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A DEMISSÃO DOS MEMBROS DE BETEL


    Olá, prezados irmãos de batalha. Em conexão com nossa campanha de envio de cartas a Betel, desejo compartilhar minha carta pessoal. Se alguém não souber escrever corretamente ou estiver sem tempo para redigir sua própria carta, poderá imprimir a minha carta, colocar seu nome próprio e enviar junto com a carta de 22 de fevereiro de 2023 em anexo.

      Será que tal carta terá o efeito esperado? Provavelmente não. Significa isso que é inútil enviar tal carta? Absolutamente não! Mesmo que não sejamos bem-sucedidos em nossa empreitada, estamos obedecendo a Jeová e fazendo o que é certo. (Lucas 1:1-3) Os cristãos verdadeiros fazem o que é certo mesmo quando isso é impopular ou mesmo que não tenham benefício próprio. Fazemos o que é certo porque amamos a justiça e a verdade. Lembremo-nos também de todos os irmãos que foram prejudicados pela regra contra a barba imposta pela organização por décadas. Então, ao enviar tal carta, você está demonstrando amor por todos esses irmãos. Portanto, faça sua parte!

 

 

PARA: Associação das Testemunhas Cristãs de Jeová (ATCJ)

Rodovia Mária Baptista Mor (SP), km 43, Cesário Lange, SP, 18285-901, BRASIL

REFERÊNCIA: Carta de 22 de fevereiro de 2023 sobre “Uso de barba”. (Clique aqui para baixar a carta. Após baixá-la, deverá imprimi-la e anexá-la ao envelope que será enviado a Betel.)

  


 

Remetente: seu nome

 

07 de janeiro de 2024

 

         É do conhecimento geral das Testemunhas de Jeová (TJs) que o último boletim do Corpo Governante (CG) nesta data tratou da questão do uso de barba entre irmãos. A decisão do CG foi de que nenhum irmão deve ser destratado ou impedido de progredir espiritualmente, isto é, de ser servo ministerial ou ancião, devido ao uso de barba. Esta decisão está correta porque, conforme foi citado no boletim do CG, ‘a Bíblia não proíbe o uso de barba’. Então, a conclusão é evidente: sendo que a Bíblia não proíbe o uso de barba, não cabe a ninguém, nem ao CG, nem aos membros de Betel, proibir, seja no nível que for, que irmãos tenham barba.

         Conforme a ATCJ já está ciente, entretanto, não foi isso que ocorreu durante várias décadas. A referida carta de 22 de fevereiro de 2023 (em anexo) ensinou que “não seria amoroso e nem maduro desconsiderar o efeito” que o uso de barba causaria nos irmãos; logo, quem usasse barba seria um cristão desamoroso e imaturo – esta foi a mensagem da carta. Foi dito também na carta que o uso de barba “poderia causar estranheza e má impressão em muitos irmãos e nas pessoas do nosso território”. A conclusão que se tira desta frase é que os autores da referida carta ensinaram que cristãos com barba são desamorosos, imaturos, maus exemplos e, em consequência disso, não estão aptos para serem anciãos, servos ministeriais e para outras funções de “privilégio” na congregação, como entregar microfones, cuidar do balcão de publicações etc.

         Entretanto, todos os pontos mencionados pela ATCJ são humanos, mundanos, não bíblicos, conforme a própria ATCJ admitiu na frase: “A Bíblia não tem regras sobre uso de barba”. O curioso é que, após admitir isto, os autores da referida carta agiram justamente na direção moral oposta a tal frase: formularam conscientemente regras talmúdicas que a Bíblia não apresenta. Em resultado do que expliquei no parágrafo anterior, fui informado de várias experiências traumáticas para muitos irmãos nas congregações. Fui informado de inúmeros casos em que irmãos que deixaram a barba crescer foram:

1)    Impedidos de ir ao ministério de casa-em-casa ou mesmo de sair na pregação com a congregação. Alguns irmãos só poderiam pregar junto de um ancião para serem supervisionados;

2)    Esculachados pelos anciãos na sala b, sendo taxados de desamorosos, rebeldes, maus cristãos – adjetivos similares aos que vocês usaram na carta;

3)    Desassociados por “causar divisões” – soube de um caso específico em que um irmão foi ordenado a raspar a barba e se negou a fazer isso. Em resultado, os anciãos o desassociaram por “causar divisões” na congregação, expressão esta que o livro Pastoreiem o Rebanho de Deus encaixa no conceito de “apostasia”. Ou seja, este irmão foi difamado como “apóstata” por ter a barba que Jeová lhe deu. A desassociação dele não foi anulada e nem um pedido de perdão foi feito, tampouco qualquer indenização por danos morais lhe foi paga;

4)    Mal-vistos pelos irmãos em geral na congregação. Ninguém se sente bem em meio a um grupo que o encara como delinquente. Muitos irmãos receberam frequentemente comentários como “você parece um idoso com esta barba”, ou “por que você não tira essa barba, parece muito velho” – dentre outros inúmeros comentários depreciativos e frequentes.

Em consequência disso, vários desses irmãos se revoltaram contra a congregação, outros se decepcionaram com a organização, desanimaram porque não se sentiam bem-vindos ao salão do reino e à congregação – e não faltaram motivos para que tais sentimentos aflorassem, motivos estes vindos da liderança, o que inclui os membros de Betel. A pergunta que lhes faço é esta: Vocês acham que estes irmãos são insignificantes, ou será que eles possuem valor aos olhos de Jeová? A resposta a esta pergunta deveria ser que a ATCJ valoriza tais irmãos; entretanto, as ações da ATCJ demonstram que vocês não valorizam tais irmãos, tampouco dão a mínima importância para o modo como eles foram tratados. As ações da ATCJ revelam que vocês culpam a tais irmãos pelas decepções que eles tiveram com a organização, quando na verdade, foram vocês que cometeram o erro que os fez tropeçar.

Durante décadas a organização promoveu a ideia de que irmãos com barba eram maus cristãos e que deveriam ser vistos pela congregação como delinquentes, rebeldes – e isto foi seguido à risca pelos anciãos congregacionais e pela esmagadora maioria dos irmãos. Entretanto, a organização tem uma visão muitos leviana de seus erros sérios, o seu senso autocrítico é bastante autobenevolente: vocês nunca têm culpa de nada e nunca devem ser responsabilizados pelo mal que causam aos outros – nunca pedem perdão pelos erros que cometem e sempre jogam a culpa nos outros, ordenando-os a serem “humildes”, quando, na verdade, são vocês que devem ser humildes e pedir perdão pelo seu erro. A lei é igual para todos, e vocês não estão acima das leis de Jeová.

Graças a Jeová – e que o Supremo me perdoe por mencionar Seu santo Nome nessa pouca vergonha – o erro foi consertado. Mas agora eu pergunto: e quanto a todos os que foram prejudicados por tal erro? O impacto negativo que o erro de vocês causou por décadas e décadas nas vidas de muitos irmãos, inclusive na minha, não é apagado quando o erro é consertado. Por tal razão, concluo que vocês devem ser responsabilizados pelo seu erro – assim como todo o cristão também deve. Vocês não são semideuses, e o povo de Jeová não deve ter uma classe que usufrua de “imunidade clerical”, como se todos os cristãos fossem responsabilizados por seus erros, menos vocês. Sim, vocês devem ser responsabilizados pelo erro que cometeram e que prejudicou irremediavelmente a muitos irmãos em todo o globo. Em outras palavras, vocês causaram divisão por promover sectarismo entre os irmãos durante décadas.

Talvez vocês aleguem que estavam apenas “seguindo as orientações” da organização. Pergunto: alguém apontou uma arma para as cabeças de vocês? – Não. Portanto, vocês decidiram mentir para os irmãos durante décadas, enquanto todos sabíamos que a Bíblia nunca proibiu o uso de barba. Isso é inegavelmente promoção de seita – e deste pecado vocês são culpados e devem ser responsabilizados por isso. (Tito 3:10)

Em conclusão, faço as seguintes exigências:

1)    Os autores e os promotores da carta de 22 de fevereiro de 2023 (em anexo) devem ser demitidos de Betel e repreendidos publicamente. Uma carta deve ser enviada para todas as congregações do Brasil e lida publicamente, citando os nomes dos autores da carta de 22 de fevereiro e informando as congregações de que tais pessoas foram demitidas de Betel por causa da referida carta promovendo sectarismo nas congregações. Deixo claro que esta exigência é integralmente incondicional, irrevogável, inegociável. Isso será um marco importante para a organização, mostrando que cada um de nós é responsável por nossas ações e que devemos nos apegar à Bíblia acima de tudo – coisa esta que a organização demonstra ter esquecido;

2)    Os autores da carta de 22 de fevereiro de 2023 devem enfrentar uma comissão judicativa sob a acusação de causar divisões em conexão com promoção de seita – pois eles fizeram exatamente isso. Eles devem ser desassociados a menos que enviem uma carta as congregações pedindo perdão pelo que fizeram. Esta carta e o pedido de perdão também devem ser lidos publicamente. Deixo claro que o pedido de perdão apenas os isenta de serem desassociados, mas não lhes devolve a posição em Betel da qual foram demitidos. A demissão é incondicional, a desassociação é condicionada ao pedido de perdão;

Caso estas exigências não sejam atendidas, enviaremos várias cartas a todas as congregações de São Paulo (SP), informando os anciãos dos danos espirituais, morais e emocionais que a regra contra a barba causou durante décadas a vários irmãos, muitos dos quais perderam completamente sua fé por culpa da ATCJ e do Corpo Governante, e incentivando cada corpo de anciãos nas congregações de São Paulo (SP) a se posicionar contra Betel por justa causa. (Romanos 16-17-19) Se ainda assim, a ATCJ não for humilde e não atender às exigências, muitos de nós, incluindo eu mesmo, nos dissociaremos publicamente das Testemunhas de Jeová e iremos à mídia, isto é, a podcasts, televisão e rádio, para relatar os fatos e mostrar como muitos irmãos foram humilhados por causa de vocês durante décadas.

Portanto, peço encarecidamente que reflitam nas consequências de suas ações e na sua falta de humildade em reconhecer o erro. Vale realmente à pena manchar o nome de Jeová e da organização por causa de seu orgulho em negar-se a pedir perdão e a responsabilizar os culpados pelo erro? Ponderem sobre isso. Vocês trouxeram grande vexame sobre o nome de Jeová, e isso me causa vergonha. Não piorem a situação: demitam os autores da carta de 22 de fevereiro de 2023, anunciem seus nomes nas congregações seguidos do motivo da demissão, façam uma comissão judicativa e peçam perdão publicamente.

Textos para refletir:

·      (Provérbios 28:13) 13 “Quem encobre as suas transgressões não será bem sucedido, mas, ter-se-á misericórdia com aquele que [as] confessa e abandona.”

·      (Lucas 17:1-4) . . .“É inevitável que surjam motivos para tropeço. Contudo, ai daquele por meio de quem eles surgem! 2 Seria melhor para ele que pendurassem no seu pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado no mar, do que ele fazer tropeçar um destes pequenos. 3 Prestem atenção a si mesmos. Se o seu irmão cometer um pecado, censure-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. 4 Mesmo que ele peque contra você sete vezes por dia e volte a você sete vezes, dizendo: ‘Eu me arrependo’, você tem de lhe perdoar.”

·      (Isaías 29:13) 13 E Jeová diz: “Visto que este povo se aproxima com a sua boca, e eles me glorificaram apenas com os seus lábios e removeram seu próprio coração para longe de mim, e seu temor para comigo se torna mandamento de homens, que está sendo ensinado. . .”

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