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Por quais motivos um membro da igreja deve ser excomungado? (Parte 2)

Fonte: jw.org
 

Contribuído.

No artigo anterior expliquei como se dá a excomunhão nas três denominações examinadas – na Igreja Católica (ICAR), entre as Testemunhas de Jeová (TJs) e na Igreja dos Santos dos Últimos Dias (ISUD), e também como o protestantismo tradicional costumava enxergar as palavras de Paulo em 1 Coríntios, capítulos 5 e 6.


   Neste artigo, mostrarei quais são os pecados listados na Bíblia como base para a excomunhão/desassociação. 

A base deve ser apresentada claramente na Bíblia

Visto que eu acredito que cada detalhe na Escritura é relevante e que cada palavra e cada nuance são importantes, eu também acredito que apenas quando a Bíblia diz que um pecador deve ser excomungado/desassociado, então tal pessoa de fato deve ser excomungada/desassociada. Não cabe a nós adicionar pecados de excomunhão/desassociação sem base bíblica.

Inclusive, este é um dos princípios do Direito Penal. O artigo 1º diz:

“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”[1]

Isso significa duas coisas: 1) Que uma ação só é criminosa se estiver prescrita na lei como tal; 2) Que uma ação só é criminosa se houver uma punição prescrita na lei. De forma similar, não cabe a nós adicionar pecados de excomunhão que a Bíblia não menciona como sendo de tal forma, tampouco nos é concedido o direito de não aplicar a excomunhão de pecadores que a Bíblia prescreve como sendo passíveis de desassociação.

“Cometer fornicação” versus “ser um fornicador”

Quando uso a expressão “pecados de desassociação”, devo admitir que, embora prática e usual, ela não é precisa; e apenas me sinto confortável em usá-la junto da observação a seguir: a Bíblia não fala de ações, mas de personalidades que devem ser expulsas da congregação.

A Bíblia não diz que “aquele que cometeu fornicação” deve ser desassociado, mas aquele que “for fornicador” (pornos). Isso é chamado na linguística de nomen agentis.

Dissertação sobre nomen agentis

A expressão tomada do latim nomen agentis significa o “agente do substantivo”. O nomen agentis é uma palavra que deriva de outra palavra que denota uma ação, e que identifica uma entidade que realiza essa ação.[2]

Normalmente, o termo derivado na definição acima tem o sentido estrito anexado a ele na morfologia, ou seja, a derivação toma como entrada um lexema (uma unidade abstrata de análise morfológica) e produz um novo lexema.

Vemos vários exemplos de nomen agentis na Escritura. Alguns perguntaram sobre Jesus de Nazaré: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria...?” (Marcos 6:3) O termo “carpinteiro” não significava que Jesus ficou conhecido por ajudar a construir uma mesa ou cadeira, mas esta era a própria profissão de Jesus. Isso é um nomen agentis.

O profeta Amós não apenas riscou alguns figos para que amadurecessem mais rapidamente. Ao contrário, ele era um riscador de figos.

(Amós 7:14) Então Amós respondeu e disse a Amazias: “Eu não era profeta, nem era filho de profeta; mas eu era boieiro e riscador de figos de sicômoros.

Jesus avistou Pedro e André e percebeu que eles eram pescadores.

(Mateus 4:18) . . . ele viu dois irmãos, Simão, que é chamado Pedro, e André, seu irmão, abaixando uma rede no mar, pois eram pescadores.

Perceba que Pedro e André não tinham ido pescar por lazer uma ou outra vez no mês. Antes, eles eram pescadores por profissão. Isto é um nomen agentis.

Em outras palavras, o escritor inspirado lista personalidades que devem ser expulsas da congregação, não pecados que foram cometidos. Qual a diferença entre “cometer fornicação” e “ser um fornicador”? É a mesma diferença entre “embriagar-se” e “ser um beberrão”. Sobre esta diferença, veja o que declarou a revista A Sentinela (1º de novembro de 1983, p. 8, publicada pelas Testemunhas de Jeová):

Primeiramente, deve-se notar que há diferença entre cair inconscientemente no erro de beber demais, numa certa ocasião, e ser beberrão — tomando por hábito ficar embriagado. Considere o exemplo de Noé, que em certa ocasião bebeu vinho demais e ficou embriagado. (Gên. 9:20, 21) Certamente, Noé não era beberrão inveterado. Não há nenhum outro indício nas Escrituras de que ele se tenha embriagado alguma outra vez.

O comentário acima é ótimo e preciso. Esta mesma lógica se aplica a todas as personalidades citadas por Paulo que devem ser expulsas da congregação.

O que muitos acham que é pecado de desassociação

O que de fato é descrito nas Escrituras Sagradas

Aquele que cometer fornicação

O fornicador

Aquele que se embriagar

O beberrão

Aquele que adorar um ídolo

O idólatra

Aquele que furtar algo

O ladrão

Aquele que cometer adultério

O adúltero

Aquele que injuriar alguém

O injuriador

Etc.

Não estou argumentando aqui que uma pessoa poderá fornicar quantas vezes quiser e não poderá ser desassociada. Naturalmente, fornicadores fornicam e não se arrependem; beberrões bebem e não se arrependem; idólatras adoram a ídolos e não se arrependem; mas o que Paulo mostra é que não são ações, e sim personalidades o ponto central quanto a o que determina se uma pessoa deve ou não ser expulsa da congregação. Leia 1 Coríntios 5:11 e 6:9.

Portanto, não é aquilo que a pessoa fez uma ou duas vezes, mas aquilo que a pessoa se tornou que deve ser base para sua desassociação/excomunhão.

Os pecados de desassociação apresentados na Bíblia

Abaixo segue a lista escriturística dos pecadores que devem ser expulsos da congregação:

1.  (pornos) – Fornicador (indivíduo que se tornou praticante de sexo ilícito). A seguir, apresento as referências bíblicas a ações específicas descritas como sendo porneía:

Referências de porneía a ações específicas nas Escrituras Gregas.

Passagem

Citação

Referência

Mateus 5:32

No entanto, eu lhes digo que todo aquele que se divorcia da sua esposa, a não ser por causa de imoralidade sexual, [porneia] a expõe ao adultério, e quem se casa com uma mulher divorciada comete adultério.

Adultério: relação sexual entre uma pessoa casada com alguém que não é seu cônjuge.

1 Coríntios 7: 1, 2

Agora, quanto às coisas sobre as quais vocês escreveram, é melhor que o homem não toque em mulher; 2 mas, visto que há tanta imoralidade sexual, [porneia] que cada homem tenha a sua própria esposa, e que cada mulher tenha o seu próprio marido.

  Sexo entre duas pessoas solteiras. Abrange qualquer tipo de relação sexual entre solteiros, como sexo anal e oral.

Judas 7

. . . Sodoma e Gomorra e as cidades em volta delas também se entregaram a crassa imoralidade sexual [ekporneuō - verbo relativo à porneia] e foram atrás de desejos carnais desnaturais; elas estão diante de nós como exemplo de aviso por terem sofrido a punição judicial do fogo eterno.

Sexo desnatural. A expressão “desejos desnaturais” é em relação à troca do macho pela fêmea e vice-versa. Abrange também o sexo oral e anal entre eles.[3]

Com base na relação entre o verbo ekporneuo (fazer sexo ilícito) e a expressão “desejos carnais desnaturais”, eu estenderia o conceito de porneia à bestialidade, isto é, sexo entre humanos e animais.


Essas são as únicas referências de porneía a ações concretas nas Escrituras Gregas Cristãs. Um cristão que se torna um fornicador, a saber, um praticante de sexo ilícito em qualquer uma das formas apresentadas acima, deve ser desassociado da congregação.

O termo porneía, entretanto, não se refere a carícias ou “amassos” entre solteiros. Mesmo que dois solteiros acariciem os órgãos sexuais um do outro, seja por cima ou por baixo da roupa, a Bíblia não diz que tal ação é porneía. Não estou defendendo que solteiros devam ou possam fazer isso. É claro que essa postura é imprópria para cristãos solteiros. O único ponto que defendo aqui é que a Bíblia não define estas ações como sendo porneía. Portanto, a menos que dois solteiros mantenham relações sexuais, eles não são culpados de porneía.

2.(moikhos) – Adúltero. O adúltero é a pessoa casada que mantém relações sexuais com alguém que não é seu cônjuge. Não se refere a beijar alguém que não é seu cônjuge, como um beijo encenado em um filme ou novela, mas a fornicar.

Devo observar que não estou em hipótese alguma promovendo a ideia de que um cristão deva participar de uma cena de filme em que beija outra pessoa que não é seu cônjuge; tampouco estou defendendo que um cristão casado poderia “ficar” com outra pessoa, o que talvez envolva beijos e abraços calorosos. Definitivamente, envolver-se em beijos dramatúrgicos pode ser um laço para o cristão casado; e se um casado “ficar” com alguém, mesmo que não haja relações sexuais, é uma espécie de traição. O que estou mostrando aqui é que isso não corresponde à definição de “adultério”.

O termo “adultério” é definido no dicionário como “traição que se efetiva quando alguém tem relações sexuais com outra pessoa com a qual não está casado”.[4]

Em outras palavras, o adultério é uma das formas de porneía. Se não houver relação sexual pode até existir uma traição, mas não há adultério.

3.(pleonektēs) – Ganancioso/ chantagista/ explorador/ fraudador – Aquele que se apropria de algo que não lhe pertence por meios ilegais, que subjuga os mais fracos e enriquece por explorar os outros com lucros desonestos.

Dissertação sobre pleonektēs

A maioria das traduções verte esse nomen agentis como “ganancioso” ou “cobiçoso”. Estas traduções apontam para a inclinação mental e os desejos. Todavia, Paulo está listando pecados de desassociação, e é impossível que alguém seja expulso da congregação por desejos e inclinações pecaminosas. Apenas Deus poderá nos julgar por nossos sentimentos, jamais a congregação.

O fato de pleonektēs ser o substantivo relativo ao verbo pleonekteō exclui a definição estática de pleonektēs como “ganância”. Vou mostrar isso.

Vejamos o verbo pleonekteō e o substantivo pleonexia (ganância) e seus usos na Septuaginta Grega (LXX). Em Jeremias 22:17 (TNM86) nós lemos:

“Seguramente, teus olhos e teu coração só estão no teu lucro injusto (bætsa').

O substantivo hebraico bætsa’ significa “lucro injusto” ou “ganho desonesto”, e a LXX traduz bætsa’  com a palavra grega pleonexia, que significa “ganância”, e isso mostra que “ganância” neste exemplo é o mesmo que “ganho desonesto”. Assim, pleonexia neste versículo não é um desejo ou um estado de espírito, mas representa o resultado de um desejo, ou seja, ganho desonesto.

O termo hebraico - bætsa’ corresponde ao termo grego pleonexia, e significa “lucro injusto”, não “ganância”, e se refere a uma ação, não a um sentimento ou inclinação mental.

Temos um exemplo semelhante em Ezequiel 22:27 (TNM86)

27 Os príncipes dela no seu meio são como lobos dilacerando a presa em derramamento de sangue, destruindo almas para obter lucro injusto (bātsa‘ bætsa‘).

O texto hebraico de Ezequiel tem o verbo bātsa’, que significa “ganhar pela violência”, expresso como uma construção infinitiva e o substantivo bætsa’, que significa “lucro injusto”, da mesma raiz. A LXX traduz o verbo bātsa’ usando a 3ª pessoa do presente do subjuntivo ativo do verbo pleonekteō com o sentido de “aproveitar alguém, explorar, trapacear”; já o substantivo bætsa’ é traduzido por pleonexia, ou “ganância”. Assim, vemos que na LXX, o verbo pleonekteō tem o significado de adquirir “lucro injusto” e “enriquecimento pela violência”, e pleonexia tem o significado de “ganho desonesto”.

Embora o nomen agentis “ganancioso”, derivado de “ganância”, seja usado frequentemente nas traduções para pleonektēs, as palavras de Paulo não podem ser uma referência a desejos. Portanto, a palavra tem de se referir a ações concretas, conforme os exemplos citados. Em vista disso, a melhor expressão é “chantagista”, “explorador” ou mesmo “fraudador”, não “ganancioso”. A ganância é geralmente definida como “vontade intensa e permanente de possuir ou de ganhar mais do que os demais.” [5] Não é o “desejo insaciável de ter mais” que está sendo mencionado por Paulo, mas as ações pelas quais se obtém algo com fraude, exploração ou chantagem[6] ilegal.

Em harmonia com isso, o dicionário Mounce Concise English-Greek define o substantivo pleonektēs como “aquele que frauda a fim de ter ganho”. Portanto, uma pessoa que promove fraudes, escândalos, a fim de enriquecer às custas dos outros deve ser desassociada.

4.(eidōlolatrēs) – Idólatra. Pessoa que se envolve na adoração e ídolos, sejam estes humanos ou criados por humanos; até mesmo envolve a idolatria à criação em vez de ao Criador, tal como a adoração de um deus-sol. A idolatria também envolve o satanismo, o ocultismo, e qualquer prática religiosa idólatra, tal como produzir e vender ídolos e frequentar centros espíritas. Não se refere ao turismo em locais históricos e religiosos, tais como templos antigos, igrejas históricas, dentre outras construções.

A idolatria pode se tornar pública por meio da apostasia. Apostasia é quando um membro da congregação abandona a fraternidade cristã e se converte a uma religião com práticas antibíblicas, tais como a adoração de ídolos.

5. (loidoros) – Injuriador. Refere-se a uma pessoa abusiva, que insulta com violência, ultraja outros. No vocabulário informal diríamos que tal pessoa “espragueja”, ou amaldiçoa outros com palavrões. Lembremo-nos novamente de que não se trata de alguém que, em um momento, perde a paciência e insulta outra pessoa. Antes, o termo se refere a alguém que tem o hábito de injuriar outros, chamando-os de nomes indignos, insultando-os violentamente. Um exemplo disso é o marido que tem o hábito de insultar a esposa (ou mesmo outras mulheres), chamando-a de “prostituta” e outros nomes até piores.

6.(methysos) – Beberrão/alcoólatra A raiz deste pecado de desassociação não é o álcool em si, mas aquilo que o álcool provoca, a saber, a intoxicação. Intoxicar-se significa “ficar chapado”[7] no linguajar informal. No caso em questão, a intoxicação pelo álcool é apresentada, mas o princípio se aplica a todos os métodos de intoxicação. Por exemplo, se a intoxicação ocorrer por álcool, maconha, cocaína, morfina ou outras drogas pesadas, o princípio não é alterado. Assim, um cristão que fica chapado de morfina, cocaína, maconha e outras drogas para fins de intoxicação é considerado um drogado e deve ser expulso da congregação.

No que tange ao uso medicinal, porém, a finalidade do uso de drogas não é a intoxicação. Ninguém se submete a uma cirurgia com a finalidade de receber anestesia geral e ficar chapado. Pode acontecer de cristãos serem viciados em analgésicos porque possuem dores crônicas, mas isso obviamente não se aplica ao pecado de desassociação.

Tampouco o uso de medicamentos como metadona, que serve para inibir os sintomas de abstinência de drogas pesadas como heroína, é passível de desassociação, pois a metadona não deixa ninguém “chapado”; ao contrário, é justamente para que a pessoa não tenha uma recaída nas drogas que ela usa metadona sob orientação médica.

Portanto, se o uso de maconha ou outras drogas mais fortes, tal como morfina, for puramente medicinal, sob prescrição médica, sem fins recreativos, não é pecado de desassociação.

7. (malakos) – Homossexual passivo. Não se refere a pessoas com desejos homossexuais, mas a praticantes de sexo ilícito segundo a Escritura. Está incluído no conceito de porneía. O termo malakos significa “macio” e, quando referente a coisas, descreve coisas delicadas, tais como “roupas delicadas”. (Mateus 11:8) Por causa do sentido “delicado” da palavra, quando usada em sentido moral se refere especificamente ao macho/menino que faz o papel da fêmea na relação sexual com outro macho. Este tipo de menino comumente era “delicado”, ou “afeminado”, e por isso era chamado de malakos. Segundo o comentarista Albert Barnes, a palavra “é aplicada nos escritos clássicos aos […] catamitas.”

8.(arsenokoitēs) – Homossexual ativo. Não se refere a alguém que é abusado sexualmente, nem a alguém que tem desejos homoafetivos, mas a um homem sodomita, “que se deita com outro homem como se fosse com uma fêmea”. (Thayer’s Greek Definitions). A prática está inclusa no conceito de porneía.

9.(kleptēs) - Ladrão – Pessoa que furta; por extensão, que rouba. Não se refere a alguém que, em desespero, furtou algo pequeno para comer, mas a um indivíduo que é ladrão por hábito ou mesmo por profissão.

10. (harpax) – Extorsor/homem voraz. É semelhante a explorador/fraudador, porém, refere-se a coisas mais extremas do que apenas ter ganho desonesto. Refere-se ao tipo de pessoa que rouba, que toma tudo que vê pela frente, tal qual um lobo voraz. (Veja Mateus 7:15.) Não se refere a jogar na loteria, nem a comprar uma raspadinha, nem a cobrar um dote alto pela noiva. Não se refere a trabalhar em uma casa de jogos de azar. Não se refere a apostar em um cassino.

Este é um termo bastante forte que remete a alguém ímpio, um bandido. Um traficante de drogas, um rei do tráfico, se encaixa perfeitamente neste termo.

11.   (hairetikos) – O homem herege/que promove uma seita. Refere-se a um falso instrutor que introduz doutrinas falsas sobre o Cristo e sobre Deus na congregação. Não se refere a “causar divisões” nem a fazer críticas a homens.

12.    (anthrōpoktonos) – O assassino. Não há maior crime do que cometer um homicídio. A Bíblia diz que o “homem iníquo” deve ser removido da congregação, e não há nada mais iníquo que um assassino intencional. Portanto, embora Paulo não tenha listado o “assassino” em 1 Coríntios 5 e 6, creio que seja unânime entre todos os cristãos que o assassino é passível de desassociação, mesmo porque um assassino é, em essência, uma pessoa voraz (harpax), um bandido.

Portanto, alguém que praticou aborto é passível de desassociação, mesmo que isso não seja crime em um determinado país. Afinal, para Deus a vida começa na concepção, e tirar voluntariamente tal vida corresponde a assassinato. (Salmo 139:15)

No entanto, alguém que matou em autodefesa não é assassino. Se um cristão trabalha como policial e, no exercício justo de sua função como agente da lei, ele entra em um conflito armado com um criminoso e este vem a óbito, isso não consiste de assassinato e não pode resultar em desassociação.

Se um cristão estava dirigindo um carro e perdeu o controle a atropelou alguém que veio a óbito, isso pode ou não incorrer em culpa de sangue, dependendo das circunstâncias (se houve negligência, etc.), mas não se pode dizer que o cristão é um assassino. Portanto, ele não poderá ser desassociado.

Estes são os pecados de desassociação apresentados na Bíblia. Talvez muitos cristãos linha-dura pensem que não há nada de mais em adicionar pecados de desassociação que não são baseados na Bíblia. Entretanto, isso é ir “além das coisas que estão escritas”. (1 Coríntios 4:6) Tenhamos em mente as palavras de Jesus:

(Mateus 15:3-9) 3 Em resposta, ele lhes disse: “E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da sua tradição? 4 Por exemplo, Deus disse: ‘Honre seu pai e sua mãe’ e ‘Quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe seja morto’. 5 Mas vocês dizem: ‘Quem disser ao seu pai ou à sua mãe: “Tudo o que eu tenho que poderia beneficiá-lo é uma dádiva dedicada a Deus”, 6 esse de modo algum precisa honrar seu pai.’ Assim vocês invalidaram a palavra de Deus por causa da sua tradição. 7 Hipócritas! Isaías profetizou apropriadamente a respeito de vocês, quando disse: 8 ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está muito longe de mim. 9 É em vão que continuam a me adorar, pois ensinam as regras de homens como doutrinas.’”


Notas:

[1] Disponível em: <https://cp.indexjuridico.com/art-1o/>.

[2] Disponível em Oxford Learner’s Dictionaries.

[3] Não estou afirmando que o coito anal e/ou oral sejam em si mesmos porneía. Porém, quando praticados por pessoas solteiras ou por pessoas do mesmo sexo, constituem uma relação sexual ilícita.

[4] Disponível em: <https://www.dicio.com.br/adulterio/>.

[5] Disponível em: <https://www.dicio.com.br/ganancia/>.

[6] Definição de “chantagem”: https://www.dicio.com.br/chantagem/Sinônimos: https://www.sinonimos.com.br/chantagem/

[7] Disponível em: <https://www.dicio.com.br/chapado/>.


A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de Jeová. 

 

Contato: oapologistadaverdade@gmail.com

 

Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org

 



Comentários

Anônimo disse…
Parabéns pela análise. Nota-se o evidente abuso e o atropelo das escrituras com essas posições radicais. Quantas vidas foram destruídas por colocar regras humanas acima das de Deus? Quem responderá por isso?
Anônimo disse…
Olá, prezado. Sou o autor do artigo. Obrigado por seu comentário. Definitivamente nota-se abusos. Quem pagará por isso? Eu me faço a mesma pergunta, meu irmão. Não sei como o Senhor resolverá isso, mas resolverá, mesmo que seja com o julgamento adverso.

Lembre-se que aqueles do povo de Deus, os líderes judaicos do tempo da primeira vinda do messias, pensavam ser fieis. Eles se surpreenderam quando descobriram que o messias veio e os condenou. Eles não esperavam tomar esporro do messias; achavam que o messias os libertaria. Entretanto, o messias os condenou.

Lembre-se de que a primeira vinda do messias é um tipo profético da segunda vinda. Qualquer semelhança não é mera coincidência.

Por agora, basta-nos fazer a nossa parte. Precisamos defender as Escrituras em sua forma pura, doa a quem doer. Precisamos nos posicionar em favor da verdade das Escrituras para que não sejamos cúmplices de más ações.
Anônimo disse…
Sob a pecha de “provisão amorosa da parte de Jeová” – sabemos muito bem os reais objetivos do ostracismo advindo da desassociação (excomunhão) praticada pela religião Testemunhas de Jeová. Não sou contra a desassociação/excomunhão. Mas o ostracismo subsequente e fortemente estimulado (por meio de ameaças subliminares) sabemos para que serve! Não é verdade Sr Apologista? O Homem da Noruega nos explicou bem as razões. Essa forma de punição meia “Kadish” meia Cherem (Herem) reforça cada vez mais o desespero extremista adotado pela atual liderança em “silenciar” os ‘pecadores’ a fim de manter rodando as engrenagens de seu sistema.

Passagem do Meio – pag. 88 – de James Hollis – Editora Paulus
Os preceitos religiosos desempenham papel fundamental para muitas pessoas, e elas se tomam infantis devido à falta de liberdade de expressar seus sentimentos sem culpa. Já vi talvez mais danos do que benefícios causados às pessoas pelo clero autoritário e inconsciente. A culpa e a ameaça de ser excluído da comunidade funcionam como poderosos impedimentos ao desenvolvimento do indivíduo. (Não foi por acaso que os antigos consideravam o exílio a pior punição que podia ser aplicada a uma pessoa. O judeu ortodoxo canta o Kaddish, a oração pelos mortos, por aquele que deixa a comunidade; os menonistas “evitam” aqueles que seguem um líder diferente.) Ser exilado do grupo é a grande ameaça da autoridade. Nenhuma criança pode suportar ser excluída da aprovação e proteção dos pais e, portanto, aprende reflexivamente a reprimir seus impulsos naturais. O nome dessa defesa contra a angústia da exclusão é a culpa. Tão grande é a ameaça da perda do lar, tão aterradora a perda dos pais, que todos nós, até certo ponto, continuamos a nos apresentar. O “olhar alemão” está dentro de nós, quer o nosso corpo se mexa, quer não.

Jesus não está desatento a como estão cuidando dos interesses dele e de seu Pai.
Famílias estão sendo desestruturadas e destruídas ao redor do mundo.
Tiago Pereira disse…
O "rochedos escondidos" publicou um vídeo falando sobre nomen agentis. Ele mostrou o texto de 1 Coríntios 10:7 onde Paulo usou o nomen agentis "idólatra" para pessoas que tinham praticado idolatria uma só vez. Com um único ato de idolatria, os israelitas que adoraram o bezerro se TORNARAM idólatras. Nesse caso, eu concordo com ele e discordo de vocês.
O canal Rochedos Escondidos é uma seita. Ele não entendeu o argumento feito e argumento que você mostrou aqui não contradiz o que foi dito.

Um idólatra não precisa praticar idolatria várias vezes para somente então ser um idólatra, assim como um assassino não precisa matar várias pessoas para ser um assassino. O ponto que o sectário (e que deve ser desassociado) "Rochedos Escondidos" não entendeu (ou fingiu não entender para te enganar) é que não é QUANTAS VEZES que alguém faz algo que torna tal pessoa um praticante corrompido pelo pecado, mas aquilo que a pessoa SE TORNA quando ela faz algo.

Certamente, se uma pessoa, mesmo que por uma única vez, comprar um ídolo e passar a adorá-lo, prostrando-se diante de tal ídolo e orando a tal ídolo, tal pessoa é idólatra. No entanto, uma pessoa que UMA ÚNICA VEZ se embriagou não é um "beberrão". Há, evidentemente, uma diferença entre embriagar-se uma única vez e adorar um ídolo uma única vez, assim como há uma diferença grandiosa em furtar uma laranja uma única vez e assassinar alguém uma única vez.

Se você não consegue diferenciar esses conceitos, não há nada que possa ser feito para te elucidar da verdade.

O mentor do canal Rochedos Escondidos deve ser desassociado por heresia. O "Bryan, 1, 2 3, Oliveira 4" é um herege promotor de seita.

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