cardiorrespiratória decorrente de hemorragia e perda de fluidos corpóreos (choque hipovolêmico), combinado com choque traumático decorrente dos castigos físicos a ele infligidos.

O começo da pesquisa de Zugibe é o Jardim das Oliveiras, quando Jesus se dá conta do sofrimento que se avizinha: condenação, açoitamento e, por fim, quando foi então pendurado no “staurós”. Relatos bíblicos revelam que, nesse momento, “o seu suor se transformou em gotas de sangue que caíram ao chão”. (Lucas 22:44) A descrição (feita pelo apóstolo Lucas, que era médico) está em harmonia, segundo Zugibe, com o fenômeno da hematidrose, raro na literatura médica, mas que pode ocorrer em indivíduos que estão sob forte estresse mental, medo e sensação de pânico. As veias das glândulas sudoríparas se comprimem e depois se rompem, e o sangue mistura-se ao suor, que é então expelido pelo corpo.

Após a condenação, Jesus é violentamente açoitado por soldados romanos por ordem de Pôncio Pilatos, o Governador da Judeia. Para descrever com precisão os ferimentos causados pelo açoite, Zugibe pesquisou os tipos de chicotes que eram usados no flagelo dos condenados. O instrumento mais terrível para o açoitamento era conhecido como o flagellum. Consistia num cabo em que se fixavam diversas cordas ou tiras de couro. Essas tiras tinham presas nelas pedaços dentados de osso ou de metal, para tornar os golpes mais dolorosos e eficazes. A conclusão, segundo alguns, é que Jesus Cristo recebeu 39 chibatadas (o previsto na chamada “Lei Mosaica”), o que equivale na prática a 117 golpes. As consequências médicas de uma surra tão violenta são hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível laceração no baço e no fígado. A vítima também sofre tremores e desmaios. “A vítima era reduzida a uma massa de carne, exaurida e destroçada, ansiando por água”, diz o legista.

Teorias médicas a respeito da causa da morte de Cristo

Causa da morte
Especialização do Autor
Referência
Ruptura Cardíaca
Médico
Stroud 1847 (Ref. 2)
Falha Cardíaca
Médico
Davis 1965 (Ref. 15)
Choque Hipovolêmico
Patologista forense
Zugibe 2005 (Ref. 12)
Síncope[1]
Cirurgião
LeBec 1925 (Ref. 16)
Acidose[2]
Medico
Wijffels 2000 (Ref. 17)
Asfixia
Cirurgião
Barbet 1963 (Ref 18)
Arritmia e asfixia
Patologista
Edwards 1986 (Ref 19)
Embolismo[3]pulmonar
Hematologista
Brenner 2005 (Ref 20)
Desistência voluntária de viver
Médico
Wilkinson 1972 (Ref 21)
Não morreu realmente
Médico
Lloyd-Davies 1991 (Ref 22)

Poderá encontrar outras teorias propostas recentemente por Truman Davis, pelo cirurgião ortopédico Keith Maxwell ou ainda pelo fisiologista Brian Church, entre outros. Quando um grande número de teorias são propostas para dar explicações em qualquer disciplina científica, isso frequentemente demonstra que não há evidência clara que possa indicar a resposta. Tanto historiadores arqueólogos e médicos participaram nas principais pesquisas, cujo objetivo era obter respostas a respeito da causa mortis de Cristo.

Bases equivocadas sobre as quais Zugibe edificou sua pesquisa

As pesquisas do médico legista Frederick Zugibe levaram a conclusões que não foram baseadas em quaisquer evidências positivas para a teoria do choque hipovolêmico (que não foi testada), mas antes na evidência negativa para a teoria da asfixia. Sem falar que parte da conclusão desse legista baseou-se numa análise que levou em conta o Sudário de Turim, considerado fraude por muitos. A datação por radiocarbono feita por três diferentes laboratórios revelam que esse sudário é na realidade uma fraude da Idade Média, datado como sendo de 1260 a 1390 E.C.

Temos que considerar também que as contestações de Zugibe contra a teoria proposta pelo cirurgião francês Pierre Barbet basearam-se em enforcamentos feitos pelo exército austro-germânico e pelos nazistas no campo de extermínio de Dachau. Nesses casos os prisioneiros eram suspensos com os braços diretamente acima da cabeça e as pernas ficavam soltas no ar. Zugibe contrasta estas suspensões com as que ele defende, onde o indivíduo pendurado tem os pés presos à cruz. Zugibe não faz uma avaliação que leva em consideração um individuo pendurado com seus braços acima de sua cabeça e com uma sustentação abaixo de seus pés.

O radiologista austríaco Ulrich Moedder também contesta o raciocínio de Barbet afirmando que esses voluntários não suportariam mais de seis minutos naquela posição sem descansar. Mas este é o ponto: Sem descansar! Alguém por acaso apresentou alguma evidência de que abaixo dos pés de Cristo não havia nenhuma sustentação? As Testemunhas de Jeová jamais propuseram isso, mas o contrário, como pode ver na figura abaixo.


FONTE: Livro "Aprenda do Grande Instrutor" (ed. 2010, p.188), publicado pelas Testemunhas de Jeová.

Temos que ressaltar que a pesquisa de Zugibe não foi uma refutação à “Torre de Vigia”, e evidentemente descartou a possibilidade mais evidente, conforme apresentada nas Escrituras Sagradas, a saber, que Jesus foi pendurado em um madeiro ou poste, e não em um objeto cruciforme. Baseou sua pesquisa a partir de tal pressuposto, não em sintonia, mas em discordância com o que a Bíblia realmente diz.

Das mais de 10 teorias proposta para a causa da morte de Jesus Cristo, realizadas por pessoas muito experientes em campos tais como patologia forense, medicina ou cirurgia, embora aparentemente plausíveis, revelam, porém, depois de um exame mais detalhado, que estas não podem ser sustentadas devido à ausência de informação nos poucos dados disponíveis.

E mesmo depois de consultas referentes ao período romano feitas na British Library, juntamente com a única descoberta arqueológica com um suposto modelo de crucificação (Giv’at ha-Mivtar), estudados durante uma visita a Jerusalém, temos um meandro de conjecturas que dispensam qualquer afirmação dogmática a respeito da real causa mortis. Em Israel, até mesmo um osteoarqueólogo foi consultado no caso dos restos mortais achados em 1968 do calcanhar de Yehohanan ben Hagakol.

As propostas de uma resposta a respeito da causa mortis de Jesus a partir de uma visão arqueológica são limitadas demais para se chegar a uma opinião inquestionável – o que desbanca o dogmatismo de muitos críticos contra as Testemunhas de Jeová. Preferimos ficar com a afirmação simples de que Cristo morreu em uma estaca, pois é isso o que a Bíblia diz de modo inquestionável em sua simplicidade. Até porque vários fatores envolvidos na causa de sua morte não são claramente detalhados nem pela Bíblia, nem pela história ou sequer pela arqueologia.


Notas:
[1] Medicina: Perda repentina da consciência com suspensão aparente das funções vitais de respiração e circulação. – Michaelis.
[2] Med Estado de alcalinidade diminuída do sangue e dos tecidos, caracterizado por hálito doce e doentio, dor de cabeça, náusea, vômitos e distúrbios visuais; geralmente causado por excesso de produção de ácidos. – Michaelis.
[3] Med Formação de embolias [Obliteração repentina de uma artéria ou veia por um êmbolo (partícula estranha)]; estado das artérias em consequência dessa formação. – Michaelis. 



A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pelas Testemunhas de Jeová.




Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org




Comentários

  1. Para a grande maioria das TJ's, existe o pensamento de que a Torre rejeita a doutrina de uma alma separada do corpo. E de certa forma essa doutrina é bastante contraditória, na verdade é mais contraditória do que o conceito clássico da imortalidade da alma.

    As TJ's se apegam ao conceito da alma ser o corpo físico, oque representa uma estranha ótica materialista sobre a alma (materialismo no sentido filosófico, referente à matéria. Para as TJ's materialismo é a busca por bens materiais e prazer, mas isso na verdade se chama mundanismo).

    Mas existe um outro ente que as TJ's não conceituam diretamente e que está implícito em sua doutrina. Esse ente é geralmente explicado por elas como sendo uma "memória" que fica "guardada" na "mente" de Jeová. Uma ilustração recorrente é sobre o celular e seu chip GSM. O celular representa o corpo e o chip é essa "memória" do indivíduo.

    As TJ's então enfrentam a mesma problemática que as outras religiões, eles simplesmente não conseguem definir (até hoje nenhum teólogo ou filósofo dualista conseguiu produzir uma definição. No máximo conseguem uma definição negativa, ou seja, oque não é uma alma) oque é esse ente que está separado do corpo (hipótese dualista de mente e cérebro). Nem mesmo os espíritas possuem uma definição sobre oque é o espírito, então eles recorrem ao que justamente eles negam: o materialismo. No caso dos espíritas, eles recorrem a um corpo material menos denso, chamado de perispírito, no qual o espírito (não-definido) habita e controla o corpo físico.

    No caso das TJ's, pode-se dizer que elas acreditam em um ente que sobrevive a morte física, mas que fica inerte e pode ser descartado em um tempo estabelecido. As TJ's possuem a doutrina implícita de "alma inerte", mas que não é imortal, pois será um dia "apagada" da memória de Jeová depois do Armagedom (a segunda morte?). As TJ's possuem uma doutrina sobre um ente (não-definido), que é separado do corpo e que sobrevive à morte física (mesmo que temporariamente "até o Armagedom").

    Estranhamente nenhuma TJ percebe essa doutrina, e em sua maioria, nem mesmo conseguiriam aceita-la se fosse apresentada a elas. Essa doutrina "embutida" é apenas mais um exemplo da dominação da Torre sobre seus escravos, que nem mesmo se apercebem das contradições internas de sua religião.

    Johanes

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    1. Afirmar que a doutrina bíblica sobre o que é alma – conforme exposto pelas Testemunhas de Jeová – “é mais contraditória do que o conceito clássico da imortalidade da alma” não condiz com os fatos. De fato, o conceito bíblico de que a morte é a cessação da vida está em plena harmonia com a doutrina igualmente bíblica da ressurreição – que significa ‘voltar a viver’. O conceito da imortalidade da alma é que não se harmoniza de modo algum com a esperança da ressurreição. Pois, se a alma sobrevivesse á morte do corpo, não haveria necessidade de ressurreição.
      O autor do comentário também mostra desconhecer o conceito das Testemunhas, ao afirmar que “as TJ's se apegam ao conceito da alma ser o corpo físico”. Nunca afirmamos isso! O que ensinamos, de acordo com as Escrituras, é que “a ‘alma’ é a pessoa, o animal ou a vida que a pessoa ou o animal usufrui”. – Estudo Perspicaz das Escrituras, vol. 1, p. 90.
      O comentarista também afirma que “para as TJ's materialismo é a busca por bens materiais e prazer, mas isso na verdade se chama mundanismo”. Ingenuamente, ele acha que as Testemunhas desconhecem o conceito filosófico de “materialismo”. Contudo, a revista “Despertai!” de setembro de 2006, p. 17, conceitua: “Materialismo, nesse sentido [usado no artigo], refere-se à teoria de que a matéria física é a realidade única ou básica, que tudo no Universo, inclusive toda vida, veio à existência sem nenhuma intervenção sobrenatural.”
      Acontece que “materialismo” é comumente vertido por “comportamento, maneira de viver, estado de espírito de uma pessoa (ou sociedade) extremamente devotada aos bens, valores e prazeres materiais”. (Dicionário Houaiss) “Mundanismo” é um sinônimo desse sentido de “materialismo”, de modo que ambas as palavras podem ser usadas nesse contexto.
      Também não é verdade que as Testemunhas “acreditam em um ente que sobrevive a morte física”. O livro “O que a Bíblia realmente ensina”, p. 58, debaixo do subtítulo “O QUE REALMENTE ACONTECE NA MORTE?” afirma: “O ensino claro da Bíblia é: quando uma pessoa [alma] morre, ela deixa de existir.” Ter Deus em Sua memória todas as características físicas e mentais (a inteira individualidade) de uma pessoa não significa que essa pessoa sobreviveu à morte do corpo. Ela não existe mais. Jeová pode recriá-la com base no total conhecimento que ele tem de como a pessoa era.
      Infelizmente, o senhor Johanes desconhece os ensinos das Testemunhas de Jeová. Mas, se fizer um exame sincero de todas as 856 ocorrências de “alma” na Palavra de Deus, verá claramente que não há nenhuma contradição no que ensinamos a esse respeito.

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    2. Apologista,

      Você saberia me citar quais sãos essas 856 ocorrências de alma? Pois lembro que citaste todas ocorrências de espírito.

      Faço esse questionamento pois nas traduções nem sempre veremos todos os casos...por nem sempre traduzirem literalmente, e na revisão de 2013 da TNM inclusive algumas ocorrências da palavra alma (em inglês SOUL) desapareceram por causa da equivalência dinâmica.

      O termo neotestamentario corpo físico em grego seria "corpo de alma" assim como homens animalescos "homens de alma", ou seja, são dois casos onde o original literalmente emprega a palavra para "alma" ou um derivado dela.

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    3. Estão na página 1513 da Tradução do Novo Mundo, sob o tema: 4A “Alma” — a criatura vivente, humana ou animal; vida como pessoa inteligente; outros usos
      Hebr.: נפש (né·fesh); gr.: ψυχή (psy·khé); lat.: á·ni·ma

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  2. Prezado irmão:

    Mais uma vez gostaria que pudesse me ajudar numa dúvida encaminha a mim, por uma pessoa que acredita na trindade.
    Pesquisei nas publicações do escravo e não encontrei algo específico.
    Estive lendo um de seus artigos sobre a personificação do espírito santo, mas se eu não estiver enganado, não encontrei lá algo que possa esclarecer este assunto.
    A dúvida que me enviaram é a seguinte:


    "Todos eles ficaram cheios do espírito santo." (Atos 2:4, Tradução do Novo Mundo)
    Veja o que o livro da Torre de Vigia de 1982, diz:
    "'Todos eles ficaram cheios do espírito santo'. (At.2:4). Eles ficaram 'cheios' de uma pessoa? Não, mas ficaram cheios da força ativa de Deus. Portanto, os fatos tornam claro que a trindade não é um ensinamento bíblico... Como o espírito santo poderia ser uma pessoa, sendo que encheu cerca de 120 discípulos ao mesmo tempo?"
    "Como o derramamento do espírito santo nos seguidores de Jesus prova que ele não é uma pessoa?"

    Se o derramamento do Espírito Santo (At. 2:33, 10:45; e assim por diante) fosse evidência contra sua personalidade, então o apóstolo Paulo também não seria uma pessoa, porque Paulo escreveu acerca de si mesmo:
    "Eu esteja sendo derramado..." (Fil. 2:17, Tradução do Novo Mundo) e:
    "...Já estou sendo derramado..." (11 Tim. 4:6, Tradução do Novo Mundo).
    Uma vez que o apóstolo Paulo, obviamente uma pessoa real, poderia ser mencionado na Bíblia como sendo "derramado", então a mesma expressão dizendo respeito ao Espírito Santo dificilmente poderia ser usada como uma prova contra a personalidade do Espírito.

    Da mesma forma, a profecia do Antigo Testamento diz de Jesus Cristo, "fui derramado como água" (Sal. 22:14, Tradução do Novo Mundo). Por esta razão, aplicar os argumentos fariam também dele uma simples força impessoal. Obviamente, este argumento é uma ilusão.

    Mas, e a respeito do problema dos discípulos serem "cheios" com o Espírito Santo? Ao invés de sustentar o que as TJ acreditam, este versículo realmente prova o oposto: a saber, que o Espírito Santo é o próprio Senhor Deus. Ele é quem "a tudo enche em todas as coisas" (Ef. 1:23), "que cumpre tudo em todas as coisas". Se este"ele" que preenche todos os discípulos não é uma pessoa divina ???
    O Espírito Santo pode falar (At. 13:2), testemunhar (João 15:26), "dizer o que ele ouve" (João 16:13) e "sentir-se magoado" (Is.63:10, Tradução do Novo Mundo).

    Veja o que diz em 2 Coríntios 3:17. A maior parte das traduções deste versículo diz: "O Senhor é o Espírito."
    Assim que for possível, gostaria de por favor saber seus comentários.
    Muito obrigado!

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    1. Na questão envolvendo o derramamento do espírito santo, os textos que usam expressão semelhante para com Paulo e Jesus Cristo não podem ser usados. Por que podemos dizer isso?
      Porque nos casos envolvendo Paulo e Cristo, tais pessoas são mencionadas como sendo derramadas COMO ALGO QUE SE DERRAMA:
      “Mesmo que eu esteja sendo derramado COMO OFERTA DE BEBIDA ….” – Fil 2:17.
      “Pois, já estou sendo derramado COMO OFERTA DE BEBIDA, ….” - 2 Tim 4:6.

      “Fui derramado COMO ÁGUA.” - Sal 22:14.

      Portanto, nos casos acima, trata-se de um SÍMILE, “figura que compara duas coisas essencialmente dessemelhantes, atribuindo-lhes caracteres comuns”. (Michaelis)
      O símile não tem por finalidade provar personalidade ou a ausência dela. Apenas visa fazer uma comparação, assim como a metáfora.
      Já no caso do derramamento do espírito santo, não ocorre símile. A Bíblia não diz que o espírito é derramado como algo que se derrama. Não. Ser derramado é uma característica própria do espírito santo, visto que tal espírito é a impessoal força ativa de Deus. Mas o verbo “derramar” poderia ser aplicado a uma força – uma energia? Sim. O Dicionário Michaelis define “derramar” (entre outras definições) como “espalhar-se”, “difundir-se”, “distribuir”, “repartir” e “propagar”. Todas essas definições citadas aqui podem descrever uma energia em atividade. – Veja Núm 11:17, 25, 26; He 2:4.
      Em plena consonância com isso, o verbo grego έκχέω ou εκχύννομαι [ekkhéo ou ekkhýnnomai] (“derramar”) tem o sentido de “conceder e distribuir em grande parte”. (The New Analytical Greek Lexicon, 7ª ed., 2001; veja o artigo “Estudo sobre Pneumatologia – Parte 5”, neste blog, no link http://oapologistadaverdade.blogspot.com.br/2012/09/estudo-sobre-pneumatologia-parte-5-o.html)
      Por outro lado, o verbo grego usado nos dois textos citados pelos trinitaristas (Fil 2:17 e 2Ti 4:6) NÃO USA esse verbo, e sim o verbo spéndo (σπένδω), que significa “oferecer uma libação ou oferta líquida”. (Léxico do Novo Testamento Gregeo/Português de Gingrich e Danker [G.D.]) Esse verbo ocorre somente nestes textos: Fil 2:17 e 2Ti 4:6.
      Portanto, além de o símile impedir o uso desses textos para tentar refutar a clara impessoalidade do espírito santo, o mau uso dos mesmos também demonstra desconhecimento da língua grega.
      É verdade que na Septuaginta grega, no Salmo 22:14 (21:15, LXX) ocorre o verbo grego έκχέω, na frase ωσει υδωρ εξεχυθην (oseí hýdor ecsekhythen), literalmente: “Como água fui derramado.” Contudo, a partícula grega ωσει (oseí) denota comparação, significando: “como, semelhantemente, algo como” (G.D.), estabelecendo o símile. Portanto, não há nenhuma base linguística, muito menos bíblica, para usar esses textos como tendo alguma semelhança com o derramamento do espírito santo.

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    2. ENCHER:
      O texto citado de Efésios 1:23, nas versões de Almeida, é traduzido preponderantemente por “cumpre tudo em todos” (Al, ACRF, IBB), sendo somente na Almeida Atualizada traduzido por “a tudo enche em todas as coisas”. (ALA) Mas, o ponto é que esse texto não afirma que Deus enche tudo com ele mesmo.
      A Bíblia diz que ‘o céu dos céus não podem conter’ a Deus. (1Rs 8:27) Se nem o Universo físico pode comportar a presença de Jeová em pessoa, muito menos nós! Então, como Jeová “preenche todas as coisas”? (Ef 1:23, NM) Do modo como a Bíblia aponta: com Seu espírito santo. – Lu 1:15, 67; 4:1; At 2:4; 4:8, 31; 6:3; 7:55; 9:17; 11:24; 13:9; Ef 5:18.
      Com relação ao espírito santo ‘falar’, ‘testemunhar’ etc., trata-se evidentemente de uma personificação (prosopopeia). – Veja os artigos “Personificação prova personalidade?” (link http://oapologistadaverdade.blogspot.com.br/2011/09/personificacao-prova-personalidade-uma.html) e “O ‘Espírito Santo’ é uma pessoa?” (link http://oapologistadaverdade.blogspot.com.br/2012/07/o-espirito-santo-e-uma-pessoa_8.html)
      Quanto a 2Co 3:17, o texto NÃO DIZ que ‘o Senhor [Jeová] é o espírito santo’. Antes, diz que “o Senhor é Espírito” (Al, ACRF), ou “o Senhor é o Espírito” (ALA, IBB). Nessa acepção, “espírito” refere-se a uma pessoa espiritual. Contudo, o artigo definido mostra que Jeová não é apenas um ser espiritual, como suas criaturas celestiais. Ele é “O” Espírito num sentido único e singular, como o Deus Todo-poderoso e majestoso Criador. – Veja o artigo “Estudo sobre Pneumatologia – Parte 2”, no link http://oapologistadaverdade.blogspot.com.br/2012/08/estudo-sobre-pneumatologia-parte-2.html
      Acontece que os trinitaristas deixaram de citar a continuação do versículo, que menciona o “Espírito do Senhor”. (Al, ACRF, IBB, ALA) Uma vez que este segundo espírito é do Senhor – ou seja, a ele pertence; é sua propriedade – tal “Espírito” (ainda que colocado com inicial maiúscula) não pode ser o próprio Senhor (Deus). Atos 2:17 declara: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor [“Deus”, Al, ACRF] , que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne.” (ALA, IBB) Uma vez que Deus diz “do MEU Espírito”, ele está se referindo a algo dele, que lhe pertence, mas não a ele próprio, pois ele não disse: ‘derramarei a mim mesmo’. Pelo visto, por essa razão, há traduções que colocam “espírito” com inicial minúscula nesse texto. (The New American Bible; Sociedade Bíblica Britânica) Trata-se cristalinamente da energia que dele emana, Seu espírito santo ou força ativa.

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  3. [endereço virtual removido]


    Acima há uma transcrição do contexto histórico que envolve uma gigantesca e globalizada serie de crenças em torno da verdade....

    Mas eu acredito que Jesus foi crucificado , porque ele foi morto pelo império romano , e é bem conhecido que os romanos crucificavam criminosos .

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    1. Você acredita no que quiser. No entanto, sua afirmação de que “é bem conhecido que os romanos crucificavam criminosos” só pode ser bíblica e historicamente aceitável tendo em vista que a cruz (crux) romana era na realidade um poste reto sem viga transversal.

      Vale ressaltar a fortíssima evidência ressaltada pelo autor do artigo acima:

      “Gunnar Samuellson, pastor evangélico, teólogo e erudito da Universidade de Gothenburg, escreveu uma tese de 400 páginas depois de nove anos de pesquisa, sendo que três anos e meio de sua pesquisa na Universidade foram voltados especificamente para o assunto do instrumento da execução de Cristo, na qual verificou (lendo 12 horas por dia, seis dias por semana e usando metodologia acadêmica) que a literatura em grego antigo – o gregokoiné –, bem como a literatura hebraica e em latim, não apresentam a cruz moderna como símbolo comum de suplício, nem mesmo nos dias da Roma antiga.”

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  4. Estou simplesmente admirado!

    Não me refiro ao texto sobre a Cruz em si - ainda tenho certas dúvidas sobre esse assunto. - Me refiro-me as respostas completas que você sempre faz referente aos comentários aqui. Me impressionei com a duvida da irmã acima, e fiquei ainda mais impressionado com a resposta a tal pergunta.

    Muito bem explicado e muito coerente. Certamente ler sua resposta aumentou minha fé!
    Continuarei acompanhando o BLOG!

    Abraços!

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    1. Obrigado, Felipe, pelas palavras de apoio.Convido-o a divulgar este blog, para que outros também possam se beneficar dele. Grande abraço!

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  5. vendo um video no youtube, onde evangelicos refutam o seguinte argumento nosso, e queria a sua ajuda para esta preparado:
    Todos eles ficaram cheios do espírito santo." (Atos 2:4, Tradução do Novo Mundo)
    Veja o que o livro da Torre de Vigia de 1982, diz:
    "'Todos eles ficaram cheios do espírito santo'. (At.2:4). Eles ficaram 'cheios' de uma pessoa? ... Como o espírito santo poderia ser uma pessoa, sendo que encheu cerca de 120 discípulos ao mesmo tempo?"
    eles citaram MARCOS 5:9-12 onde o homem está cheio de demonios = espiritos, que são pessoas espirituais. portanto argumentaram eles, do mesmo jeito, o espirito santo nao deixa de ser uma pessoa só porque ele enche (entra) nas pessoas. gostaria da ajuda de vocês que entendem mais que eu, para eu poder responder eles. e obrigado por fazer esse blog para compartilhar seus conhecimento e assim ajudar muita gente e defender as testemunhas de jeová e acima de tudo, a jeová e jesus das mentiras da cristandade.

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    1. Sua pergunta resultou em uma matéria: "Mais uma falácia sobre o espírito santo!"

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  6. Para mim, esse blog tem sido de muita ajuda! Parabéns para você Apologista da verdade!

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  7. Para mim, esse blog tem sido de muita ajuda! Parabéns para você Apologista da verdade!

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  8. Meu amado irmão, acompanho suas publicações e delas tiro grande proveito complementar aos meus estudos da bíblia. Embora este blog seja de anos atrás aprecio igualmente os mais recentes. Veja também seus vídeos no YouTube e as leituras dos livros bíblicas pela organização. Forte abraço e que Jeová Deus continue a abençoá-lo juntamente com sua família e a totalidade da nossa fraternidade mundial!

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  9. Lendo Números 11:17 e Números 11:25.. entendo que o Espirito Santo não é uma pessoa, mas sim um poder, uma força que sai de Deus e dá força ao homem. Pois fala que o espirito santo pairava sobre Moisés, e o colocou sobre as setenta autoridades (anciãos).. e ainda fala que o espirito repousou sobre eles. Li umas 5 versões da bíblia e estou convicto de que se trata do mesmo espirito que pairou sobre Jesus e depois sobre as 120 pessoas, também sobre os gentios.

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𝐄𝐒𝐓𝐄 É 𝐔𝐌 𝐒𝐈𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐍Í𝐕𝐄𝐋 𝐀𝐂𝐀𝐃Ê𝐌𝐈𝐂𝐎. 𝐀𝐎 𝐂𝐎𝐌𝐄𝐍𝐓𝐀𝐑, 𝐔𝐒𝐄 𝐋𝐈𝐍𝐆𝐔𝐀𝐆𝐄𝐌 𝐀𝐂𝐀𝐃Ê𝐌𝐈𝐂𝐀, 𝐒𝐄𝐌 𝐈𝐍𝐒𝐔𝐋𝐓𝐎𝐒, 𝐒𝐄𝐌 𝐏𝐀𝐋𝐀𝐕𝐑𝐀𝐒 𝐃𝐄 𝐁𝐀𝐈𝐗𝐎 𝐂𝐀𝐋Ã𝐎. 𝐍Ã𝐎 𝐑𝐄𝐏𝐈𝐓𝐀 𝐎𝐒 𝐀𝐑𝐆𝐔𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 𝐑𝐄𝐁𝐀𝐓𝐈𝐃𝐎𝐒, 𝐍Ã𝐎 𝐃𝐄𝐒𝐕𝐈𝐄 𝐃𝐎 𝐀𝐒𝐒𝐔𝐍𝐓𝐎. 𝐒𝐄 𝐄𝐒𝐓𝐀𝐒 𝐑𝐄𝐆𝐑𝐀𝐒 𝐍Ã𝐎 𝐅𝐎𝐑𝐄𝐌 𝐂𝐔𝐌𝐏𝐑𝐈𝐃𝐀𝐒, 𝐒𝐄𝐔 𝐂𝐎𝐌𝐄𝐍𝐓Á𝐑𝐈𝐎 𝐒𝐄𝐑Á 𝐑𝐄𝐏𝐑𝐎𝐕𝐀𝐃𝐎.

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