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O Filho de Deus tem “eternidade menor” que a do Pai?

Fonte da ilustração: jw.org


Certo leitor tentou defender a suposta eternidade do Filho deste jeito:

“Jesus foi gerado em um ‘tempo’ em que não havia tempo. O que muitos não entendem é que Jesus é eterno; porém, de uma eternidade menor que a do Pai. (Pergunte para um físico ou matemático se existe um infinito maior que outro. Ele te responderá que é possível). Só quem tem vida em si mesmo, não emprestada, pode morrer por outro.”

Resposta:

Afirmar que Jesus possui “uma eternidade menor que a do Pai” não me parece diferente de dizer que ele tem menos tempo de existência do que o Pai. Isto, de qualquer forma, torna o Filho menor que o Pai, quebrando a sustentação do dogma trinitário que exige a coigualdade entre o Pai e o Filho.

Quanto a ter vida em si mesmo, Jesus afirmou isso, mas observe que ele disse que o Pai é que CONCEDEU ao Filho ter vida em si mesmo. Lemos as palavras de Jesus em João 5:26: “Pois assim como o Pai tem vida em si mesmo, assim concedeu também ao Filho ter vida em si mesmo.” Isso explica por que Jesus disse: “Eu vivo por causa do Pai.” (João 6:57) Porém, o Pai não recebeu a vida por parte do Filho. Sobre o Pai, lemos: “Contigo está a fonte da vida.” (Salmo 36:9) Lemos também: “De eternidade a eternidade, tu és Deus.” – Salmo 90:2.

Assim, as afirmações do referido leitor citadas no início deste artigo não possuem respaldo bíblico.


A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de Jeová.



Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org



Comentários

Unknown disse…
Certo trinitarista comparou a geração de Cristo à luz gerada pelo fogo. Defendeu que assim como a luz do fogo, apesar de ser gerada por ele, existe simultaneamente à ele; o mesmo se dá com a geração do filho unigênito. Ou seja apesar de ser gerado, o filho coexiste ao pai.

Há alguma falha nessa analogia? Como rebate la sem atacar um espantalho?
Sim, há uma falha gritante: o fogo é algo que passa a existir a partir de um evento. Ele é a rápida oxidação de um material combustível. É decorrente de uma combustão. E com seu surgimento, surge também a luz proveniente dele. Assim, fogo e luz têm um começo. Não é o caso do Deus Todo-Poderoso, que existe desde a eternidade passada. – Salmo 90:2.
Anônimo disse…
Por A Verdade é Lógica:

Embora o que o Apologista da Verdade tenha explicado esteja certo, é necessário que se estabeleça alguns pormenores quanto a esta analogia:

1) O fogo é IMPESSOAL, portanto, ele não pode existir sem seu efeito. Mas visto que Deus é PESSOAL, ele pode decidir quando causar o efeito. Assim, dizer que Deus "não pode existir sem seu efeito" é dizer que Deus depende de algo exterior a Si para existir - absurdo!

2) Nesse caso, a luz e o fogo são 2 entidades distintas, a luz depende do fogo, mas o fogo não depende da luz, não são a mesma o mesmo Ser. Ainda que assim fosse, o filho seria um ser gerado, e consequentemente não pode ser o mesmo Deus que o Pai. Nesse caso, o Filho seria Eterno, mas não seria Jeová (YHVH). Ainda nessa hipótese, Jeová seria o fogo, e o Filho seria o resultado eterno de Jeová, mas não o próprio Jeová. Nenhum trinitário acredita que Pai e Filho são dois seres da maneira como essa analogia apresenta. (A não ser aqueles que não entendem a trindade).

3) Essa analogia não é trinitária, mas UNITÁRIA. Uma das vertentes do Unitarismo é alegar que Jesus é LITERALMENTE o Filho Eterno de Jeová, mas não o próprio Jeová. Na Trindade, Jesus não é o Filho Eterno de Jeová, mas o "Deus Filho".
Unknown disse…
"Ainda nessa hipótese, Jeová seria o fogo, e o Filho seria o resultado eterno de Jeová, mas não o próprio Jeová"

Foi justamente essa a proposta do referido trinitário. Ele quis mostrar como algo gerado pode coexistir com o ser eterno que o gerou. Quando objetado se a luz emitida pelo fogo poderia existir além do fogo, ele disse "nunca disse que Cristo não depende de Deus pra existir". Me parece que se há um problema nessa ilustração, deve ser com relação a como surge a luz emitida pelo fogo. Será que ela surge ao mesmo tempo que o fogo? Se tivéssemos uma câmera com capacidade de captar o maior número de frames e reproduzi-los numa velocidade super lenta, quanto tempo a luz levaria para aparecer? Eu não sei, sou péssimo em física, nem se é possivel o fogo existir por fração de segundo sem sua luz.
O problema nessa comparação se encontra em que tanto a luz quanto o fogo que a produz têm um princípio. A aplicação dela ao Pai e ao Filho seria afirmar que ambos tiveram princípio.
Anônimo disse…
Muito bom Apologista, bem explicado!..

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