Contribuído
por A Verdade É Lógica.
O artigo
anterior mostrou os conceitos de Filo sobre o Logos como filho, arcanjo e mediador,
participante ativo nos propósitos do Pai, ontologicamente inferior a Deus e
separado Dele. Este artigo analisará se a autoridade que o Logos de Filo possui é máxima
ou secundária. O Logos é igual ou inferior a Deus?
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Vejamos
como Filo aborda essas questões:
[...] E a mais antiga palavra do Deus vivente está adornada com a palavra como que com vestuário
[...] (111) E é dito que ele jamais removerá a coroa de sua cabeça, ele jamais
deixará de lado seu diadema real. O símbolo de uma autoridade a qual não é, entretanto, absoluta, mas apenas a [autoridade] de um vice-rei, a
qual, no entanto, é objeto de admiração. [...] (Filo, On the Flight and Finding, XX, 111.) [Os
grifos são nossos.]
Balaão, pois ele é
também filho da terra, e não um renovo do céu, e a prova disso é que ele, sendo
influenciado por presságios e falsas profecias, nem mesmo quando o olho de sua
alma, a qual havia sido fechada, recuperou sua luz e ‘viu o anjo de Deus de pé contra ele no caminho [...]. (Filo, On the Unchangeableness of God, XXXVII, 181.) [Os grifos são
nossos.]
(182) Pois então as
doenças da alma são reais e não apenas difíceis de curar, mas mesmo
completamente incuráveis, quando, embora a convicção esteja presente para nós (e essa é a Palavra de Deus, vindo como um
anjo e como nosso guia, e removendo os obstáculos perante nossos pés, para
que possamos viajar sem tropeçar ao longo da estrada plana) [...]. (Filo, On the Unchangeableness of God, XXXVII, 182.) [Os grifos são
nossos.]
Analise
também o comentário da obra The Jewish Annotated New Testament (O Novo Testamento Judaico Anotado) sobre o Logos de Filo ser a primeira criação
de Deus:
O prólogo do Evangelho
aplica conceitos associados com a [...] Sabedoria em Prov 8:22-30 e [...] “a
Palavra” (encarnada em Jesus); a Palavra é descrita como preexistente e o
instrumento na criação do mundo. E assim como a Senhora Sabedoria, a Palavra é
instruída a assumir a carne e habitar no mundo [...]. (p.155).
[...] Para o filósofo
judeu de Alexandria Filo, o Logos de
Deus era o exato primeiro fruto da criação; [...]. (P. 157.)
O
Logos de Filo, conforme mostram as citações, é indiscutivelmente separado de Deus, Jeová. É um deus secundário,
vice-rei; não possui a máxima autoridade, apenas aquela que lhe é concedida; é
o anjo de Jeová. Essa análise deveria levar qualquer trinitário a se questionar
como foi possível que a cristandade, a qual professava ter se baseado nos
preceitos filosóficos gregos para formar a crença num Deus Trino, tenha sido
capaz de ignorar os escritos de Filo! Estes ensinos são grandemente
antitrinitários e gritantemente unitários. Parece que Filo, nas questões
específicas mencionadas sobre o Logos, tinha o entendimento idêntico ao das
Testemunhas de Jeová.
Stephen
L. Harris, em sua obra Understanding the
Bible (oitava edição, página 387), expressa abertamente que Filo pensava no
Logos como a primeira criação de Deus.
Filo usou o conceito do Tanakh da
Sabedoria como intermediária criativa
entre o Criador transcendente e a criação material. Mas ele empregou o termo
Grego Logos para designar seu papel e função. (Filo talvez tenha
preferido Logos porque é masculino em
Grego, ao passo que Sabedoria [Sophia]
é feminino.) A interpretação de Filo pode ser ilustrada por uma leitura
alegórica de Gênesis 1, na qual o
primeiro ato de Deus é falar – criar
a Palavra (Logos) – por este poder céu e terra vêm à existência. (P. 387.)
Nessa
tamanha exposição antitrinitária do conceito de Filo sobre o Logos, vemos
claramente que Filo não apenas não defendia a Trindade, mas ele também defendia
o Logos da forma como as Testemunhas de Jeová entendem com base nas declarações
bíblicas.
O
artigo seguinte discorrerá sobre o seguinte subtópico:
AFINAL, QUEM ERA O
LOGOS PARA JOÃO?
A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da
Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
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fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
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