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Respondendo perguntas sobre a relação entre Jesus e seu Pai (Parte 4)

Fonte: jw.org

Um leitor expressou suas dúvidas acerca da relação entre o Filho e o Pai. Observe as questões levantadas por ele:

Eu queria que você me respondesse algumas perguntas, mas é sobre a trindade. Aqui vai algumas delas:

Colossenses 2:9 diz que em Jesus mora toda a plenitude da qualidade divina. Jesus, sendo divino, ou tendo natureza divina, não faz ele ser igual a Deus? Existe outro ser que tenha divindade, igual Jesus?

Mateus 28:18 diz que Jesus recebeu ‘todo o poder no céu e na terra’. Mesmo que Jesus não fosse Todo-poderoso antes de vir à Terra, o fato de ele receber TODO O PODER não mostra que agora ele é Todo-poderoso, tendo autoridade sobre tudo?

Quando dizem que Jesus é Deus, eu uso 1 Coríntios 8:5 para rebater, porque lá diz que muitos são chamados de ‘deuses’ mas há somente um Deus. Mas sempre que eu uso essa passagem, dizem que meu raciocínio está errado, porque lá diz também que há um só Senhor, que é Jesus, mas em Deuteronômio 10:17 diz que Jeová é “Senhor dos senhores”. Tem algo errado aí?

Também uso 1 Coríntios 15:28 para dizer que, quando passar o reinado de Cristo, ele vai se sujeitar novamente a Jeová. Mas Apocalipse 1:6 diz: “A ele seja a glória e o poderio para sempre.” Como pode Jesus se sujeitar de novo e continuar tendo o poder “para sempre”, como diz em Apocalipse 1:6?

Também já li um artigo aqui no site onde explica que Jesus não tem a mesma glória que Jeová. Mas em Hebreus 1:3 diz o seguinte: “Ele é o reflexo da [sua] glória e a representação exata do seu próprio ser.” Então, se Jesus é o reflexo da glória de Jeová e é a representação EXATA de Deus, não seria correto dizer que Jesus tem a mesma glória que Jeová?

São essas as perguntas. Por favor, faz um esforcinho para me responder quando tiver tempo. Obrigado!

Resposta:

Colossenses 2:9

Lemos nesta passagem: “Porque é nele [Jesus Cristo] que toda a plenitude da qualidade divina mora corporalmente.”

Por serem “filhos de Deus”, os anjos também são “divinos”, ou possuem qualidade divina, divindade, do mesmo modo que os homens, por serem filhos de homens, são também humanos, possuem qualidade humana, ou humanidade. Observe os textos abaixo:

“Quando as estrelas da manhã juntas gritavam de alegria e todos os filhos de Deus davam gritos de louvor?” (Jó 38:7) O contexto desta passagem diz respeito à criação da Terra, quando o ser humano ainda não existia. Portanto, os referidos “filhos de Deus” são os anjos.

“Pois quem nos céus pode ser comparado a Jeová? Quem entre os filhos de Deus é semelhante a Jeová?” (Salmo 89:6) Observe que esta passagem diz respeito aos “céus” espirituais. Logo, os “filhos de Deus” são os anjos.

A obra Estudo Perspicaz (vol. 1, pp. 689-690) comenta sobre este assunto:

No Salmo 8:5, os anjos também são chamados de ʼelo•hím, segundo é confirmado pela citação desta passagem por Paulo, em Hebreus 2:6-8. São chamados de benéh ha•ʼElo•hím, “filhos de Deus” (Al); “filhos do verdadeiro Deus” (NM), em Gênesis 6:2, 4; Jó 1:6; 2:1. O Lexicon in Veteris Testamenti Libros (Léxico dos Livros do Velho Testamento), de Koehler e Baumgartner (1958), página 134, diz: “seres divinos, deuses (individuais)”. E a página 51 diz: “os singulares deuses”, e menciona Gênesis 6:2; Jó 1:6; 2:1; 38:7. Por isso, no Salmo 8:5, ʼelo•hím é vertido por “anjos” (LXX); “semelhantes a Deus” (NM).





Mateus 28:18


Esta passagem declara: “Jesus se aproximou e lhes disse: ‘Foi-me dada toda a autoridade [“ todo o poder”, ACF] no céu e na terra.’”

Na Bíblia, a palavra “todo”, “todas as coisas” etc., tem também sentido relativo, que tem que ser entendido segundo o contexto. O apóstolo Paulo mostrou isso em 1 Coríntios 15:27 onde ele escreveu: “Pois Deus ‘lhe sujeitou [a Jesus] todas as coisas debaixo dos pés’. Mas, quando ele [Deus] diz que ‘todas as coisas foram sujeitas’, é claro que isso não inclui Aquele que lhe sujeitou todas as coisas.” Assim, nesta passagem, “todas as coisas” não significa, literalmente, todas as coisas.

Em Mateus 28:18, esse sentido é evidente pelo fato de que Jesus RECEBEU “todo o poder” (ARC), quer dizer, “todo o poder” sobre as demais criações de Jeová.

1 Coríntios 15:24-28 diz respeito ao término do Reino Messiânico, que foi produzido por Jeová para restaurar todas as coisas. Por outro lado, isso não significa que Jesus e os que governarão com ele no Reino Messiânico, quando este findar, não terão outras atividades administrativas. Lemos em Apocalipse 22:5 diz o seguinte sobre os que comporão o reino do Cristo: “Eles reinarão para todo o sempre.” O mesmo se pode dizer do Senhor Jesus Cristo. Porém, não como Rei do Reino messiânico, o qual terá cumprido seu propósito e findado.

Para mais informações, veja os artigos:




1 Coríntios 8:6

Neste texto, o apóstolo Paulo afirmou: “Para nós há realmente um só Deus, o Pai, de quem procedem todas as coisas, e nós existimos para ele; e há um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem são todas as coisas, e nós existimos por meio dele.”

Nesse texto, a ênfase deve ser dada nas palavras grifadas a seguir: “Para nós há realmente um só Deus, o Pai, de quem procedem todas as coisas, e nós existimos para ele; e há um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem são todas as coisas, e nós existimos por meio dele.”

Ou seja: “há realmente um só Deus, o Pai” como a Procedência (Origem, Fonte) de tudo. Neste sentido, somente Jeová é Deus. Jesus é aludido na Bíblia como “deus” (João 1:1) ou “Deus” (Isaías 9:6), mas não é a Fonte, e sim, o intermediário, de tudo. Por outro lado, somente Jesus é Senhor como intermediário de todas as coisas. Pois Jeová é Senhor, mas não como intermediário, e sim como Fonte de tudo. Portanto, não há nenhuma contradição com o restante das Escrituras quando analisamos essa passagem dentro do real conteúdo dela.


Hebreus 1:3

Esta passagem diz: “Ele [Jesus Cristo] é o reflexo da glória de Deus e a representação exata do seu ser, e sustenta todas as coisas pela sua poderosa palavra. E, depois de ter feito uma purificação dos nossos pecados, sentou-se à direita da Majestade nas alturas.”

Com relação à “glória”, o texto não mostra igualdade do Filho com o Pai, pois diz tacitamente que o Filho é “reflexo” da glória do Pai. Refletir significa receber a glória (luz) de uma fonte e defletir (transmitir) essa glória. Isso evidentemente não mostra igualdade. Também, a expressão ‘representação exata do ser’ de Deus não subentende igualdade, e sim unidade. Sobre a união existente entre o Pai e o Filho, lemos as palavras do próprio Jesus:

“Jesus lhe respondeu: ‘Já faz tanto tempo que estou com vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me vê, vê também o Pai. Como é que você diz: “Mostre-nos o Pai”? Vocês ouviram que eu lhes disse: “Vou embora e vou voltar para vocês.” Se vocês me amassem, se alegrariam de que vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Pois não falei de minha própria iniciativa, mas o Pai, que me enviou, ele mesmo me deu um mandamento sobre o que dizer e o que falar. E eu sei que o seu mandamento significa vida eterna. Portanto, tudo o que eu falo, falo assim como o Pai me disse.’” – João 14:9, 28; 12:49, 50.

Todo o conjunto das Escrituras apoia este entendimento. 


Explicação das siglas usada:

ACF: Almeida Corrigida Fiel.
Al, ARC: Almeida Revista e Corrigida.
LXX: Versão Septuaginta.
NM: Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.


A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de Jeová.




Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org


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