Fonte: jw.org
Quando se
pergunta a um professo cristão – católico ou evangélico – por que Jesus teve de
morrer, a resposta comum é: “Para nos salvar.” Mas, quando se pergunta à mesma
pessoa por que Jesus teve de morrer para
nos salvar (por que não poderia ter salvo a humanidade sem ter morrido), o
resultado costuma ser o silêncio da falta de resposta.
A ausência de
respostas por parte da cristandade tem levado pessoas sinceras a buscar
diligentemente a resposta. Por exemplo, este site recebeu de um leitor tal questionamento, dirigido a todos os
que supostamente poderiam e deveriam ter a resposta, nas palavras abaixo:
Você que é teólogo; você que é exegeta; você
que é intérprete das Escrituras; você que é clérigo católico em todas as
categorias; você que é clérigo ortodoxo; você que é ancião do templo; você que
é pastor evangélico de qualquer doutrina; você que possui doutorados sobre a
Bíblia; você que é estudioso e entendido da Bíblia; você que publica artigos em
blogs e sites bíblicos, eu lhe pergunto:
Por que, sendo Deus o Todo Poderoso, o
Criador de tudo, teve de colocar seu Filho amado num pavoroso e brutal
sacrifício de sangue, para redimir a humanidade, sendo humilhado, vilipendiado,
escarnecido, injuriado, cuspido, esbofeteado, surrado, espancado, desnudado, sangrado com uma “coroa” de espinhos, rasgado
com uma lança, morto pelos homens, com a pior morte possível na época, e
sepultado num túmulo emprestado?
Sendo tudo o que Deus é, Soberano Absoluto
do Universo Visível e Invisível, por que não teria apenas promulgado que a
partir de tal dia o grave pecado de nossos pais estava completamente perdoado e
nós outros também?
Pesquisei no Google todas as explicações a
respeito dessa pergunta profunda, mas não aprovei nenhuma delas, pois as
explicações – “água com açúcar” – não me convenceram.
Uns dizem que o sacrifício de Jesus foi “uma
dívida que teria de ser paga” e que foi paga com o sacrifício dele; outros
alegam que teria de haver uma “expiação” dos pecados de nossos pais, e isso foi
feito por Jesus; e assim por diante, mas ninguém se atreveu a responder POR QUE
DEUS SIMPLESMENTE NÃO PROMULGOU a redenção da humanidade sem que tivesse sido
necessário entregar seu Filho amado aos ímpios para que passasse por brutais
sofrimentos.
[Fim do
comentário.]
As palavras do
leitor acima refletem seu profundo anseio por uma resposta lógica, que ele não
obteve em suas pesquisas.
Por isso, este
artigo tem o prazer de analisar os questionamentos sinceros que surgem a respeito
desse tema central do cristianismo.
Deus não poderia
simplesmente ter perdoado o pecado de Adão e de Eva?
Não. Pois, se
o fizesse, violaria o seu decreto de que eles morreriam se o desobedecessem. Ele
havia decretado: “Mas, quanto à árvore do conhecimento do que é bom e do que é
mau, não coma dela, porque, no dia em que dela comer, você certamente
morrerá.” (Gênesis 2:17) Caso Jeová deixasse de cumprir sua própria lei, isso
comprometeria sua idoneidade, sua justiça e honestidade. Isso, por sua vez,
comprometeria sua autoridade e o respeito que suas criaturas inteligentes devem
a ele, o que fatalmente resultaria em mais rebeliões e acabaria com a paz no
Universo. O resultado seria o descrito em Eclesiastes 8:11: “Por não se
executar logo a sentença contra um ato mau, o coração dos homens se enche de
coragem para fazer o mal.”
Por que alguém teria
que morrer para recuperar o que Adão e Eva perderam?
Fonte: jw.org
Primeiro,
vejamos o que eles perderam: a vida humana perfeita e eterna no Paraíso na
Terra, tanto para eles como para sua descendência. Lemos em Gênesis 1:27, 28: “E
Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou. Além disso, Deus os abençoou e Deus lhes disse: ‘Tenham filhos e
tornem-se muitos; encham e dominem a terra; tenham domínio sobre os peixes do
mar, sobre as criaturas voadoras dos céus e sobre toda criatura vivente que se
move sobre a terra.’”
Note que nada
foi dito sobre ficarem doentes, envelhecerem e morrerem. Deus os abençoou, e ‘a
bênção de Jeová não acrescenta nenhuma dor’, ou seja, não haveria imperfeição,
doenças, envelhecimento e morte, que tanta dor causam à humanidade. –
Provérbios 10:22.
Para
recuperar, ou resgatar, tal bem perdido (a vida humana perfeita a ser usufruída
no Paraíso) um bem equivalente teria que ser dado em troca: outra vida humana
perfeita. Isto é o que a justiça imutável e perfeita de Deus exige para
desfazer o dano e equilibrar a balança da justiça. Lemos em Êxodo 21:23: “Mas,
se houver um acidente fatal, se dará vida por vida.”
De fato, o ato
desobediente do primeiro casal humano foi fatal em introduzir a imperfeição, o
envelhecimento, a doença e a morte na humanidade. Romanos 5:12 declara: “Por meio
de um só homem o pecado entrou no mundo, e a morte por meio do pecado, e desse
modo a morte se espalhou por toda a humanidade, porque todos haviam pecado.”
O preço é
chamado de “resgate correspondente”. (1 Timóteo 2:6) Neste texto, é usada a
palavra grega antílytron (que ocorre uma
única vez no Novo Testamento), derivada de lýtron
(“resgate”), e apenas uma tradução das pesquisadas destaca o sentido mais
acurado de “resgate correspondente”:
a Tradução do Novo Mundo.
Por esta
razão, nenhum humano imperfeito tinha condições de pagar o preço, conforme
mostra o Salmo 49:7, 9: “Nenhum deles [dos humanos imperfeitos] pode jamais
remir [resgatar da morte] um irmão nem dar a Deus um resgate por ele … para que
ele viva para sempre e não veja a cova.”
O motivo disso
é exposto n o versículo intermediário: “O preço de resgate pela sua vida é tão alto que estará sempre além do alcance deles.” – Salmo
49:8.
Também, nenhum
anjo, mesmo que assumisse forma humana, poderia pagar o preço, pois os anjos são
superiores ao homem perfeito, conforme o Salmo 8:4, 5: “O que é o homem mortal,
para que te lembres dele, e o filho do homem, para que cuides dele? Tu o
fizeste um pouco menor que os seres
divinos [“anjos”, LXX e Hebreus 2:7],
e o coroaste de glória e esplendor.”
Ademais,
nenhum Deus-Homem poderia pagar o preço, pois Adão não era Deus-Homem e, assim,
não haveria equivalência. Por Jesus ter nascido como legitimo humano, podia se
dizer que ‘Adão tinha similaridade com aquele que viria [Jesus Cristo]’. – Romanos
5:14.
Esta é a razão
de Jesus ter se esvaziado de sua condição celestial e ter vindo a nascer como
humano, “porém, sem pecado”. (Hebreus 4:17) Como explicou Paulo em Filipenses
2:7, Jesus “abriu mão de tudo que tinha, assumiu a forma de escravo e se tornou humano”.
Por que foi escolhido
o Filho unigênito de Deus e não outro ser espiritual – no caso, um dos anjos?
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Isto constitui
a maior prova do amor de Deus pela humanidade – dar seu primeiro Filho. O
chamado “Evangelho em miniatura” afirma: “Porque Deus amou tanto o mundo,
que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele exercer fé não seja destruído, mas tenha vida eterna.”
(João 3:16) Adicionalmente, Paulo afirmou dramaticamente: “Visto que ele [Jeová]
nem mesmo poupou o seu próprio Filho,
mas o entregou por todos nós, será que, junto com ele, não nos dará também
bondosamente todas as outras coisas?” – Romanos 8:32.
Dessa forma,
Jeová refutou magnanimamente as acusações do Diabo, que caluniosamente afirmou
que Deus priva suas criaturas de benefícios, como ele deu a entender a Eva,
quando declarou: “Pois Deus sabe
que, no mesmo dia em que comerem dele, seus olhos se abrirão e vocês serão
como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.” (Gênesis 3:5) O iníquo anjo deu
a entender que Deus estava conscientemente privando o casal humano de
benefícios que lhes seriam de direito!
Na mesma
senda, um anjo desviado afirmou que Jeová não se preocupa nem com seus filhos
celestiais, e muito menos com seus filhos humanos! Elifaz, um dos falsos
consoladores de Jó, descreveu uma experiência ele teve com um demônio: “Um
terrível tremor tomou conta de mim, enchendo de pavor todos os meus
ossos. Um espírito [anjo demoníaco] passou pelo meu rosto; os pelos
do meu corpo ficaram arrepiados. Então ele parou, mas não reconheci seu
aspecto. Havia um vulto diante dos meus olhos; houve um silêncio, e então ouvi
uma voz: ‘Ele [Deus] não confia nos seus servos, e encontra defeito nos seus anjos. Quanto mais [encontra defeito] nos
que moram em casas de barro [os humanos], cujo alicerce está no pó, que são
esmagados tão facilmente quanto uma traça!’” – Jó 4:14-16, 18, 19.
Tal passagem
traz a lume o desprezo que as criaturas espirituais demoníacas têm pelos seres
humanos. O Diabo separou a humanidade de Deus, como afirma a passagem
inspirada: “O caluniador separa os que estão familiarizados uns com os outros.”
(Provérbios 16:28) E por este gesto sublime, de enviar o seu Filho amado, Deus
assegurou à humanidade o seu amor infinito, por dar o melhor que ele tinha.
Como o
apostolo Paulo muito bem expressou: “Mas Deus recomenda a nós o seu próprio
amor, por Cristo ter morrido por nós enquanto ainda éramos pecadores. Assim,
visto que agora fomos declarados justos pelo seu sangue, com muito mais certeza
seremos salvos da ira por meio dele. Pois, se nós, quando éramos inimigos,
fomos reconciliados com Deus por meio da morte do seu Filho, com muito mais
certeza seremos salvos pela sua vida, agora que estamos reconciliados. Não
somente isso, mas também nos alegramos em Deus por meio do nosso Senhor Jesus
Cristo, por meio de quem recebemos agora a reconciliação.” – Romanos 5:8-11.
Além disso,
Jesus, em sua existência pré-humana, como o Lógos e mestre-de-obras de Jeová,
demonstrava profundo amor pela raça humana. Como ele mesmo declarou: “Eu me
alegrava com a terra que ele criou para ser habitada, e minha maior alegria eram os filhos dos homens.” (Provérbios 8:31)
Ele se dispôs voluntariamente a vir à Terra e pagar o preço do resgate,
demonstrando o mesmo espírito demonstrado em Isaías 6:8: “Então ouvi a voz de
Jeová, dizendo: ‘A quem enviarei e quem irá por nós?’ E eu disse: ‘Aqui estou!
Envia-me!’”
Por que Jesus teve de
sofrer?
A Lei de Deus
que determinava o preço do resgate não prescrevia de forma alguma que o
resgatador teria que sofrer. Aliás, a tortura é algo detestável até mesmo nas
leis humanas. Quanto mais na perfeita lei de Deus! Como declara Romanos 7:12: “Assim,
a Lei em si mesma é santa, e o mandamento é santo, justo e bom.” Deus nunca
sequer cogitou a ideia de torturar alguém, nem mesmo alguém mal. Quando
“israelitas desviados passaram a queimar no fogo seus filhos e suas filhas”,
Jeová afirmou que isso era ‘algo que ele não havia ordenado e que jamais havia
ocorrido no seu coração’. – Jeremias 7:31.
O exemplo do
que deveria ter acontecido segundo a lei divina foi o ato de Abraão sacrificar
Isaque. (Gênesis 22:1-10) Seria um sacrifício rápido, não precedido de tortura
e de maus tratos, como ocorreu no caso de Jesus Cristo. Se o povo judeu tivesse
seguido a Lei dada por Deus, estaria preparado para receber o Messias. Nessas
circunstâncias, provavelmente o Sumo Sacerdote faria com Jesus o que Abraão fez
com Isaque.
Mas como a
nação judaica haveria de estar desencaminhada por Satanás, tendo aceitado os
desígnios dele, as Escrituras de antemão predisseram o sofrimento do Messias,
ou Cristo. (Veja o capítulo 53 de Isaías, por exemplo.)
Quem providenciou
que Jesus sofresse até o seu limite foi Satanás, em sua vil e inútil tentativa
de provar que a criação inteligente de Deus é falha por natureza e que não
existe lealdade genuína.
Como o Diabo
havia desviado o casal perfeito criado por Deus, suscitou-se a questão de se
seria possível humanos perfeitos permanecerem fieis sob prova. As acusações de
Satanás contra Jó mostram que o Diabo acreditava que ninguém é leal de verdade
a Deus sob prova. Neste respeito, observe os textos abaixo:
“Então Satanás
respondeu a Jeová: ‘Será que é por nada que Jó teme a Deus? Não puseste uma
cerca de proteção em volta dele, da sua casa e de tudo o que ele tem? Tu
abençoaste o trabalho das suas mãos, e os rebanhos dele se espalham pela terra.
Mas agora, levanta a mão e atinge tudo o que ele tem, e com certeza ele te
amaldiçoará na tua própria face.” – Jó 1:9-11.
“Mas Satanás
disse a Jeová: ‘Pele por pele. O homem dará tudo o que tem pela sua vida. Mas
agora, levanta a mão e atinge seus ossos e sua carne, e com certeza ele te
amaldiçoará na tua própria face.’” – Jó 2:4, 5.
Jó provou o
contrário. Afirmou de forma irrevogável: “Até eu morrer não renunciarei à minha
integridade!” (Jó 27:5) Ele foi um dos da “nuvem tão grande de testemunhas” que
atendeu ao cordial convite de Jeová: “Seja sábio, meu filho, e alegre meu
coração, para que eu possa dar uma resposta àquele que me desafia.” (Provérbios
27:11; Hebreus 12:1) Porém, ele era imperfeito; ficou ainda a questão de se um
ser perfeito manteria perfeita integridade a Deus sob prova.
Pela sua
fidelidade a Deus até à morte Jesus solucionou terminantemente a questão. “Mas
vemos a Jesus, que havia sido feito um pouco menor que os anjos, coroado agora
de glória e honra por ter sofrido a morte, para que, pela bondade imerecida de
Deus, provasse a morte por todos.” – Hebreus 2:9.
Por que essas
questões tiveram de ser resolvidas?
Porque a paz
do Universo dependia da resposta a elas. Seres inteligentes – celestiais e
humanos – ficaram expostos a elas. Uma vez tendo tudo sido resolvido, mesmo que
um opositor se levante no futuro contra Deus, fazendo acusações contra ele,
nada terá que ser provado; pois isso já ocorreu, estabelecendo uma
jurisprudência eterna e indiscutível. Como afirmam as Escrituras Sagradas: “A
aflição não virá pela segunda vez.” – Naum 1:9.
Uma vez tudo
resolvido, qualquer possível opositor que se levante poderá ser imediatamente
destruído. Como diz Provérbios 26:20: “Onde não há lenha, apaga-se o fogo, e onde não há caluniador, aquieta-se a
contenda.”
A menos que haja uma indicação, todas
as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de
Jeová.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
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fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
Comentários
Por isso uma das razões por Jesus ter passado por tudo que passou. O povo de israel seguiu a satanás e deu no que deu! Mas jesus foi leal até o fim e JÓ QUE EXEMPLO! Imperfeito sem saber da existência de um inimigo foi leal com a juda de Jeová!