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Deve-se optar pelo símbolo ou pela realidade? Pelo sangue ou pela vida?








Fonte da 1.ª foto: http://www.jw.org/pt/ensinos-biblicos/perguntas/biblia-transfusoes-de-sangue/


Irmão apologista, solicito ajuda refutar uma ilustração referente ao sangue. A ilustração é a seguinte: O sangue é símbolo da vida; ele simboliza uma realidade: a vida. O que é maior – o símbolo (que é o sangue) ou a realidade que ele simboliza (a vida)? Quando deixamos uma pessoa no hospital morrer para preservar o símbolo da vida (o sangue), não estamos na realidade dando mais valor para o símbolo (o sangue) do que para a realidade que ele simboliza (a vida)? É como um marido que tem uma esposa: a aliança de casamento dele é um símbolo do estado de casado dele. É como se ele optasse por salvar a aliança em vez de sua esposa, se tivesse de escolher entre ela e sua aliança.

Ficaria grato se o irmão refutasse essa ilustração.

Resposta:

Prezado irmão:

Em primeiro lugar, a expressão ‘deixar morrer’ é falsa. Quando alguém recusa receber transfusões de sangue, ele está exercendo seu direito de escolher tratamento médico de qualidade, isento de sangue e das péssimas consequências advindas do tratamento hemoterápico.

A falha dessa ilustração está em afirmar que a pessoa escolhe ‘preservar o símbolo da vida – o sangue’. Isso não é verdadeiro. Quando uma pessoa recusa receber sangue, ela não está fazendo isso para respeitar o símbolo da vida, mas sim para respeitar A VIDA, que é representada pelo sangue.

O sangue é considerado como sagrado e proibido por Deus POR REPRESENTAR A VIDA, que de direito pertence a Deus. Assim, respeitar a lei de abster-se do sangue é RESPEITAR A VIDA, que é representada pelo sangue. É simplesmente IMPOSSÍVEL e INCOMPATÍVEL respeitar a vida e desrespeitar o sangue, que a representa. É simplesmente IMPOSSÍVEL e INCOMPATÍVEL respeitar o sangue e desrespeitar a vida, que é representada por ele. Não há como optar por uma dessas duas coisas.

A comparação com a aliança de casamento não procede, pois tal aliança é um símbolo HUMANO – inventado pelos homens –, ao passo que foi DEUS quem colocou o sangue como representando a vida. – Gênesis 9:4.

O que é feito ao que representa algo é também feito à coisa representada por esse algo.

Por exemplo, a “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau” era símbolo do direito de Jeová de decidir para suas criaturas o que é bom e o que é mal – símbolo da Soberania de Jeová. (Gênesis 2:17) Era impossível comer do fruto daquela árvore e ao mesmo tempo respeitar a Soberania divina, representada pela árvore.

Ademais, podemos ilustrar isso com seres pessoais, que também podem atuar como representantes de outrem.

Jesus disse: “Quem vos escuta, escuta também a mim. E quem vos desconsidera, desconsidera também a mim. Ademais, quem me desconsidera, desconsidera também aquele que me enviou.” – Lucas 10:16.

Ele deixou assim claro que o que é feito ao representante também é feito ao representado por ele. Não teria como optar por respeitar a Jesus e ao mesmo tempo desrespeitar ‘aquele que o enviou’ – Seu Pai Jeová. – João 5:23.

Assim, é IMPOSSÍVEL desrespeitar a lei de abster-se do sangue e ao mesmo tempo respeitar a vida, que é representada pelo sangue. (Atos 15:19, 20, 28, 29) Pois desrespeitar a lei do sangue incorre em também desrespeitar a vida!

O fato é que a referida ilustração desconsidera essa clara verdade bíblica – o que é feito à coisa (ou pessoa) que representa algo (ou alguém) é também feito à coisa (ou pessoa) representada por essa. Assim, essa ilustração é sofismática, ou seja, trata-se de um argumento ou raciocínio falso, que apenas parece superficialmente ser verdade. Mas, quando examinado à luz das regras estabelecidas pelas Escrituras, tal argumento é exposto como totalmente falso, sem coerência e sem verdade.

Espero que esses comentários possam ser de ajuda. Abraços.

Após eu ter dado ao indagador a resposta acima, recebi dele este comentário:

“Meu querido irmão muito obrigado, muito obrigado mesmo! … Irmão, tenho que confessar que já li matérias apóstatas.”

Isso ilustra que é perigoso se enfronhar em matérias apóstatas. Simplesmente, não vale a pena. Os incautos apenas se encherão de dúvidas persistentes, embora sem fundamento, como exemplificado pela refutação acima da falsa argumentação.

Esse irmão foi salvo da apostasia, pois, como dizem as Escrituras, “pela boca é que o apóstata arruína seu próximo, mas é PELO CONHECIMENTO que os justos são socorridos”. – Provérbios 11:9.

Mas o melhor é se alimentar da “mesa de Jeová” e evitar por completo a apostasia servida na “mesa de demônios”. – 1 Coríntios 10:21.


Contato: oapologistadaverdade@gmail.com


Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site oapologistadaverdade.org

Comentários

Unknown disse…
Confesso que ao ler a ilustração apostata não achei saída nem resposta pra ela... Ela parece ser uma ilustração irrefutável para quem tem pouca experiência... Meias verdades são piores que mentiras.. Foi sensacional a sua resposta Apolo, muito boa mesmo.. parabéns.
Carlos Fernandes disse…
Na realidade, a explicação acima é defeituosa e carece de base sólida. Em primeiro lugar, a lei do sangue servia não para tornar o sangue sagrado, como se de uma substância mística se tratasse, mas para revelar que a vida representada pelo sangue era sagrada. O sangue era apenas símbolo da vida.

Assim, percebe-se que a vida e não o sangue é sagrado. Outro aspeto é que a questão do sangue na Bíblia está sempre associado com a 'morte' ou perda da vida do animal ou humano. E por isso, Deus exigia que a vida de um animal tirada fosse simbolicamente devolvida a Deus ao ser derramada no chão ou ao ser usada no serviço sagrado no tabernáculo ou mais tarde no templo.

Assim, Deus mostrava como uma vida não podia ser tirada de ânimo leve. A vida em última instância pertence a Deus e ele demanda responsabilidade de quem TIRA UMA VIDA.

A ilustração da aliança tem toda a lógica, pois apesar de ser símbolo humano ele não deixa de ter um símbolo religioso e até mesmo é usado nesse contexto. É por isso que os casais, mesmo nos Salões do Reino, usam na sua maioria uma aliança para simbolizar a sua união como "uma só carne".

Minimizar esse símbolo é não perceber o simbolismo milenar dele.

É interessante que a pessoa que rebate a ilustração, usa a passagem de Génesis sobre a 'árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau'. Diz que "Era impossível comer do fruto daquela árvore e ao mesmo tempo respeitar a Soberania divina, representada pela árvore".

Faz isso, associando a ideia de que usar o sangue que considera como sendo sagrado era a mesma coisa que comer do fruto da árvore que também simbolizava a Soberania divina.

Ora bem, se vamos usar esse argumento, então podemos dizer que as Testemunhas de Jeová hoje em dia VIOLAM essa premissa. Como?

Por usarem o sangue na sua forma fraccionada ou total (durante o processo cirúrgico em circuito extra-corpóreo). Afinal, de onde provêem as fracções e componentes usados, tais como a hemoglobina, albumina, factor VIII, etc? Não é do sangue que é doado, fraccionado e coletado de milhares de pacientes "mundanos" que altruisticamente doam de si para beneficar outros?

Usemos então a ilustração que o apologista usou sobre a árvore e reflitamos, usando a mesma premissa por ele apresentada:

Será que seria possível Adão e Eva pegarem no fruto da árvore proibida, usarem algum processo de fraccionamento e comerem apenas alguns dos componentes do fruto, alegando que na realidade não estavam comendo o fruto inteiro?

Esta reflexão ajuda-nos a entender como as TJ violam a premissa da suposta "santidade do sangue" ao usarem-no a 100% na sua forma fraccionada e isso coloca-as numa posição de incoerência brutal perante aquilo que dizem defender: o sangue é sagrado e pertence apenas a Deus. Não pode ser usado e deve ser descartado (Levítico 17).

Na verdade, a ilustração do anel é verdadeira e revela como é errado dar mais primazia ao símbolo do que àquilo que ele representa. O próprio Jesus Cristo condenou os líderes religiosos dos seus dias, quando ele quis curar ao Sábado e eles o criticavam por supostamente estar a violar a lei mosaica. Ele arrazoou que a vida das pessoas era o mais importante e que a Lei de Deus não podia ser usada para impedir a salvação de alguém.

Por isso usou a ilustração de animais que caíam numa cova e que morreriam certamente se alguém não os tirasse de lá. Isso demonstrou que para Deus, a VIDA e não a aplicação da lei com base em interpretações erradas é o mais importante.

Se queremos ser realmente discípulos de Cristo, deveríamos seguir a sua atitude e maneira de agir.
Prezado Carlos (Parte 1):

O artigo não afirmou que o sangue é uma “substância mística”.

O SANGUE É SAGRADO

Sua afirmação de que o sangue não é sagrado não tem base bíblica. Lemos em Levítico 17:14: “Pois a VIDA de todo tipo de criatura É SEU SANGUE, porque a vida está no sangue. Por isso eu disse aos israelitas: ‘Não comam o sangue de nenhuma criatura, porque A VIDA de todas as criaturas É SEU SANGUE.’”

Assim, por representar a vida, o sangue é equiparado à própria vida que representa, sendo sagrado. Se um mero solo foi considerado sagrado pelo fato de o anjo de Deus estar andando sobre ele, muito mais o sangue, que representa a vida que nele subsiste. – Veja Êxodo 3:5.

A ORDEM DE SE ABSTER DE SANGUE NÃO ESTÁ LIGADA À MORTE DE UMA CRIATURA

Também, não é verdade que “a questão do sangue na Bíblia está sempre associado com a 'morte' ou perda da vida do animal ou humano”.

Você disse:

“Assim, Deus mostrava como uma vida não podia ser tirada de ânimo leve. A vida em última instância pertence a Deus e ele demanda responsabilidade de quem TIRA UMA VIDA.”

O interessante é que você não está percebendo que SE PODE tirar uma vida animal, mas NÃO SE PODE comer sangue. Se o sangue é menos valioso que uma vida, por que se pode tirar a vida, mas não se pode comer o sangue? Não deveria ser o oposto na sua lógica? Note que não poderia nem mesmo haver relações sexuais durante a menstruação por causa do sangue. (Levítico 20:18) Neste exemplo vemos a santidade do sangue em humanos vivos, não em animais mortos.

Sobre isso, veja o artigo “A ORDEM BÍBLICA DE EVITAR SANGUE SE RESTRINGE AO SANGUE DE UMA CRIATURA QUE FOI ABATIDA? PODE-SE INGERIR SANGUE DE UMA CRIATURA QUE NÃO FOI MORTA?”, e o artigo “A QUESTÃO DO SANGUE - PARTE 6 (FINAL), neste site.

A ILUSTRAÇÃO DA ALIANÇA DE CASAMENTO

A ilustração da aliança foi dispensada por ser um símbolo humano e não bíblico, e também por não ter a mesma equivalência que há entre a vida e o sangue. Visto que a aliança de casamento representa o casamento, o adultério seria um desrespeito tanto ao casamento como à aliança que o representa. A diferença no que tange ao sangue é que a vida está intrínseca ao sangue, não pode ser separada dele. Por outro lado, nem todos os casais preferem usar uma aliança.

Você disse:

“A ilustração da aliança tem toda a lógica, pois apesar de ser símbolo humano ele não deixa de ter um símbolo religioso e até mesmo é usado nesse contexto. É por isso que os casais, mesmo nos Salões do Reino, usam na sua maioria uma aliança para simbolizar a sua união como ‘uma só carne’.”

Essa sua explicação contém alguns erros:

1) Você está argumentando de uma perspectiva separatista, isto é, como se o símbolo pudesse ser separado daquilo que simboliza – não é assim! Veja essa ilustração: Imagine que um homem casado esteja viajando sozinho de trem. Ele está sentado no assento da janela. Nisso, uma belíssima moça senta ao lado dele. Neste momento, ele retira a aliança do seu dedo para paquerar a moça. Será que o ato de tirar a aliança neste momento não é um desrespeito para com o casamento? Pela sua lógica, não; mas pela minha, sim.

2) A aliança serve exclusivamente para mostrar que uma pessoa não está disponível para uma potencial aproximação romântica de alguém do sexo oposto. Colocar a relação entre um objeto que representa algo no mesmo nível de uma ordem divina quanto ao sangue é falta de bom senso. Seria como dizer que não há problemas em não alimentar os filhos, já que você não cuidou direito da foto deles – é tolice!

[Segue em sequência a parte 2]
Prezado Carlos (Parte 2) :

A QUESTÃO DAS FRAÇÕES DE SANGUE

Mesmo que usar proteínas, fatores de coagulação e imunoglobulinas fosse uma violação da lei quanto a abster-se do sangue, isso não muda o fato de que "era impossível comer do fruto daquela árvore e ao mesmo tempo respeitar a Soberania divina, representada pela árvore" e, portanto, é impossível deixar de abster-se de sangue e ainda assim respeitar a vida que o sangue representa.

Assim, sua afirmação de que há tal suposta violação não passa de uma falácia do espantalho, uma infundada tentativa de desviar do tema sem vencer a eficácia do mesmo.

Você perguntou:

“Será que seria possível Adão e Eva pegarem no fruto da árvore proibida, usarem algum processo de fraccionamento e comerem apenas alguns dos componentes do fruto, alegando que na realidade não estavam comendo o fruto inteiro?”

Então você admite que injetar sangue é errado? Se usar frações é errado, o que dizer do sangue inteiro? Espere um pouco: Você afirma que as TJs erram por recusar sangue e erram também por NÃO REJEITAR frações? Isso é como dizer: “Minha igreja não peca por fornicar, mas as TJs pecam por beijar na boca.” Isso era para ter sido um argumento? Você precisa entender que as TJs não dizem que não é errado aceitar frações pequenas de sangue. O que se diz é: existem dois argumentos coerentes e que devem ser respeitados quanto a isso:

1) Tudo é sangue, inclusive pequenas frações. Muitas TJs têm esse posicionamento – e ele é válido.
2) Nem tudo é sangue; Neste raciocínio, muitos argumentam que Deus permitiu que se comesse carne com vestígios de sangue, mas ele não permitiu que se comesse nada do fruto do jardim. (Aqui está o erro seu.) Deus sabe que é praticamente impossível que se retire qualquer mínima fração de sangue de uma carne ao abater um animal. Mesmo assim, ele permitiu o consumo de carne. Por esse raciocínio igualmente lógico, as TJs entendem que mínimas frações insignificantes de sangue não constituem um pecado.

Dessa forma, apontar para um suposto pecado jeovista quanto às pequenas frações, mas achar que é correto receber sangue é como ‘coar o mosquito, mas engolir o camelo’ (Mateus 23:24). Sugiro que tire a trave do seu olho antes de apontar o suposto cisco no nosso. – Lucas 6:42.

Quanto à questão das chamadas frações, veja o artigo “A questão do sangue - parte 5” neste site.

[Segue em sequencia a parte 3.]
Prezado Carlos (Parte 3):

A LEI DE DEUS NÃO PODE SER VIOLADA PARA SALVAR A VIDA

Quanto à sua afirmação de que “ Lei de Deus não podia ser usada para impedir a salvação de alguém”, isso também não tem procedência bíblica. Os israelitas podiam salvar um animal no sábado porque isso não era violação da lei do sábado. Já não é o caso da lei sobre o sangue. O decreto apostólico, registrado em Atos 15:28 e 29, equiparou abster-se de sangue como sendo tão sério quanto abster-se de idolatria. Os três hebreus, em Babilônia, ficaram entre praticar idolatria, por adorar a estátua feita pelo Rei Nabucodonosor, e perder a vida numa fornalha ardente. Mas eles se recusaram a pecar por idolatria para salvar suas vidas. (Daniel 3:16-18) E muitos cristãos foram mortos por causa de sua fé. Nenhuma das pessoas que conhecem o cristianismo se surpreenderia com uma prova de fé que envolvesse a perda da vida neste mundo.

Conforme mostrou o artigo “A LEI DE DEUS SOBRE O SANGUE INCLUI AS TRANSFUSÕES?”:

Jesus Cristo, o Fundador do cristianismo, declarou enfaticamente: “Porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.” (Mateus 16:25, Al) João também registrou palavras similares de Cristo: “Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la; quem despreza a sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna.” (João 12:15, Bíblia Pastoral.) O que essas palavras de Jesus indicam?

Que o cristão pode ficar numa situação entre a vida e a lei de Deus. Nesse caso, ele terá de optar por apenas uma delas. Meditar desde agora nas palavras do Senhor Jesus ajudará àquele que quer ser fiel a Deus a tomar a decisão acertada, tendo em vista a eternidade prometida por Deus.
[Fim da citação do referido artigo.]

Felizmente, não é o caso que ocorre na questão do sangue. Hoje a Medicina tem demonstrado os malefícios da transfusão de sangue alogênico (de outra pessoa) e que qualquer procedimento médico pode ser feito sem o uso de sangue alogênico.

Veja a série de artigos “A questão do sangue”, partes 1 a 6.
[Resposta, partes 1 a 3, com a participação de A Verdade É Lógica.]

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