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Romanos 4:15 indica que os Dez Mandamentos não foram abolidos?

Fonte da ilustração: jw.org

A respeito do artigo “Télos em Romanos10:4 – ‘fim’ ou ‘finalidade’?”, um leitor escreveu:

Se a palavra fim usado em Romanos 10:4 significa “término”, então, por que Paulo cita o 5.º mandamento aos gentios em Efésios 6:1-3? A Bíblia nos diz, em Romanos 4:15 e em Romanos 7:7-8, que onde não há lei não pode existir pecado. E se a lei foi abolida, então já não existe pecado; e se não existe pecado, então precisamos da graça para nos salvar do quê??? Veja o que diz 1 João 2:4: “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.”

Resposta:

A citação de uma lei já abolida não é evidência de que tal lei ainda vigora, mas apenas mostra que existe semelhança entre tal lei e a atual “lei do Cristo” (Gálatas 6:2) – inclusive, que tal lei abolida forneceu a base para a lei cristã que ordena a obediência aos pais. Como confirmação disso, observe que Paulo exorta os filhos a serem obedientes não porque isso faz parte do Decálogo (Dez Mandamentos), mas sim porque “é justo”.

Quanto a Romanos 4:15, observe que não diz ‘onde não há A lei’ (com artigo definido), mas diz “onde não há lei [sem artigo, portanto, lei num sentido genérico], também não há transgressão”. O texto afirma que, sem nenhuma lei, não há como medir, ou classificar, o pecado. Acontece que, antes de a Lei que incluía o Decálogo existir, havia leis dadas por Deus.


[…] embora não houvesse o conjunto de leis promulgadas a Israel, havia leis para a humanidade desde o princípio dela: leis contra apropriar-se indevidamente de algo que não pertence à pessoa (Gênesis 2:17), da união vitalícia no casamento (Gênesis  2:24), da chefia na família (Gênesis  18:12), da circuncisão (Gênesis 17:11, 12), da responsabilidade familiar (Gênesis 31:30-32), da propriedade comunal (Gênesis  31:14-16), da custódia (Gênesis  37:21, 22, 29, 30), e contra imoralidade sexual, para se mencionar apenas algumas delas. – Gênesis 38:24-26; 34:7.

Em Romanos 7:7, Paulo afirma: “Eu não teria conhecido o pecado se não fosse a Lei.” Neste caso, o artigo definido indica que, no contexto, refere-se à Lei dada a Israel que incluía os Dez Mandamentos. Tal Lei é que definiu claramente o que é pecado. Porém, a mesma passagem mostra que tal Lei não existiu desde a criação. Lemos em Romanos 7:9: “De fato, antes, sem lei, eu estava vivo. No entanto, ao chegar o mandamento, o pecado voltou a viver, mas eu morri.”

O mesmo artigo supracitado explicou sobre isso:

Paulo estava se referindo ao décimo mandamento do Decálogo: “Não deves cobiçar.” (Romanos 7:7) Visto que essa norma foi dada no Decálogo junto com as demais nove normas, ele estava falando em especial do Decálogo. Ele mostrou que o povo de Deus “estava uma vez vivo à parte da lei”, quando tal lei ainda não existia. Após isso, ele disse que o mandamento ‘chegou’, isto é, passou a existir. Torna-se, pois, claro que a inteira Lei mosaica, incluindo o Decálogo, não foi dada desde a criação do homem; ela foi dada após a saída de Israel do Egito.

A pergunta que o leitor propôs – “se a lei foi abolida, então já não existe pecado” – foi considerada indiretamente por Paulo, quando ele perguntou: “Cometeremos pecado, já que não estamos debaixo de lei, mas debaixo de bondade imerecida?” Ele mesmo respondeu, afirmando: “Certamente que não!” (Romanos 6:15) Por que Paulo podia dizer isso? Ele mesmo explicou: “Mas graças sejam dadas a Deus, pois, embora no passado vocês tenham sido escravos do pecado, tornaram-se obedientes de coração ao padrão de ensinamento a que foram entregues.” (Romanos 6:17) Esse padrão de ensinamento” são as leis cristãs. (Gálatas 6:2) É à “lei do Cristo” que se refere a passagem de 1 João 2:4: “Quem diz: ‘Eu o conheço’, e ainda assim não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele.”


O contexto revela que o texto está falando de Jesus Cristo. (Veja 1 João 2:1-6) Portanto, diz respeito ao mandamentos de Cristo, os mandamentos cristãos. Refere-se à “lei do Cristo”, mencionada em Gálatas 6:2. Essa lei também é mencionada por Paulo como “padrão de ensinamento a que foram entregues”. – Romanos 6:17.


Tito 1:3, ACRF [Almeida Corrigida e Revisada Fiel]: “Mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela PREGAÇÃO que me foi confiada segundo o MANDAMENTO de Deus, nosso Salvador.”

Assim, a pregação das boas novas constitui um mandamento de Deus, dado por meio de Jesus Cristo. (Mateus 28:19, 20) Observe outros mandamentos cristãos:

 1 João 3:23: “Deveras, este é o seu MANDAMENTO, que tenhamos fé no nome do seu Filho Jesus Cristo e que estejamos amando uns aos outros, assim como ele nos deu mandamento.”

 1 João 4:21: “E temos dele este MANDAMENTO, que aquele que ama a Deus esteja também amando o seu irmão.”

 1 Coríntios 14:37, IBB [Imprensa Bíblica Brasileira]: Se alguém se considera profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” 

 Na carta de 1 Coríntios, Paulo escreveu sobre manter a união de crenças (1:10), sobre excomungar pecadores impenitentes (5:9-13), sobre casar-se apenas com cristãos fiéis (7:39), contra a fornicação e a idolatria (6:18; 10:14), sobre o respeito ao arranjo da chefia no cristianismo (11:5, 6, 10, 16), e sobre a necessidade de organização nas reuniões cristãs. (14:26, 27, 33, 34) Portanto, ele chamou todas essas diretrizes cristãs de “mandamentos do Senhor”.

Assim, os cristãos não estão sem normas. Eles estão sujeitos às normas cristãs. (Gálatas 6:2) Como Paulo afirmou: “Embora eu não esteja sem lei para com Deus, mas esteja debaixo de lei para com Cristo.” – 1 Coríntios 9:21. 


A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de Jeová.



Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org





Comentários

  1. Atos 1:2 diz que Jesus deu "mandamento"...
    Esses mandamentos vinham do pai a quem Jesus representava, portanto eram mandamentos de Deus.
    São esses mandamentos cristãos ( e que não inclui a Guarda semanal do sábado) que governa a vida cristã.

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