Fonte da ilustração:
https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/despertai-n1-fevereiro-2016/o-que-a-biblia-diz-sobre-o-ceu/
“Eu vos digo que muitos virão das regiões
orientais e das regiões ocidentais e se recostarão à mesa junto com Abraão,
Isaque e Jacó, no reino dos céus.” – Mateus 8:11.
Alguns religiosos da cristandade se
baseiam no texto citado acima para afirmar que todos os bons irão para o céu,
inclusive os antepassados de Jesus Cristo.
Mas, tal afirmação demonstra
desconhecimento ou desconsideração dos muitos textos bíblicos que descrevem a
esperança de vida eterna na Terra. (Salmo 37:9-11, 22, 29, 34; 46:9, 10;
Provérbios 2:21, 22; Isaías 11:6-9; 33:24; 35:4-6; 65:17-25; 66:22, 23; Apocalipse
21:3, 4) Em segundo plano, tal asserção também exibe falta de conhecimento ou
de reconhecimento dos procedimentos estabelecidos por Deus para a vida
celestial. Ei-los abaixo:
1) Precisa
haver uma CHAMADA e ESCOLHA da pessoa por Deus, mediante
Seu Filho, Jesus Cristo:
2 Timóteo 1:9, 10: “Ele
nos salvou e nos chamou com uma chamada santa, não em razão de
nossas obras, mas em razão de seu próprio propósito e benignidade imerecida.
Isto nos foi dado em conexão com Cristo Jesus antes dos tempos
de longa duração, mas agora se tornou claramente evidente pela
manifestação de nosso Salvador, Cristo Jesus, que aboliu a morte, mas
lançou luz sobre a vida e a incorrupção por intermédio das boas novas.”
2) Envolve
Deus JUSTIFICAR, ou DECLARAR JUSTO, o cristão chamado:
Romanos 3:23, 24: “Pois
todos pecaram e não atingem a glória de Deus, e é como dádiva gratuita que
estão sendo declarados justos pela benignidade imerecida dele, por
intermédio do livramento pelo resgate pago por Cristo Jesus.”
3) PRODUZI-LO (GERÁ-LO) como filho espiritual de Deus:
João 1:12, 13: “A tantos quantos o
receberam [a Jesus], a estes deu autoridade para se tornarem filhos de
Deus, porque exerciam fé no seu nome; e nasceram, não do
sangue, nem da vontade carnal, nem da vontade do homem, mas de Deus.”
João 3:3, 5: “Em resposta, Jesus
disse-lhe: ‘Digo-te em toda a verdade: A menos que alguém nasça de novo,
não pode ver o reino de Deus.’ Jesus respondeu: ‘Eu te digo em toda a verdade:
A menos que alguém nasça de água e espírito, não pode entrar no
reino de Deus.’”
Tiago 1:18: “Porque ele [Deus] o
quis, ele nos produziu [gerou, ACRF] pela
palavra da verdade, para que fôssemos certas primícias das suas criaturas.”
4) UNGI-LO:
2 Coríntios 1:21, 22: “Mas, quem garante que
vós e nós pertencemos a Cristo e quem nos ungiu é Deus. Ele
pôs também o seu selo sobre nós e nos deu o penhor daquilo que há de vir, isto
é, o espírito, em nossos corações.”
Como visto pelos textos acima, todos os
procedimentos acima só ocorreram após a vinda de Cristo à Terra. A
“chamada” passou a ocorrer “em conexão com Cristo Jesus” e “se manifestou pelo aparecimento de nosso Salvador
Cristo Jesus.” (2 Timóteo 1:10, IBB) A justificação também só
se tornou possível após Jesus ter pago o resgate pelos nossos pecados. (Romanos
3:23, 24) Ademais, foi Jesus quem “deu autoridade para [seus discípulos] se
tornarem filhos de Deus”. (João 1:12, 13) Por fim, a unção ocorre por
intermédio do espírito santo, que foi derramado pela primeira vez no
Pentecostes de 33 EC, após a morte de Cristo. João 7:39 comenta: “Ele [Jesus] disse isso
com respeito ao espírito que os que depositavam sua fé nele estavam para
receber; pois, por enquanto ainda não havia espírito [não havia ainda sido
derramado], porque Jesus ainda não havia sido glorificado.” A glorificação de
Jesus aconteceu após sua ressurreição para a vida celestial, após o que ele
“derramou” sobre seus discípulos o prometido espírito santo, gerando-os como
filhos espirituais de Deus, com esperança celestial. Foi Jesus quem
“inaugurou” o “caminho” para o céu. – Hebreus 10:19, 20; Atos 2:33; João
3:3, 5.
Assim, todos os fiéis que viveram antes de
Cristo terão a esperança original dada ao primeiro casal humano: de viver para
sempre em felicidade na Terra. (Gênesis 1:27, 28; Salmo 115:16; 37:29) Como
disse Paulo em Hebreus 11:39, 40: “Embora todos estes [os antepassados de
Cristo] recebessem testemunho por intermédio de sua fé, não obtiveram o
cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo melhor para nós [os
cristãos com esperança celestial], a fim de que eles não fossem aperfeiçoados à
parte de nós.”[1] A respeito dos antepassados fiéis do Messias, a Bíblia
declara: “Em lugar de teus antepassados virá a haver teus filhos, os quais
designarás para príncipes em toda a terra.” (Salmo 45:16) Assim, os
“antepassados” de Cristo, por serem ressuscitados por ele, tornar-se-ão seus
“filhos”, sendo designados por ele como “príncipes” no domínio terrestre do
Reino de Deus. Mas, como entender então o texto de Mateus 8:11?
Na Bíblia, às vezes
ocorre um uso pictórico, ou ilustrativo, de Abraão, Isaque e Jacó. Eles
representam o arranjo do Reino de Deus. Em sentido alegórico, Abraão representa
Jeová Deus (Lucas 16:22), Isaque representa Jesus Cristo (Gálatas 3:16), e Jacó
(também chamado Israel, Gênesis 32:28) retrata o “Israel de Deus” – os 144.000
que comporão o Reino celestial com Cristo. – Gálatas 6:16.
Notas:
[1] Para
uma explicação de Hebreus 11:39, 40, veja o artigo “Vida eterna no céu e na
Terra – as bases bíblicas (Parte 2)”, ponto 11, neste site.
A
menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do
Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
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