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Allan Kardec — Quem Foi Realmente o Fundador do Espiritismo?


 No Brasil, muitas pessoas se identificam com o termo “kardecista” e frequentemente citam o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, dizendo que seguem os ensinamentos de Allan Kardec. No entanto, poucos sabem que Allan Kardec não era o verdadeiro nome desse homem. Ele nasceu como Hippolyte Léon Denizard Rivail, um educador francês nascido em 1804, em Lyon.

Desde jovem, Rivail se destacou por sua dedicação à educação e ciência, tendo estudado com o renomado pedagogo Pestalozzi, na Suíça. Por muitos anos, atuou como professor e autor de livros didáticos em Paris. Porém, aos 50 anos, sua trajetória tomou um novo rumo quando se interessou pelo fenômeno das “mesas girantes”, que, na época, eram tidas como uma forma de comunicação com espíritos.

Intrigado, Rivail começou a participar de sessões espíritas e preparou perguntas para médiuns, acreditando que as respostas proviessem de “espíritos desencarnados”. Um desses espíritos, que se apresentou como seu “guia” ou “espírito protetor”, disse-lhe que, em uma vida passada, ele fora um sacerdote druida chamado Allan Kardec. Foi então que Rivail adotou esse nome e passou a publicar seus livros com ele, sendo O Livro dos Espíritos o primeiro, publicado em 1857. A partir daí, nasceu o espiritismo moderno, frequentemente chamado no Brasil de kardecismo.

Kardec acreditava que os espíritos não possuíam sabedoria absoluta e que variavam em seu grau de conhecimento e moralidade. Em seus livros, ele alertava para a possibilidade de enganos por parte de espíritos menos confiáveis. Contudo, ele acreditava que as mensagens espirituais poderiam ajudar a humanidade a entender melhor a vida após a morte.

A Perspectiva Bíblica

A Bíblia nos apresenta uma visão bastante diferente dessa busca por comunicação com os mortos. Em Levítico 19:31, encontramos a orientação: “Não vos volteis para médiuns nem procureis os adivinhos, para não vos tornardes impuros por causa deles”. A Palavra de Deus também declara que “os mortos não estão cônscios de absolutamente nada” (Eclesiastes 9:5) e que “a alma que peca, essa morrerá” (Ezequiel 18:4). Isso nos leva a refletir sobre o sentido de buscar orientação de seres que, como a Bíblia afirma, já não têm conhecimento ou presença ativa entre os vivos. O entendimento bíblico é claro: a comunicação com os mortos, conforme o conceito espiritualista, não encontra respaldo nas Escrituras.

Por que muitos buscam espíritos de mortos?

Considerando a ideia central do espiritismo, nos perguntamos: por que buscar orientação em seres humanos falecidos, quando o Criador e Supremo Deus da Bíblia, Jeová, é a única fonte confiável de revelação e sabedoria? Humanos, com suas próprias experiências e limitações, muitas vezes têm dificuldades em discernir o que é certo e errado, mas apenas Deus tem autoridade moral absoluta para guiar a humanidade. Quando buscamos orientação espiritual, é essencial que essa venha de uma fonte com sabedoria suprema, e é por isso que a Bíblia nos aponta para o próprio Deus como fonte legítima de direção, consolo e revelação.

O Desafio do Espiritismo

Um ponto que muitas vezes passa despercebido no espiritismo é a sua concepção de sofrimento humano e reencarnação. De acordo com essa doutrina, uma pessoa nasce, vive, comete erros, e depois reencarna para pagar por esses erros, sem sequer saber quais pecados cometeu nas vidas anteriores. Essa ideia levanta questões filosóficas profundas: se uma pessoa não tem memória de suas vidas passadas, como poderia saber o que precisa corrigir ou resgatar? Além disso, o ciclo parece sem fim, sem uma verdadeira promessa de livramento, o que faz com que o sofrimento humano seja eterno e sem um propósito claro.

Pense nesta analogia: imagine que uma pessoa fosse constantemente punida por erros que cometeu, mas sem ser informada sobre quais erros são esses. Ela, então, viveria em um ciclo interminável de tentativas de corrigir algo que nem sabe o que é, sem nunca alcançar a verdadeira solução ou redenção. Esse conceito de sofrimento parece estar fadado à repetição, sem uma resolução verdadeira.

Por outro lado, a Bíblia oferece uma resposta diferente. Jeová Deus, o Criador, é a única fonte de liberdade do sofrimento humano. Ele promete uma solução definitiva através de Cristo, onde os que O buscam têm a esperança de redenção, libertação e verdadeira paz — algo que o espiritismo, em sua visão de ciclos intermináveis, não pode oferecer. (João 3:16)

Use o bom senso ao escolher uma vertente religiosa

A historicidade da Bíblia é um ponto crucial que a distingue de muitas doutrinas modernas, como o kardecismo. A Bíblia é fundamentada em registros históricos, com eventos, lugares e personagens que são corroborados por fontes externas e arqueológicas. Na realidade, o único livro religioso que tem compromisso com a história é a Bíblia. Ela revela uma continuidade de revelações divinas ao longo da história humana, desde o Antigo até o Novo Testamento, com um propósito claro e uma narrativa consistente de redenção. Já o kardecismo, embora apresente uma proposta de moralidade e aprendizado espiritual, carece de uma base histórica sólida. Seus ensinamentos sobre reencarnação e comunicação com os mortos, por exemplo, não são confirmados por evidências concretas, mas dependem de alegações de médiuns que não podem ser verificadas de forma objetiva, somando-se ao fato de que espíritos de mortos não são fonte confiável de aprimoramento espiritual, assim como humanos tampouco são. Muitos atualmente são enganados por humanos charlatões, mas que base há para confiar que as pessoas param de mentir quando morrem? Presumindo que os mortos de fato se comunicam com os vivos, será mesmo que tais espíritos não podem mentir e desviar as pessoas do caminho da salvação, ou pior, criar um sistema doutrinário que serve para iludir as pessoas enquanto são direcionadas para a perdição eterna?

A Bíblia, com sua riqueza histórica e evidências sólidas, pode ser comparada a um médico altamente qualificado, com diploma universitário, especializações e uma carreira comprovada, que tem acesso a um vasto conhecimento técnico e científico para diagnosticar e tratar doenças com precisão. Esse médico, apoiado por anos de estudo, pesquisa e experiência prática, oferece um tratamento eficaz, embasado na ciência e na realidade. Por outro lado, o kardecismo pode ser comparado a um curandeiro que, embora afirme ter habilidades sobrenaturais ou espirituais, se baseia apenas em práticas não verificadas e tradições de aldeias remotas, onde não há certificação nem comprovação científica. Embora os curandeiros possam ser respeitados por suas práticas em algumas comunidades, suas abordagens carecem de fundamentos científicos, deixando em aberto a eficácia real de seus métodos. Essa comparação ilustra como o kardecismo, embora apresente ideias espirituais de bom valor moral, carece da profundidade e da credibilidade histórica que a Bíblia oferece como uma fonte confiável de orientação divina. Espíritos de mortos não são autoridade moral sobre ninguém e nenhum homem deve obedecer a espíritos de mortos.

Conclusão

A busca por respostas espirituais é uma jornada legítima, e muitos se voltam para fontes diversas em busca de consolo e esclarecimento. No entanto, é importante refletir sobre a verdadeira fonte de revelação e orientação. A Bíblia apresenta Jeová Deus como a fonte suprema de sabedoria, a quem devemos recorrer para encontrar respostas que realmente tragam transformação e esperança para nossas vidas. Enquanto o espiritismo pode oferecer conforto temporário, este é um tratamento paliativo; apenas a Palavra de Deus traz a promessa de liberdade definitiva do sofrimento e do pecado.

 

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