Fonte da ilustração:
https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/sentinela-estudo-janeiro-2016/como-se-torna-ungido/
Um leitor escreveu:
Em Mateus 3:11, João Batista disse: “Ele vos batizará no Espírito Santo,
e em fogo.” Sobre esse texto, lemos no
livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra (p. 40, § 17): “João, o Batizador, disse que
Jesus batizaria com espírito santo, assim como João batizava em água. Portanto,
assim como a água não é pessoa, tampouco o espírito santo é pessoa. (Mateus
3:11).”
Contudo, o mesmo "argumento do batismo" poderia ser usado
contra a personalidade de Jesus Cristo, que obviamente andou na Terra como uma
pessoa. Por exemplo, Romanos 6:3 diz: "Ou, porventura, ignorais que todos
quantos fomos batizados em Cristo Jesus
fomos batizados na sua morte?” Diante disso, alguém poderia argumentar: ‘Da
mesma forma que a morte não é uma pessoa, Jesus Cristo também não é uma
pessoa.’
Também, Gálatas 3:27 diz: "Porque todos quantos fostes batizados em
Cristo vos revestistes de Cristo". Aqui, o raciocínio poderia ser: ‘Já que
as pessoas podem ser batizadas em Cristo e revestidas de Cristo, ele não pode
ser uma pessoa.’ Estas comparações contestam a personalidade de Cristo? Não!
Então o "argumento do batismo" também não contesta a personalidade do
Espírito Santo.
Resposta:
Essa
argumentação desconsidera o contexto envolvendo os elementos envolvidos: Jesus
Cristo e o espírito santo.
No caso de
Jesus, evidentemente trata-se de um personagem histórico, comprovado inclusive
por fontes históricas extrabíblicas. Portanto, a alusão ao batismo “em Cristo
Jesus” e a ser ‘revestido de Cristo’ são facilmente entendidas como expressões
figuradas.
Como exemplo
adicional, podemos citar o texto de 1 Coríntios 10:2:
“Irmãos, quero que vocês
saibam que os nossos antepassados estiveram todos debaixo da nuvem e todos
passaram pelo mar,
todos
foram batizados em Moisés, por meio
da nuvem e do mar.”
Como no caso
de Jesus Cristo, Moisés também é reconhecido como um personagem histórico,
inclusive pelos três grandes ramos religiosos – o judaísmo, o cristianismo e o
islamismo. A referência, portanto, aos israelitas e outros terem sido
“batizados em Moisés” fica claramente compreendida como sendo uma expressão
figurada.
O mesmo não
se dá no caso do espirito santo, que não tem nenhuma historicidade no campo dos
personagens reais, históricos. Sua existência ocorre no domínio espiritual.
Alguém
poderia argumentar: ‘Mas, Deus, o Pai, também tem sua existência apenas no
domínio espiritual.’ Acontece que, neste caso, as Escrituras como um todo
atestam a sua personalidade. O próprio Jesus Cristo o chamou de “Pai”. (Mateus
6:9) Uma vez que o Filho, Jesus Cristo, é uma pessoa, seu Pai também o é.
Além disso,
Hebreus 1:3 diz que Jesus Cristo é “a representação exata do seu
ser” (de Deus, o Pai). Assim, uma
vez que Jesus é indiscutivelmente uma pessoa, o mesmo se pode dizer de seu Pai.
Ademais,
Jesus afirmou: “Também,
na própria Lei de vocês está escrito: ‘O
testemunho de dois homens é verdadeiro.’ Eu sou um que dá testemunho de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, dá
testemunho de mim.”
– João 8:17, 18.
O espírito
santo também dá testemunho, mas não junto com o Pai e o Filho, e sim com coisas
impessoais, como a água e o sangue:
1 João 5:7,
8: “Pois
são três os que dão testemunho: o
espírito, a água e
o sangue; e os três
estão de acordo.”
Isso se dá porque
o espírito santo claramente não é uma pessoa, e sim algo impessoal, como a agua
e o sangue. Pois, se fosse uma pessoa, daria testemunho junto com o Pai e o
Filho. E o testemunho de três pessoas seria melhor ainda.
Um segundo
fator envolvido está no significado envolvendo as já citadas expressões
figuradas aplicadas a Cristo e ao Moisés. Isso será exposto na segunda e última
parte deste tema.
A
menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do
Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
A
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produzidas pelas Testemunhas de Jeová.
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