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Respondendo a uma crítica sobre o artigo “‘Meu Senhor e meu Deus’ – em que sentido?”

Fonte da ilustração: jw.org

Referente ao artigo “‘Meu Senhor e meu Deus’ – em que sentido?” (queira ler) um leitor fez a seguinte observação:

O texto é bem escrito, mas o argumento apresentado não é bom. Dentre várias razões, apresento apenas duas de caráter argumentativo que demonstram a falibilidade do argumento geral:

PRIMEIRO: O artigo se fundamenta na gramática, mas a defende como limitada para expressar um sentido definido. Ora, se a gramática é limitada não se pode ter certeza do que o texto diz. Entretanto, O Apologista está certo que a limitação da gramática lhe favorece. Isso, certamente demonstra que o argumento está mal montado.

SEGUNDO: A imposição da maioria: O texto não pode dizer que Jesus é Deus porque todas as vezes em que a expressão “Meu Deus” é usada ela se refere a Jeová. Logo, Tomé jamais poderia ter usado a expressão a Jesus Cristo, por que ela só pode ser usada a Jeová. Há um certo círculo vicioso aqui, não acha?

Para concluir, acredito que o dogma veio antes do argumento e a conclusão foi dada na premissa, desse modo:

1. Jesus não pode ser Deus;
2. Tomé usa a expressão “Meu Deus”;
Logo, Temos um dilema.
3. Entretanto, Jesus não pode ser Deus;
Logo, Tomé não usa a expressão “Meu Deus” para Jesus.
Bem viciado esse argumento.

Resposta:

Prezado senhor:

Fico contente de que tirou tempo para ler o artigo e para fazer uma avaliação pessoal dele. Respeito suas colocações e as encaro como críticas construtivas. Contudo, valho-me do direito de discordar de algumas delas.

Primeiro, porque o artigo não se fundamenta na gramática, e sim, no contexto – no contexto do próprio capítulo do versículo em questão (João 20:17), no contexto do próprio Evangelho de João (17:3; 20:30, 31), no contexto dos escritos de João (1 João 5:5) e no contexto da Bíblia como um todo, conforme outros textos citados no artigo.

Contexto imediato:

“Jesus lhe disse [a Maria Madalena]: “Pare de me segurar, porque ainda não subi para o Pai. Mas vá aos meus irmãos e diga-lhes: ‘Eu vou subir para o meu Pai e Pai de vocês, para o meu Deus e Deus de vocês.’” – João 20:17.

Portanto, Jesus torna claro que o Deus dele é o Deus dos seus discípulos.

“Certamente, Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, os quais não estão escritos neste rolo. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, por crerem, tenham vida por meio do nome dele.” – João 20:30, 31.

O escritor do Evangelho torna explícito que o conteúdo por ele reunido tinha por objetivo provar que Jesus é, não o Deus dos cristãos, mas sim o Filho desse Deus. Lembre-se de que, apenas dois versículos antes, o apóstolo João registrou a frase de Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!” Caso o objetivo de João fosse provar que Jesus fosse legitimamente o Deus de Tomé, ele não afirmaria que seu Evangelho fora escrito para provar que Jesus é o Filho de Deus, e não o Deus Todo-Poderoso.

Contexto do Evangelho de João:

“Isto significa vida eterna: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo.” – João 17:3.

As palavras de Jesus apontam para seu Pai como sendo “o único Deus verdadeiro”, sendo Jesus o Seu Enviado, e não o Deus de seus seguidores.

Contexto dos escritos de João

“Quem pode vencer o mundo? Não é aquele que tem fé em que Jesus é o Filho de Deus?” – 1 João 5:5.

A crença em Jesus como “Filho de Deus”, e não como ‘Deus-Filho’ (expressão não bíblica) é a base da vitória sobre o mundo pecaminoso.

Segundo, o que o senhor chama de “imposição da maioria”, a meu ver, pode ser melhor vertido como o ‘peso do contexto’ bíblico, o qual indica que o único Deus Todo-Poderoso e Supremo é Jeová. – Gênesis 17:1.

Ademais, o artigo “‘Meu Senhor e meu Deus’ – em que sentido?” tem caráter dissertativo, analisando os vários termos e expressões usados na passagem em pauta, o que pode dar a aparência – mas não a realidade – de viciosidade. Além disso, o artigo se propõe a algo mais abrangente do que meramente examinar expressões, tais como a expressão “meu Deus”. Pois, como o artigo mostrou, mesmo que essa expressão tivesse sido aplicada por Tomé a Jesus, isso não alteraria a verdade bíblica sobre quem é o Deus Supremo – Jeová.

No entanto, o senhor está certo quanto à afirmação de que a proposição veio antes do argumento. Pois, na ciência bíblica, partindo da premissa de que não há contradição na Palavra de Deus, quando o contexto geral estabelece uma verdade fundamental, tal como a de que o Filho (Jesus Cristo) não é o Deus Todo-Poderoso, as passagens são examinadas tendo como referencial a relacionada verdade já claramente estabelecida.

Desejo-lhe felicidades, e convido-o a ler os demais artigos deste site.



A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de Jeová.



Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org



Comentários

  1. As críticas do leitor em questão podem ser revertidas. E aqueles que afirmam saber o que o texto quer dizer sem levar tudo que cerca o texto em conta?

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  2. Bela resposta! Essa tentativa do leitor em tentar invalider o artigo apenas deu a você a oportunidade de confirmar a veracidade do primeiro artigo!

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  3. Criticas são sempre bem vindas, desde que, quem as faz tenha a hombridade de, depois das mesmas ser respondida, se sinta convencido que realmente cometeu um erro.Como o argumento do Apologista deixou bem claro, era concenso comum tanto da parte dos Apostolos e dos discipulos que Jesus era o filho de Deus , o CRISTO, Nada mais nada menos que isso. O interesante que no afan de embasar suas crenças, os mesmos não enxergam a bela frase de João: "foram escritos para que vocês creiam". Cream em que? A resposta de João é singila. Se isso não bastasse, as escrituras ainda grintam mais alto em João 17:3 apontando definitivamente para o unico Deus verdadeiro.Mas com todo esse clamor, dos escritos de João, em anunciar quem de fato é quem, ainda encontam ouvidos surdos para com a verdade.É lamentavel ver até onde certas pessoas, que se dizem sinceras, estão dispostas a ir só para não aceitar o MONOTEISMO da forma que ele foi de fato ensinado desde o principio que o homem veio a conhecer o criador Jeová Deus.

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  4. João Carlos Di Fabio21 de agosto de 2017 às 21:01

    Excelente raciocínio Apologista. No contexto de João 20:17, Jesus também chamou seus discípulos de "irmãos". Assim fica claro que ele não poderia ser o próprio Deus Todo Poderoso pois assim ele teria chamado eles de filhos.

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  5. I João 1:3. João diz que nossa comunhão é com o Pai e com seu filho Jesus Cristo, porque não com a trindade? pq não com a 3ª pessoa da trindade?; existem tantos textos no evangelho e nas Cartas de João que deixam claro a relação do Pai e do Filho, que não precisaria de mais nada para elucidar esse assunto, entretanto, parece que quando essas pessoas leem a Bíblia elas simplesmente não enxergam essas verdades, por que será?

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