“Quem se alimenta de minha carne e bebe meu sangue
tem vida eterna, e eu o hei de ressuscitar no último dia; pois a minha carne é
verdadeiro alimento, e o meu sangue é verdadeira bebida.” – João 6:54, 55.
O capítulo seis de João tem sido empregado por alguns religiosos para tentar provar duas coisas: que na chamada “santa ceia” ocorre o milagre da transubstanciação[1] e que todos os cristãos devem participar dessa celebração. Mas, tais afirmações partem do pressuposto de que tal passagem se refere à santa ceia. Mas, será que se refere mesmo?
O
assunto era exercer fé em Cristo e não participar da santa ceia
O tema que levou às palavras de Jesus acima começou com a pergunta que os judeus lhe fizeram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” (João 6:28) Eis a resposta de Jesus: “Esta é a obra de Deus, QUE EXERÇAIS FÉ naquele a quem Este enviou.” (João 6:29) Jesus Cristo comparou o ato de exercer fé nele a simbolicamente alimentar-se dele. Uma comparação dos versículos 40 e 54 mostra isso:
“Pois
esta é a vontade de meu Pai, que todo
aquele que observa o Filho e exerce fé nele tenha vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia.” – João 6:40.
“Quem se alimenta de minha carne e bebe meu
sangue tem vida eterna, e eu o hei de ressuscitar no último dia.” – João
6:54.
Portanto, ‘comer a carne e beber o sangue’ de Cristo neste contexto significa exercer fé em Cristo, e não é uma referência a participar na santa ceia.
Paralelo
com o maná e não com o pão da Páscoa, usado na santa ceia
Observe
agora a continuação da conversa entre Jesus e os judeus: “‘Nossos antepassados
comeram o maná no ermo, assim como está escrito: “Ele lhes deu pão do céu para
comer.”’” Por isso, Jesus disse-lhes: ‘Digo-vos em toda a verdade: Moisés não
vos deu o pão do céu, mas o meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o
pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.’” (João 6:31-33)
Assim, a comparação aqui é feita com o maná, e não com o pão ázimo (sem
fermento) da Páscoa judaica, que foi servido na santa ceia. – Veja também
os versículos 48-50.
Prova
adicional de que tal passagem não faz referência à santa ceia são as palavras
seguintes de Jesus: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, não terá mais fome, e quem exerce fé em
mim, não terá mais sede.” (João
6:35) Por outro lado, em contraste com isso, o pão da santa ceia não deveria
ser comido para tirar a fome do participante. Sobre a celebração da santa ceia,
Paulo disse: “Se alguém tiver fome, coma em casa, para que não vos reunais para
julgamento.” (1 Coríntios 11:34) Além disso, o vinho servido na santa ceia
também não se destina a matar a sede. Afinal, o que mata sede é água. (João
4:14) Por conseguinte, a comparação em João capítulo 6 tem a ver com o maná e a
água providos milagrosamente por Jeová no deserto para sustentar os israelitas,
provisão essa que também fortaleceu a fé deles no poder de Deus. – 1 Coríntios
10:1-4.
Assim
como o maná e a água providos por Deus preservaram a vida dos israelitas,
exercer fé na provisão do sacrifício do resgate provido por Jeová mediante
Cristo também preserva a espiritualidade dos servos fiéis de Deus e os conduz à
vida eterna – que será usufruída no céu por um “pequeno rebanho” de cristãos
escolhidos para reinar com Cristo e na Terra pelas “outras ovelhas” de Cristo,
que receberão o benefício desse maravilhoso governo celestial. – Lucas 12:32;
João 10:16.
Nota:
[1] Transubstanciação se refere á
doutrina de que o pão e o vinho da santa ceia se transformaram milagrosamente
no corpo e no sangue de Cristo.
A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pelas
Testemunhas de Jeová.
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