Embora muitos
comentaristas bíblicos sejam da opinião de que Dalila era uma cortesã filisteia,
o periódico A Sentinela (15/07/1976, p. 448) trouxe à atenção algo que
argumenta contra esse conceito, que é o fato de que Dalila era uma mulher que Sansão amava. Lemos em
Juízes 16:4: “Depois disso, ele [Sansão] se apaixonou por uma mulher do
vale de Soreque, chamada Dalila.”
A obra Estudo
Perspicaz das Escrituras (volume 1, p. 636, verbete “Dalila”) teceu o
seguinte comentário:
[…]
a seguinte evidência indica que Dalila possivelmente fosse israelita, não
filisteia: Quando os senhores do eixo fizeram a sua proposta, esta se baseava
numa extraordinária soma de dinheiro, e não em sentimentos patrióticos. — Jz
16:5.
O escritor e professor de teologia
Daniel Conegero, formado pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie, afirma o seguinte:
Apesar de ser frequentemente identificada como uma filisteia,
não há plena certeza de que realmente ela tenha sido uma, na verdade a
ocasião que envolve a traição à Sansão parece indicar que ela não pertencia ao
povo filisteu.[1] –
Negrito acrescentado.
Não existe consenso entre os
estudiosos sobre o significado do nome “Dalila”, sendo entendido como
significando “doce”, “dócil”, “delicada”, “frágil”, “lânguida”, “oscilante”, ou
“a grande
noite”. Um dicionário de nomes próprios, embora afirme que Dalila era
filisteia, declara que “a origem do nome Dalila é hebraica”. Isto também parece
indicar que ela era hebreia.[2]
Dom Genival
Saraiva, bispo-emérito católico brasileiro, da Diocese de
Palmares, Pernambuco,
Brasil, discorreu o seguinte sobre a provável nacionalidade de Dalila:
No Antigo
Testamento, a participação de mulheres, na sua relação com homens que têm poder
político, revela a consciência de pertencimento ou não ao povo hebreu.
Ester e Dalila são dois exemplos. Ester é escolhida para ser mulher do Rei
Assuero: “Procura-se outra rainha entre as mais belas jovens de todas as
províncias do Império, sendo escolhida a hebreia Hadassa, sobrinha de
Mardoqueu. Hadassa recebe o nome persa de Ester.” Perante o Rei, Ester defende
o povo hebreu de acusações que o levariam à morte. (cf. Est 7,1-10) Dalila:
ao trair Sansão, traiu o seu povo. “Sua residência em Sorec permitiria não
considerá-la nem hebreia nem filisteia, mas a narrativa leva a pensar que
tenha sido hebreia. Dalila não tinha poder político, mas tinha poder de
sedução; os filisteus, por sua vez, tinham poder político e financeiro e,
assim, praticam o crime do suborno.[3]
Assim, o peso da evidência parece
indicar que Dalila era hebreia.
Notas:
[1] CONEGERO, Daniel. Quem foi Dalila na Bíblia? Estiloadoração. Disponível em: <https://estiloadoracao.com/quem-foi-dalila-na-biblia/>.
[2] Dalila. Dicionário de Nome Próprios. Disponível em: <https://www.dicionariodenomesproprios.com.br/dalila/>.
[3] SARAIVA, Genival. Dalila e pecados do poder. Comunidade Católica Shalom. 2 set 2011. Disponível em: <https://comshalom.org/dalila-e-pecados-do-poder/>.
A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de Jeová.
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