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Um desafio aos católicos e aos evangélicos! – Parte 1

Fonte: jw.org

Prezado leitor:

Antes que você conclua algo negativo do tema deste artigo, antecipo que o desafio que será proposto é positivo e promove maior conhecimento da Bíblia, independentemente de sua religião.


O desafio proposto é este:




Outras traduções vertem a palavra “virgindade” (qualidade) por “virgem” (pessoa), e aí começa a confusão. Para piorar a situação, algumas traduções acrescentam a palavra “filha” (que não ocorre no texto grego original), fazendo o texto rezar: “filha virgem”.

Em função disso, surgem traduções absurdas.

A matéria abaixo é uma republicação de parte do artigo As traduções da cristandade – parte 5:
  
Casar-se com a própria filha?

“Entretanto, se alguém julga que trata sem decoro a sua filha, estando já a passar-lhe a flor da idade, e as circunstâncias o exigem, faça o que quiser. Não peca; que se casem.” – 1 Coríntios 7:36, Almeida Atualizada.

O texto isolado, nessa tradução, menciona duas pessoas – o pai e sua filha –, e no final recomenda: “Que se casem.” Isoladamente, tal tradução está recomendando o incesto!

A continuação do texto nessa versão segue outro caminho – igualmente absurdo. Observe:

“Todavia, o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas domínio sobre o seu próprio arbítrio, e isto bem firmado no seu ânimo, para conservar virgem a sua filha, bem fará. E, assim, quem casa a sua filha virgem faz bem; quem não a casa faz melhor.” – 1 Coríntios 7:37, 38, Almeida Atualizada.

Tal maneira de traduzir adota uma posição altamente machista e insensata: propõe que um homem sem necessidade de ter uma esposa deve também manter a sua filha sem se casar! E ainda acrescenta que tal decisão é a “melhor”.

Vendo que tal modo de verter o texto é simplesmente inadmissível, algumas traduções traçam outro enfoque. Veja abaixo:

“Aos que ficaram noivos, mas resolveram não casar mais, eu digo o seguinte: se o rapaz sente que assim não está agindo certo com a sua noiva e acha que a sua paixão por ela ainda é muito forte e que devem casar, então que casem. Não existe pecado nisso. Mas se, pelo contrário, o rapaz não se sente na obrigação de casar, se está mesmo resolvido a ficar solteiro e se é capaz de dominar a sua vontade e já resolveu o que deve fazer, então faz bem em não casar com a moça. Assim quem casa faz bem, mas quem não casa faz melhor ainda.” – 1 Coríntios 7:36-38, Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

Estaria o apóstolo Paulo incentivando o rompimento do noivado, algo tão sério mesmo antes do cristianismo – nas leis patriarcais e no pacto da Lei mosaica? (Gênesis 19:14; Mateus 1:19) É o que tais traduções estão afirmando. Pior ainda: segundo tais traduções, Paulo estaria dando apenas ao noivo o direito de cancelar o compromisso, e ainda por motivos absurdos!

E os absurdos não param por aí. A Bíblia de Jerusalém fala de o noivo, ao invés de casar-se com a noiva, decidir ‘deixá-la permanecer como sua noiva’! Em outras palavras, ele nem se casa nem cancela o noivado. É um noivado vitalício! E a Bíblia Pastoral traduz de modo a afirmar que o noivo deixar de casar-se equivale a “respeitar a noiva”. Parece não haver palavras para descrever tantos disparates!

Toda essa confusão poderia ter sido evitada se os tradutores atentassem para o fato de que a palavra grega par·thé·nos, além de “virgem”, significa também o estado de virgindade.[1] Assim, a Tradução do Novo Mundo verte com exímia precisão:

“Mas, se alguém pensa que se está comportando de modo impróprio para com a sua virgindade, se esta estiver além da flor da juventude, e este é o modo em que deve ocorrer, faça ele o que quiser; ele não peca. Casem-se. Mas, se alguém estiver resolvido no seu coração, não tendo necessidade, mas tiver autoridade sobre a sua própria vontade e tiver feito esta decisão no seu próprio coração, de manter a sua própria virgindade, ele fará bem. Consequentemente, também faz bem aquele que der a sua virgindade em casamento, mas, aquele que não a der em casamento fará melhor.” – 1 Coríntios 7:36-38.

Paulo, sob inspiração, estava simplesmente incentivando o estado de solteiro para a melhor promoção dos interesses espirituais.


Agora, o desafio está lançado: você será capaz de encontrar uma tradução da Bíblia (em qualquer idioma) que verta essa passagem (1 Coríntios 7:36-38) de forma coerente, que não promova o machismo e muito menos o incesto?
Comente na página do site ou envie seu e-mail para o endereço eletrônico alistado abaixo.
Aguardo sua resposta!


Nota:
[1] Veja a revista A Sentinela de 15 de outubro de 1980, pp. 30-31.


Contato: oapologistadaverdade@gmail.com


Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site oapologistadaverdade.org




Comentários

  1. Mas Apologista, de onde tiraram a ideia de "uma filha"? O que ouve, no texto grego?

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    1. É que interpretaram parthénos pelo seu sentido literal: "virgem". Pensaram que se tratava de uma pessoa virgem. Na realidade, aqui, parthénos significa o estado de virgem - a virgindade.

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  2. Boa tarde. Respondo ao seu pedido, não quero considerar desafio, não sou católico nem doutra religião , e sou crente no "Deus que Fez os Homens", e não no "Deus que os Homens Fizeram",
    Bíblia do Padre Matos Soares Edição de 1960, com o título "algumas regras práticas para os pais, diz assim: "Mas se algum julga que parece ser desonra, quanto à sua filha donzela, o ir-lhe passando a idade de casar, e que assim convém fazer-se-lhe o casamento, faça o que quiser, não peca, se a casar. Mas o que resolveu fazer dentro de si, não o obrigando a necessidade, mas podendo dispôr à sua vontade, e determinou no seu coração conservar virgem a sua (filha) faz bem. Aquele, pois, que casa a sua (filha) virgem faz bem, e o que a não casa, faz melhor."

    E tenho uma versão do mesmo autor em português antigo, datada de 1930 que diz o mesmo.
    Queira fazer o favor de apreciar.

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    1. Prezado leitor:

      A tradução que você citou confere ao pai todo o direito de decidir se sua filha irá ou não se casar, e ainda incentiva que o pai mantenha a filha solteira. Isto seria um absurdo, pois não considera os direitos e necessidades da filha.

      Por gentileza, leia todos os artigos desta série para ver o quadro completo.

      Abraços!

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  3. Parece que correu bem. Então para já por favor diga-me quais são os artigos desta série, pois este diz que é o 1º.
    Lendo a Tradução NM que reproduz acima, vejo, ao que me parece, (pois não sou professor de português nem percebo nada de hebraico, aramaico, grego, e semelhantes) existe um erro neste ponto:
    “Mas, se alguém pensa que se está comportando de modo impróprio para com a sua virgindade, se esta estiver além da flor da juventude, e este é o modo em que deve ocorrer, faça ele o que quiser; ele não peca. Casem-se."
    Então principia-se a falar no modo(?) singular e depois "Casem-se" está no plural?

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    Respostas
    1. Prezado Areis:

      Não há necessidade de concordância verbal, pois são frases distintas. O verbo “casem-se” (plural) está de acordo com todo o contexto da explanação de Paulo, onde ele incentiva os “não casados e às viúvas” (plural) a permanecerem sem se casar, se isto for possível. (Versículos 8 e 9) Por outro lado, no verso 36 ele considera a falta de autocontrole e a necessidade de se casar; e menciona que o melhor, neste caso, é o casamento.

      O verbo foi traduzido no plural – “casem-se” – porque, no texto grego, o verbo gameítosan é o verbo gaméo (“casar”) no presente do imperativo ativo na terceira pessoa do plural.

      Poderá ler as outras 4 partes por meio dos links abaixo:
      Parte 2 - http://www.oapologistadaverdade.org/2015/01/um-desafio-aos-catolicos-e-aos_24.html
      Parte 3 - http://www.oapologistadaverdade.org/2015/02/um-desafio-aos-catolicos-e-aos.html
      Parte 4 - http://www.oapologistadaverdade.org/2015/02/um-desafio-aos-catolicos-e-aos_8.html
      Parte 5 (Final) - http://www.oapologistadaverdade.org/2015/02/um-desafio-aos-catolicos-e-aos_22.html

      Abraços.

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  4. Bom dia. Já li os seus outros artigos sobre isto.
    Se nestes tempos há quem faça isso, que fará naqueles tempos. Por isso há jovens que fogem de casa. Tantas princesas e principes´foram obrigados a casar, contra a sua vontade, por motivo de alianças entre os Reinos. Em Portugal creio que o mais famoso foi o de Pedro e Inês. Outras, por não fazerem a vontade ao pai ou aos pais, meteram-nas em conventos.
    Sei de casos de jovens que estão ou estiveram apaixonados e um deles é TJ, e lá vem o imperativo para casar-se só no Senhor, e depois, ficarão felizes ou infelizes? Não há divórcios quando ambos são TJ's? Conheço vários e leio nas v/revistas também.
    Conheço um casal, um ´TJ outro é evangélico, e estão casados há 50 anos.
    Paulo ensinou que entre "Fé, esperança e o Amor (..) o maior [deles] é o Amor" (Corintios 13:13)
    Quem arranjou mulher para Isac e Jacob? Não foram os Pais?

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  5. Bom dia. Mas o verbo casar, como qualquer outro, também tem a 3ª pessoa do singular. "Case-se". Nada tem a ver com os V. 8/9, onde se fala no plural:"casados" "viúvas". O que está em causa (V.36/38) está no singular. Fala em "aquele" e "alguém". Não estão no plural, não é assim? Fique cada um na sua.
    Eu estive a ver no Google Tradutor a tradução do grego a palavra para virgem e para virgindade. Pode argumentar que não é este o grego que foi traduzido aqui, ok. Mas veja p.f. o que deu:
    παρθένα - virgem
    παρθενιά - virgindade
    parthéna - virgem
    partheniá- virgindade.
    Já agora também lhe envio uma notícia de hoje que está pelo menos num jornal português: o"Público" sobre a situação duma princesa nos Emiratos Árabes Unidos:

    "O tribunal julgava as queixas feitas pela ex-mulher do xeque, a princesa Haya bin al-Hussein, irmã do rei da Jordânia, que em Abril de 2019 viajou com os filhos para o Reino Unido e abriu um processo de divórcio onde pedia a guarda dos filhos, dizendo temer pela sua vida e precisar de proteger a filha, Jalila, então com 12 anos, que estaria prometida em casamento ao príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman."

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    1. Prezado leitor:

      A citação dos versos 8 e 9 foi feita visando harmonizar o verbo grego, que está no plural (“casem-se”), sendo um plural contextual.

      Pois, se os versículos 36-38 falassem de duas pessoas – o pai e a filha, ou o noivo e a noiva – isto iria contra os princípios do cristianismo e até contra o bom-senso, pois colocaria todo o poder de decisão no pai ou no noivo, desconsiderando totalmente os interesses da parte feminina.

      Assim, o plural “casem-se” não poderia ser usado para presumir a identificação de duas pessoas em 1 Coríntios 7:36-38. Logo, o plural de contexto parece ajustar-se ao conteúdo do texto.


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  6. Desculpe se me vou exceder, acho que não, mas cada qual tem a sua maneira de ser.
    Você diz: "parece". "Parece", "talvez", são frases normais na literatura TJ. Por isso eu disse que cada um ficava na sua.
    No 2º parágrafo, "isto iria contra......parte feminina". Quando a Organização aconselha "que se casem no Senhor" (sim, eu sei que está na Bìblia) isso não pode ir contra os interesses duma parte ou da outra? Isso evita divórcios entre as TJ's?
    Porque nâo comentou os exemplos que dei acima, acerca de Jacob e Isaac?

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    1. Prezado leitor:

      Os direitos das mulheres eram respeitados nos casamentos entre os servos fiéis de Deus. Notamos isso no caso envolvendo Rebeca. Mesmo reconhecendo que o arranjo de casamento de Isaque e Rebeca vinha de Jeová, seu pai e seu irmão perguntaram a ela se ela concordava com tal arranjo. O casamento ocorreu porque ela mostrou-se disposta a aceitar tal arranjo. – Gênesis 24:50-58.

      É inadmissível um Deus de amor ter inspirado o apóstolo Paulo a dar aos pais ou aos noivos o poder de decisão sobre o casamento quer da filha quer da noiva. Logo, as traduções que expressam esse conceito vão totalmente contra o amor e a consideração pela outra pessoa.

      Quanto a casar-se no Senhor, é uma recomendação sábia para evitar conflitos de crenças e de comportamento.

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  7. Bem, para mim, Rebeca disse que sim V.58) para partir naquele momento, mas o V. 51,(antes da consulta a Rebeca) na resposta de Labão e Betuel, diz que estes, responderam ao pedido do servo de Abraão; "Aqui está Rebeca, toma-a e parte, e que ela seja a mulher do filho do teu amo".
    Sobre o seu comentário "Quanto a casar-se no Senhor, é uma recomendação sábia para evitar conflitos de crenças e de comportamento", pergunto outra vez: E apesar isso não há divór-
    cios entre as TJ's?

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    1. O ponto é que a decisão ficou nas mãos de Rebeca.

      E volto a ressaltar: É inadmissível um Deus de amor ter inspirado o apóstolo Paulo a dar aos pais ou aos noivos o poder de decisão sobre o casamento quer da filha quer da noiva. Logo, as traduções que expressam esse conceito vão totalmente contra o amor e a consideração pela outra pessoa.

      Quanto a haver divórcios entre os que acatam a admoestação de se casar somente no Senhor, isto não invalida tal admoestação.

      Abraços.

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