Fonte da ilustração:
https://www.jw.org/pt/publicacoes/livros/biblia-ensina/o-resgate-jesus-sacrificio/
Matéria
extraída do blog “Tradução do Novo Mundo Defendida!”, postada por
Queruvim.
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Alguns têm argumentado que Jesus não poderia ter
sido executado em uma estaca reta sem vigas transversais.
A contestação de alguns se baseia num
artigo da REVISÃO BÍBLICA de Abril de 1989, debaixo de dois subtítulos: a
Vítima “Morre por Sufocamento”, e Cravos nas Mãos “Segurariam o Peso do
Corpo?”.
Comentando essa pesquisa, certos críticos concluem:
O autor desacredita a
teoria prévia da crucificação como formulada por A. A. LeBec em 1925 e cuja
publicidade foi difundida pelo Dr. Pierre Barbet em 1953, que (1) Jesus morreu
por sufocamento devido a ser incapaz de se levantar para respirar, e (2) os cravos
em suas mãos estavam de fato nos pulsos (assumindo que as palmas das mãos não
poderiam segurar o peso do corpo). Agora parece que a evidência não apoia a
teoria de Barbet.
Os críticos prosseguem:
(1) Jesus não morreu por
sufocamento, mas por choque e trauma. Adicionalmente, um homem empalado com
braços estirados diretamente em cima de sua cabeça (como a Torre de Vigia
descreve) sufocaria em minutos, considerando que um homem com mãos estendidas
de lado a um ângulo de 60-70 graus (como em uma cruz) poderia viver por horas
sem sufocar.
(2) Há dois locais na
PALMA de cada MÃO que permitem que um prego penetre e segure o peso do corpo
inteiro até cem libras, tornando a “teoria do pulso” desnecessária para
explicar como os braços de Cristo foram presos à cruz. Anos atrás, LeBec e
Barbet tinham concluído que uma pessoa pendurada com os braços para cima
sufocaria em questão de minutos, devido à inabilidade dos pulmões de se
expandir e contrair em tal posição. Adicionalmente, o radiologista austríaco,
Hermann Moedder, fez experiências com estudantes médicos nos anos 40,
pendurado-os pelos pulsos com as mãos diretamente sobre suas cabeças (parecido
com os quadros da Torre de Vigia com Jesus em uma estaca). Em alguns minutos,
os estudantes ficaram pálidos, a capacidade pulmonar deles caiu de 5.2 a 1.5
litros, a pressão sanguínea diminuiu e a taxa de pulso aumentou. Moedder
concluiu que a inabilidade para respirar aconteceria em aproximadamente seis
minutos se não lhes permitissem ficar de pé e descansar.
O mesmo se aplicaria a
Cristo: se ele estivesse suspenso em uma estaca como a Torre de Vigia descreve,
pendurado com as mãos suspensas diretamente para cima, teria sufocado em
questão de minutos.
Porém, Zugibe descobriu
que, se os estudantes fossem pendurados através das mãos estendidas para o lado
a 60-70 graus, eles não teriam nenhuma dificuldade de respiração por horas a
fio. Uma vez que Lucas 23:44 e Mateus 27:45, 46 mostram que Cristo esteve na
cruz durante aproximadamente três horas, a evidência aponta novamente para
morte em uma cruz tradicional.
Nesta consideração, observaremos que a
declaração “um homem empalado com braços estirados diretamente em
cima de sua cabeça (como a Torre de Vigia descreve) sufocaria em minutos”
é enganosa!
A pesquisa não focava na maneira em que a “Torre de
Vigia descreve”, visto que, como poderá ver nesta matéria logo abaixo, uma
representação semelhante às produzidas pelas Testemunhas de Jeová inclui
um apoio para os pés de Cristo, algo que está ausente na teoria
proposta e defendida por Zugibe. Antes de chegarmos nesse ponto, vamos fazer
algumas considerações adicionais.
Gunnar Samuellson, pastor evangélico, teólogo
e erudito da Universidade de Gothenburg, escreveu uma tese de
400 páginas depois de nove anos de pesquisa, sendo que três anos e meio de sua
pesquisa na Universidade foram voltados especificamente para o assunto do
instrumento da execução de Cristo, na qual verificou (lendo 12 horas por dia,
seis dias por semana e usando metodologia acadêmica) que a literatura em grego
antigo – o grego koiné –, bem como a literatura hebraica e em
latim, não apresentam a cruz moderna como símbolo comum de suplício, nem mesmo
nos dias da Roma antiga. (Para uma consideração a respeito
desse erudito, clique aqui.)
Quando perguntado sobre o resultado de sua
pesquisa, esse erudito ponderou:
Devemos ler o texto como ele é, não como nós pensamos que é. Devemos ler nas linhas, e não entre as linhas. O texto da Bíblia é suficiente. Não precisamos acrescentar nada.
Será que o teólogo e erudito Gunnar Sammuelsson é
Testemunha de Jeová?
“Se você busca por textos antigos que mencionam
especificamente o ato da crucificação [tal como a entendemos hoje]”, diz Gunnar
Samuellson, “você vai acabar com exemplos de apenas dois ou
três”. Segundo Gunnar Samuellson, a palavra staurós é
usada na literatura antiga ao mencionar o que humanos faziam ao colocar frutas
ou carcaças de animais pendurados em uma “staurós” para secarem. Seria tolice
imaginarmos que eram “cruzes”. Antes, eram obviamente “estacas”.
Fica claro que uma pesquisa objetiva baseada na
Palavra de Deus e na literatura greco-romana focada quanto ao uso das palavras
nos idiomas originais da Bíblia não revela a cruz moderna como sendo o
instrumento de execução no qual nosso Salvador foi pendurado. Os
pesquisadores que se debruçaram no assunto durante anos e são comumente citados
pelas Testemunhas de Jeová usaram método científico e pesquisa responsável e
não emoção ou tradição para afirmarem isso. Nem mesmo basearam suas pesquisas
em conjecturas formuladas milênios depois da morte de Cristo. As declarações
acima, que expressam uma crítica infundada da visão de eruditos dedicados e das
Testemunhas de Jeová, ancoram-se em meras conjecturas que questionam evidências
baseadas em pesquisa objetiva e em método acadêmico.
Em 1 Coríntios 4:6, Paulo, sob
inspiração, nos alerta sobre o perigo de ir ‘além daquilo que está escrito’. As
Testemunhas de Jeová evitam afirmar que Cristo foi pendurado em uma cruz de
duas vigas, uma vez que não há evidência alguma disso nas Escrituras Sagradas.
O ônus da prova de que o “staurós” usado era um instrumento cruciforme recai
sobre os críticos das Testemunhas de Jeová, como se dá no caso do autor do
artigo “Com quantos paus se faz um stauros”. (Veja uma resposta ao artigo crítico do entendimento
das Testemunhas de Jeová a respeito da cruz.)
O médico legista americano Frederick Zugibe, um dos
mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade
de Colúmbia, dissecou a morte de Jesus com a objetividade científica da
medicina. Zugibe, 76 anos, juntou ciência e fé e atravessou meio século de sua
vida debruçado sobre a questão da verdadeira causa mortis de
Jesus. Segundo ele, Jesus morreu de parada
cardiorrespiratória decorrente de hemorragia e perda de fluidos
corpóreos (choque hipovolêmico), combinado com choque traumático decorrente dos
castigos físicos a ele infligidos.
O começo da pesquisa de Zugibe é o Jardim das
Oliveiras, quando Jesus se dá conta do sofrimento que se avizinha: condenação,
açoitamento e, por fim, quando foi então pendurado no “staurós”. Relatos
bíblicos revelam que, nesse momento, “o seu suor se transformou em gotas de
sangue que caíram ao chão”. (Lucas 22:44) A descrição (feita pelo apóstolo
Lucas, que era médico) está em harmonia, segundo Zugibe, com o fenômeno da
hematidrose, raro na literatura médica, mas que pode ocorrer em indivíduos que
estão sob forte estresse mental, medo e sensação de pânico. As veias das
glândulas sudoríparas se comprimem e depois se rompem, e o sangue mistura-se ao
suor, que é então expelido pelo corpo.
Após a condenação, Jesus é violentamente açoitado
por soldados romanos por ordem de Pôncio Pilatos, o Governador da Judeia. Para
descrever com precisão os ferimentos causados pelo açoite, Zugibe pesquisou os
tipos de chicotes que eram usados no flagelo dos condenados. O instrumento
mais terrível para o açoitamento era conhecido como o flagellum. Consistia
num cabo em que se fixavam diversas cordas ou tiras de couro. Essas tiras
tinham presas nelas pedaços dentados de osso ou de metal, para tornar os golpes
mais dolorosos e eficazes. A conclusão, segundo alguns, é que Jesus Cristo
recebeu 39 chibatadas (o previsto na chamada “Lei Mosaica”), o que equivale na
prática a 117 golpes. As consequências médicas de uma surra tão violenta
são hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível laceração
no baço e no fígado. A vítima também sofre tremores e desmaios. “A vítima era
reduzida a uma massa de carne, exaurida e destroçada, ansiando por água”, diz o
legista.
Teorias
médicas a respeito da causa da morte de Cristo
Causa da morte
|
Especialização do Autor
|
Referência
|
Ruptura
Cardíaca
|
Médico
|
Stroud
1847 (Ref. 2)
|
Falha
Cardíaca
|
Médico
|
Davis 1965
(Ref. 15)
|
Choque
Hipovolêmico
|
Patologista
forense
|
Zugibe
2005 (Ref. 12)
|
Síncope[1]
|
Cirurgião
|
LeBec 1925
(Ref. 16)
|
Acidose[2]
|
Medico
|
Wijffels
2000 (Ref. 17)
|
Asfixia
|
Cirurgião
|
Barbet
1963 (Ref 18)
|
Arritmia e
asfixia
|
Patologista
|
Edwards
1986 (Ref 19)
|
Embolismo[3]pulmonar
|
Hematologista
|
Brenner
2005 (Ref 20)
|
Desistência
voluntária de viver
|
Médico
|
Wilkinson
1972 (Ref 21)
|
Não morreu
realmente
|
Médico
|
Lloyd-Davies
1991 (Ref 22)
|
Poderá encontrar outras teorias propostas
recentemente por Truman Davis, pelo cirurgião ortopédico Keith Maxwell ou
ainda pelo fisiologista Brian Church, entre outros. Quando um grande
número de teorias são propostas para dar explicações em qualquer disciplina
científica, isso frequentemente demonstra que não há evidência clara que possa
indicar a resposta. Tanto historiadores arqueólogos e médicos participaram nas
principais pesquisas, cujo objetivo era obter respostas a respeito da causa
mortis de Cristo.
Bases equivocadas sobre as quais Zugibe edificou
sua pesquisa
As pesquisas do médico legista Frederick Zugibe
levaram a conclusões que não foram baseadas em quaisquer evidências positivas
para a teoria do choque hipovolêmico (que não foi testada), mas antes na
evidência negativa para a teoria da asfixia. Sem falar que parte da conclusão
desse legista baseou-se numa análise que levou em conta o Sudário de Turim,
considerado fraude por muitos. A datação por radiocarbono feita por três diferentes
laboratórios revelam que esse sudário é na realidade uma fraude da Idade Média,
datado como sendo de 1260 a 1390 E.C.
Temos que considerar também que as contestações de
Zugibe contra a teoria proposta pelo cirurgião francês Pierre Barbet basearam-se
em enforcamentos feitos pelo exército austro-germânico e pelos nazistas no
campo de extermínio de Dachau. Nesses casos os prisioneiros eram suspensos com
os braços diretamente acima da cabeça e as pernas ficavam soltas no ar. Zugibe
contrasta estas suspensões com as que ele defende, onde o indivíduo pendurado
tem os pés presos à cruz. Zugibe não faz uma avaliação que leva em consideração
um individuo pendurado com seus braços acima de sua cabeça e com uma
sustentação abaixo de seus pés.
O radiologista austríaco Ulrich Moedder também
contesta o raciocínio de Barbet afirmando que esses voluntários não suportariam
mais de seis minutos naquela posição sem descansar. Mas este é o ponto: Sem
descansar! Alguém por acaso apresentou alguma evidência de que abaixo dos pés
de Cristo não havia nenhuma sustentação? As Testemunhas de Jeová jamais
propuseram isso, mas o contrário, como pode ver na figura abaixo.
FONTE: Livro "Aprenda do Grande
Instrutor" (ed. 2010, p.188), publicado pelas Testemunhas de Jeová.
Temos que ressaltar que a pesquisa de Zugibe não
foi uma refutação à “Torre de Vigia”, e evidentemente descartou a possibilidade
mais evidente, conforme apresentada nas Escrituras Sagradas, a saber, que Jesus
foi pendurado em um madeiro ou poste, e não em um objeto cruciforme. Baseou sua
pesquisa a partir de tal pressuposto, não em sintonia, mas em discordância com
o que a Bíblia realmente diz.
Das mais de 10 teorias proposta para a causa da
morte de Jesus Cristo, realizadas por pessoas muito experientes em campos tais
como patologia forense, medicina ou cirurgia, embora aparentemente plausíveis,
revelam, porém, depois de um exame mais detalhado, que estas não podem ser
sustentadas devido à ausência de informação nos poucos dados disponíveis.
E mesmo depois de consultas referentes ao período
romano feitas na British Library, juntamente com a única descoberta
arqueológica com um suposto modelo de crucificação (Giv’at ha-Mivtar), estudados
durante uma visita a Jerusalém, temos um meandro de conjecturas que dispensam
qualquer afirmação dogmática a respeito da real causa mortis. Em
Israel, até mesmo um osteoarqueólogo foi consultado no caso dos restos mortais
achados em 1968 do calcanhar de Yehohanan ben Hagakol.
As propostas de uma resposta a respeito da causa
mortis de Jesus a partir de uma visão arqueológica são limitadas
demais para se chegar a uma opinião inquestionável – o que desbanca o
dogmatismo de muitos críticos contra as Testemunhas de Jeová. Preferimos ficar
com a afirmação simples de que Cristo morreu em uma estaca, pois é isso o que a
Bíblia diz de modo inquestionável em sua simplicidade. Até porque vários
fatores envolvidos na causa de sua morte não são claramente detalhados nem pela
Bíblia, nem pela história ou sequer pela arqueologia.
Notas:
[1] Medicina: Perda repentina da consciência com suspensão
aparente das funções vitais de respiração e circulação. – Michaelis.
[2] Med Estado de alcalinidade diminuída do sangue e dos
tecidos, caracterizado por hálito doce e doentio, dor de cabeça, náusea,
vômitos e distúrbios visuais; geralmente causado por excesso de produção de
ácidos. – Michaelis.
[3] Med Formação de embolias [Obliteração repentina de
uma artéria ou veia por um êmbolo (partícula estranha)]; estado das artérias em
consequência dessa formação. – Michaelis.
A
menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do
Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a
fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
Comentários
As TJ's se apegam ao conceito da alma ser o corpo físico, oque representa uma estranha ótica materialista sobre a alma (materialismo no sentido filosófico, referente à matéria. Para as TJ's materialismo é a busca por bens materiais e prazer, mas isso na verdade se chama mundanismo).
Mas existe um outro ente que as TJ's não conceituam diretamente e que está implícito em sua doutrina. Esse ente é geralmente explicado por elas como sendo uma "memória" que fica "guardada" na "mente" de Jeová. Uma ilustração recorrente é sobre o celular e seu chip GSM. O celular representa o corpo e o chip é essa "memória" do indivíduo.
As TJ's então enfrentam a mesma problemática que as outras religiões, eles simplesmente não conseguem definir (até hoje nenhum teólogo ou filósofo dualista conseguiu produzir uma definição. No máximo conseguem uma definição negativa, ou seja, oque não é uma alma) oque é esse ente que está separado do corpo (hipótese dualista de mente e cérebro). Nem mesmo os espíritas possuem uma definição sobre oque é o espírito, então eles recorrem ao que justamente eles negam: o materialismo. No caso dos espíritas, eles recorrem a um corpo material menos denso, chamado de perispírito, no qual o espírito (não-definido) habita e controla o corpo físico.
No caso das TJ's, pode-se dizer que elas acreditam em um ente que sobrevive a morte física, mas que fica inerte e pode ser descartado em um tempo estabelecido. As TJ's possuem a doutrina implícita de "alma inerte", mas que não é imortal, pois será um dia "apagada" da memória de Jeová depois do Armagedom (a segunda morte?). As TJ's possuem uma doutrina sobre um ente (não-definido), que é separado do corpo e que sobrevive à morte física (mesmo que temporariamente "até o Armagedom").
Estranhamente nenhuma TJ percebe essa doutrina, e em sua maioria, nem mesmo conseguiriam aceita-la se fosse apresentada a elas. Essa doutrina "embutida" é apenas mais um exemplo da dominação da Torre sobre seus escravos, que nem mesmo se apercebem das contradições internas de sua religião.
Johanes
Mais uma vez gostaria que pudesse me ajudar numa dúvida encaminha a mim, por uma pessoa que acredita na trindade.
Pesquisei nas publicações do escravo e não encontrei algo específico.
Estive lendo um de seus artigos sobre a personificação do espírito santo, mas se eu não estiver enganado, não encontrei lá algo que possa esclarecer este assunto.
A dúvida que me enviaram é a seguinte:
"Todos eles ficaram cheios do espírito santo." (Atos 2:4, Tradução do Novo Mundo)
Veja o que o livro da Torre de Vigia de 1982, diz:
"'Todos eles ficaram cheios do espírito santo'. (At.2:4). Eles ficaram 'cheios' de uma pessoa? Não, mas ficaram cheios da força ativa de Deus. Portanto, os fatos tornam claro que a trindade não é um ensinamento bíblico... Como o espírito santo poderia ser uma pessoa, sendo que encheu cerca de 120 discípulos ao mesmo tempo?"
"Como o derramamento do espírito santo nos seguidores de Jesus prova que ele não é uma pessoa?"
Se o derramamento do Espírito Santo (At. 2:33, 10:45; e assim por diante) fosse evidência contra sua personalidade, então o apóstolo Paulo também não seria uma pessoa, porque Paulo escreveu acerca de si mesmo:
"Eu esteja sendo derramado..." (Fil. 2:17, Tradução do Novo Mundo) e:
"...Já estou sendo derramado..." (11 Tim. 4:6, Tradução do Novo Mundo).
Uma vez que o apóstolo Paulo, obviamente uma pessoa real, poderia ser mencionado na Bíblia como sendo "derramado", então a mesma expressão dizendo respeito ao Espírito Santo dificilmente poderia ser usada como uma prova contra a personalidade do Espírito.
Da mesma forma, a profecia do Antigo Testamento diz de Jesus Cristo, "fui derramado como água" (Sal. 22:14, Tradução do Novo Mundo). Por esta razão, aplicar os argumentos fariam também dele uma simples força impessoal. Obviamente, este argumento é uma ilusão.
Mas, e a respeito do problema dos discípulos serem "cheios" com o Espírito Santo? Ao invés de sustentar o que as TJ acreditam, este versículo realmente prova o oposto: a saber, que o Espírito Santo é o próprio Senhor Deus. Ele é quem "a tudo enche em todas as coisas" (Ef. 1:23), "que cumpre tudo em todas as coisas". Se este"ele" que preenche todos os discípulos não é uma pessoa divina ???
O Espírito Santo pode falar (At. 13:2), testemunhar (João 15:26), "dizer o que ele ouve" (João 16:13) e "sentir-se magoado" (Is.63:10, Tradução do Novo Mundo).
Veja o que diz em 2 Coríntios 3:17. A maior parte das traduções deste versículo diz: "O Senhor é o Espírito."
Assim que for possível, gostaria de por favor saber seus comentários.
Muito obrigado!
O autor do comentário também mostra desconhecer o conceito das Testemunhas, ao afirmar que “as TJ's se apegam ao conceito da alma ser o corpo físico”. Nunca afirmamos isso! O que ensinamos, de acordo com as Escrituras, é que “a ‘alma’ é a pessoa, o animal ou a vida que a pessoa ou o animal usufrui”. – Estudo Perspicaz das Escrituras, vol. 1, p. 90.
O comentarista também afirma que “para as TJ's materialismo é a busca por bens materiais e prazer, mas isso na verdade se chama mundanismo”. Ingenuamente, ele acha que as Testemunhas desconhecem o conceito filosófico de “materialismo”. Contudo, a revista “Despertai!” de setembro de 2006, p. 17, conceitua: “Materialismo, nesse sentido [usado no artigo], refere-se à teoria de que a matéria física é a realidade única ou básica, que tudo no Universo, inclusive toda vida, veio à existência sem nenhuma intervenção sobrenatural.”
Acontece que “materialismo” é comumente vertido por “comportamento, maneira de viver, estado de espírito de uma pessoa (ou sociedade) extremamente devotada aos bens, valores e prazeres materiais”. (Dicionário Houaiss) “Mundanismo” é um sinônimo desse sentido de “materialismo”, de modo que ambas as palavras podem ser usadas nesse contexto.
Também não é verdade que as Testemunhas “acreditam em um ente que sobrevive a morte física”. O livro “O que a Bíblia realmente ensina”, p. 58, debaixo do subtítulo “O QUE REALMENTE ACONTECE NA MORTE?” afirma: “O ensino claro da Bíblia é: quando uma pessoa [alma] morre, ela deixa de existir.” Ter Deus em Sua memória todas as características físicas e mentais (a inteira individualidade) de uma pessoa não significa que essa pessoa sobreviveu à morte do corpo. Ela não existe mais. Jeová pode recriá-la com base no total conhecimento que ele tem de como a pessoa era.
Infelizmente, o senhor Johanes desconhece os ensinos das Testemunhas de Jeová. Mas, se fizer um exame sincero de todas as 856 ocorrências de “alma” na Palavra de Deus, verá claramente que não há nenhuma contradição no que ensinamos a esse respeito.
Porque nos casos envolvendo Paulo e Cristo, tais pessoas são mencionadas como sendo derramadas COMO ALGO QUE SE DERRAMA:
“Mesmo que eu esteja sendo derramado COMO OFERTA DE BEBIDA ….” – Fil 2:17.
“Pois, já estou sendo derramado COMO OFERTA DE BEBIDA, ….” - 2 Tim 4:6.
“Fui derramado COMO ÁGUA.” - Sal 22:14.
Portanto, nos casos acima, trata-se de um SÍMILE, “figura que compara duas coisas essencialmente dessemelhantes, atribuindo-lhes caracteres comuns”. (Michaelis)
O símile não tem por finalidade provar personalidade ou a ausência dela. Apenas visa fazer uma comparação, assim como a metáfora.
Já no caso do derramamento do espírito santo, não ocorre símile. A Bíblia não diz que o espírito é derramado como algo que se derrama. Não. Ser derramado é uma característica própria do espírito santo, visto que tal espírito é a impessoal força ativa de Deus. Mas o verbo “derramar” poderia ser aplicado a uma força – uma energia? Sim. O Dicionário Michaelis define “derramar” (entre outras definições) como “espalhar-se”, “difundir-se”, “distribuir”, “repartir” e “propagar”. Todas essas definições citadas aqui podem descrever uma energia em atividade. – Veja Núm 11:17, 25, 26; He 2:4.
Em plena consonância com isso, o verbo grego έκχέω ou εκχύννομαι [ekkhéo ou ekkhýnnomai] (“derramar”) tem o sentido de “conceder e distribuir em grande parte”. (The New Analytical Greek Lexicon, 7ª ed., 2001; veja o artigo “Estudo sobre Pneumatologia – Parte 5”, neste blog, no link http://oapologistadaverdade.blogspot.com.br/2012/09/estudo-sobre-pneumatologia-parte-5-o.html)
Por outro lado, o verbo grego usado nos dois textos citados pelos trinitaristas (Fil 2:17 e 2Ti 4:6) NÃO USA esse verbo, e sim o verbo spéndo (σπένδω), que significa “oferecer uma libação ou oferta líquida”. (Léxico do Novo Testamento Gregeo/Português de Gingrich e Danker [G.D.]) Esse verbo ocorre somente nestes textos: Fil 2:17 e 2Ti 4:6.
Portanto, além de o símile impedir o uso desses textos para tentar refutar a clara impessoalidade do espírito santo, o mau uso dos mesmos também demonstra desconhecimento da língua grega.
É verdade que na Septuaginta grega, no Salmo 22:14 (21:15, LXX) ocorre o verbo grego έκχέω, na frase ωσει υδωρ εξεχυθην (oseí hýdor ecsekhythen), literalmente: “Como água fui derramado.” Contudo, a partícula grega ωσει (oseí) denota comparação, significando: “como, semelhantemente, algo como” (G.D.), estabelecendo o símile. Portanto, não há nenhuma base linguística, muito menos bíblica, para usar esses textos como tendo alguma semelhança com o derramamento do espírito santo.
O texto citado de Efésios 1:23, nas versões de Almeida, é traduzido preponderantemente por “cumpre tudo em todos” (Al, ACRF, IBB), sendo somente na Almeida Atualizada traduzido por “a tudo enche em todas as coisas”. (ALA) Mas, o ponto é que esse texto não afirma que Deus enche tudo com ele mesmo.
A Bíblia diz que ‘o céu dos céus não podem conter’ a Deus. (1Rs 8:27) Se nem o Universo físico pode comportar a presença de Jeová em pessoa, muito menos nós! Então, como Jeová “preenche todas as coisas”? (Ef 1:23, NM) Do modo como a Bíblia aponta: com Seu espírito santo. – Lu 1:15, 67; 4:1; At 2:4; 4:8, 31; 6:3; 7:55; 9:17; 11:24; 13:9; Ef 5:18.
Com relação ao espírito santo ‘falar’, ‘testemunhar’ etc., trata-se evidentemente de uma personificação (prosopopeia). – Veja os artigos “Personificação prova personalidade?” (link http://oapologistadaverdade.blogspot.com.br/2011/09/personificacao-prova-personalidade-uma.html) e “O ‘Espírito Santo’ é uma pessoa?” (link http://oapologistadaverdade.blogspot.com.br/2012/07/o-espirito-santo-e-uma-pessoa_8.html)
Quanto a 2Co 3:17, o texto NÃO DIZ que ‘o Senhor [Jeová] é o espírito santo’. Antes, diz que “o Senhor é Espírito” (Al, ACRF), ou “o Senhor é o Espírito” (ALA, IBB). Nessa acepção, “espírito” refere-se a uma pessoa espiritual. Contudo, o artigo definido mostra que Jeová não é apenas um ser espiritual, como suas criaturas celestiais. Ele é “O” Espírito num sentido único e singular, como o Deus Todo-poderoso e majestoso Criador. – Veja o artigo “Estudo sobre Pneumatologia – Parte 2”, no link http://oapologistadaverdade.blogspot.com.br/2012/08/estudo-sobre-pneumatologia-parte-2.html
Acontece que os trinitaristas deixaram de citar a continuação do versículo, que menciona o “Espírito do Senhor”. (Al, ACRF, IBB, ALA) Uma vez que este segundo espírito é do Senhor – ou seja, a ele pertence; é sua propriedade – tal “Espírito” (ainda que colocado com inicial maiúscula) não pode ser o próprio Senhor (Deus). Atos 2:17 declara: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor [“Deus”, Al, ACRF] , que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne.” (ALA, IBB) Uma vez que Deus diz “do MEU Espírito”, ele está se referindo a algo dele, que lhe pertence, mas não a ele próprio, pois ele não disse: ‘derramarei a mim mesmo’. Pelo visto, por essa razão, há traduções que colocam “espírito” com inicial minúscula nesse texto. (The New American Bible; Sociedade Bíblica Britânica) Trata-se cristalinamente da energia que dele emana, Seu espírito santo ou força ativa.
Acima há uma transcrição do contexto histórico que envolve uma gigantesca e globalizada serie de crenças em torno da verdade....
Mas eu acredito que Jesus foi crucificado , porque ele foi morto pelo império romano , e é bem conhecido que os romanos crucificavam criminosos .
Vale ressaltar a fortíssima evidência ressaltada pelo autor do artigo acima:
“Gunnar Samuellson, pastor evangélico, teólogo e erudito da Universidade de Gothenburg, escreveu uma tese de 400 páginas depois de nove anos de pesquisa, sendo que três anos e meio de sua pesquisa na Universidade foram voltados especificamente para o assunto do instrumento da execução de Cristo, na qual verificou (lendo 12 horas por dia, seis dias por semana e usando metodologia acadêmica) que a literatura em grego antigo – o gregokoiné –, bem como a literatura hebraica e em latim, não apresentam a cruz moderna como símbolo comum de suplício, nem mesmo nos dias da Roma antiga.”
Não me refiro ao texto sobre a Cruz em si - ainda tenho certas dúvidas sobre esse assunto. - Me refiro-me as respostas completas que você sempre faz referente aos comentários aqui. Me impressionei com a duvida da irmã acima, e fiquei ainda mais impressionado com a resposta a tal pergunta.
Muito bem explicado e muito coerente. Certamente ler sua resposta aumentou minha fé!
Continuarei acompanhando o BLOG!
Abraços!
Você saberia me citar quais sãos essas 856 ocorrências de alma? Pois lembro que citaste todas ocorrências de espírito.
Faço esse questionamento pois nas traduções nem sempre veremos todos os casos...por nem sempre traduzirem literalmente, e na revisão de 2013 da TNM inclusive algumas ocorrências da palavra alma (em inglês SOUL) desapareceram por causa da equivalência dinâmica.
O termo neotestamentario corpo físico em grego seria "corpo de alma" assim como homens animalescos "homens de alma", ou seja, são dois casos onde o original literalmente emprega a palavra para "alma" ou um derivado dela.
Hebr.: נפש (né·fesh); gr.: ψυχή (psy·khé); lat.: á·ni·ma
Todos eles ficaram cheios do espírito santo." (Atos 2:4, Tradução do Novo Mundo)
Veja o que o livro da Torre de Vigia de 1982, diz:
"'Todos eles ficaram cheios do espírito santo'. (At.2:4). Eles ficaram 'cheios' de uma pessoa? ... Como o espírito santo poderia ser uma pessoa, sendo que encheu cerca de 120 discípulos ao mesmo tempo?"
eles citaram MARCOS 5:9-12 onde o homem está cheio de demonios = espiritos, que são pessoas espirituais. portanto argumentaram eles, do mesmo jeito, o espirito santo nao deixa de ser uma pessoa só porque ele enche (entra) nas pessoas. gostaria da ajuda de vocês que entendem mais que eu, para eu poder responder eles. e obrigado por fazer esse blog para compartilhar seus conhecimento e assim ajudar muita gente e defender as testemunhas de jeová e acima de tudo, a jeová e jesus das mentiras da cristandade.