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O adjetivo grego állos prova que o “Espírito Santo” é uma pessoa? (Parte 2)

Fonte da ilustração:
https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/ws20141115/Agora-voc%C3%AAs-s%C3%A3o-povo-de-Deus/

A respeito da sabedoria divina, lemos em Jó 28:14: “As águas profundas dizem: ‘Ela [a sabedoria divina] não está aqui!’ E o mar diz: ‘Não está comigo!’”

Do ponto de vista INTERPRETATIVO, entendemos que as “águas profundas” e o “mar” DÃO EVIDÊNCIA de que tal sabedoria não se encontra neles.

Por outro lado, TEXTUALMENTE, diz-se que as “águas profundas” e o “mar” DIZEM isso. Portanto, a explicação gramatical seria de que o texto contém uma figura de linguagem chamada PROSOPOPEIA.

A interpretação do texto não elimina a prosopopeia, nem a prosopopeia anula o entendimento interpretativo. São análises do mesmo texto de ângulos diferentes, que não se contradizem; apenas se complementam.

O mesmo se pode dizer de Isaías 45:21, que reza, textualmente, na parte em análise:

“Não há outro [állos] Deus além de mim.”

TEXTUALMENTE, o próprio versículo anterior paraleliza as “imagens esculpidas” (TEXTUALMENTE seres inanimados, objetos) a “um deus” pagão. E Isaías 44:17 declara: “Mas o resto [da madeira] ele transforma num deus, numa imagem esculpida.” Observe que, TEXTUALMENTE, a palavra “deus” é similarizada a uma “imagem esculpida”, a qual é um objeto impessoal.

Mesmo que tomemos o ponto de vista INTERPRETATIVO do adorador pagão, para o qual tais imagens representam um ser pessoal, ainda assim, do ponto de vista TEXTUAL, é algo impessoal. Esses dois ângulos não se opõem, não se contradizem, e nem se anulam. Pois állos (“outro”) é um adverbio que, textualmente, se refere à palavra “Deus” em Isaías 45:21, referindo-se a não haver “outro” (állos) “Deus” além de Jeová. Textualmente, os deuses das nações são descritos como “imagens esculpidas”.

Mas o ponto-chave é que, mesmo INTERPRETATIVAMENTE, állos se refere a algo impessoal. Isto porque, acima de tudo, devemos seguir o conceito estabelecido na inspirada Palavra de Deus: “Não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com as ensinadas pelo espírito, ao explicarmos assuntos espirituais com palavras espirituais.” (2 Coríntios 2:13) E do ponto de vista espiritual – o ponto de vista do Criador – tais deuses das nações não passam de estátuas ou figuras sem vida.

E a discussão em torno de állos, em seu uso em João 14:16, não é sequer interpretativa, e sim puramente gramatical. Tem a ver com o uso gramatical desse adjetivo (állos) em detrimento de héteros. O argumento trinitário é fundado em base gramatical, pelo uso gramatical de uma palavra – állos. Aduzem os trinitaristas que tal uso faria do espírito santo uma pessoa, visto que Jesus também é uma pessoa.

Mas o artigo “O ‘outro Consolador’ é uma pessoa?mostrou que “állos se aplica a ‘outro’ em relação à palavra a que se refere [‘Consolador’], e nada tem a ver com personalidade ou impessoalidade”. O artigo ainda explicou: “O espírito santo seria outro parákletos [‘Consolador’] e não outra pessoa.

Nessa esteira, o texto de Isaías 45:21 foi usado sob o mesmo olhar gramatical. E o uso gramatical (além do sentido espiritual) da palavra a que állos se refere nesse último texto é a de objetos impessoais, conforme Isaías 45:20 e 44:17.

Do ponto de vista do Criador, Jeová, e de seu povo no passado – os israelitas – bem como para nós (inclusive para os trinitaristas) tais deuses não passavam de estatuas sem vida. Nesse respeito, tanto o sentido INTERPRETATIVO (o bíblico) quanto o TEXTUAL (gramatical) se unem para mostra que állos pode ser aplicado no mesmo contexto a um ser pessoal e a seres impessoais.

Em resumo, o argumento do uso de állos em relação ao espírito santo como tentativa de provar sua personalidade é tanto bíblica, gramatical e logicamente impossível.


A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pelas Testemunhas de Jeová.

A menos que seja indicada outra fonte, todas as publicações citadas são produzidas pelas Testemunhas de Jeová.



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