Fonte da ilustração: jw.org
Um leitor sabatista fez um comentário sobre o artigo “Romanos 4:15 indica que os Dez Mandamentos não foram abolidos?”
Segue abaixo o comentário dele:
Graça e paz, irmão. Vejo muito esforço para tentar explicar algo
muito evidente e direto. Todas as leis do decálogo provêm do Senhor e são
anteriores a Moisés! A mentira foi o pecado que levou à queda do homem! O
sábado foi instituído no Éden (não à toa que o mandamento 4º é “lembra-te”).
A lei de Moisés possui mais de 600 instruções, sobre conduta,
saúde e relacionamento.
Os 10 mandamentos têm alguns adjetivos interessantes, como visto
em Romanos 7:12. Mas, ao falar sobre ela, o principal é ver que Jesus disse:
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” (Jo14:15)
E em Mateus 22:34-40 ele diz que o principal mandamento é amar a
Deus acima de tudo e ao próximo como a ti mesmo, concluindo no v. 40 que
“desses dois mandamentos depende toda a lei (torah) e os profetas” (neviim) =
tanakh (ou o Antigo Testamento, a Bíblia que se tinha no momento).
Ao jovem rico disse que obedecesse aos 10 mandamentos.
Em Mateus 28 Jesus, antes de subir ao Céu, disse para “ensinar
todas as coisas” que nos tem mandado (v. 20). Os apóstolos cumpriram os 10
mandamentos.
Tiago estaria errado e contradizendo a Bíblia quando disse: “Pois
qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto, tem-se tornado
culpado de todos. Porque o mesmo que disse: Não adulterarás, também disse: Não
matarás. Ora, se não cometes adultério, mas és homicida, te hás tornado
transgressor da lei.” (Tiago 2:10-11) E nem vou falar sobre o v. 17!!
De fato, a lembrança do leitor sobre 1 João 2:3-4 é sobremaneira
importante, porque apoia e mostra que a Bíblia é completa de Gênesis a
Apocalipse.
Poderia ficar aqui trazendo mais e mais referências que corroboram
ser a lei mantida, mas cabe apenas deixar uma coisa: a lei NÃO SALVA! Romanos
10:4 diz que o Cristo é o fim da lei para justificar... ainda que se mantenha o
sentido de Télos como término, é o término da lei para a justificação... eu sou
justificado e salvo apenas por Cristo ... mas se eu desobedeço e tenho outros
deuses, ou desonro aos pais, mato, minto, roubo, estou negando o sacrifício ao
abraçar o pecado...
Romanos 7:7 diz que a lei serve para que possamos ver onde erramos
e nos corrigirmos, porque a lei é santa, e o mandamento santo justo e bom (v.
12). Sem Cristo não há salvação, mas só somos salvos se estamos perdidos... e
como sabemos se estamos perdidos? Se temos referência! A lei nos mostra como
estamos, e se estamos limpos, nós mantemos seguindo a ordem de Cristo, amando-o
e obedecendo aos Seus mandamentos (João 14:15).
Cristo não veio para abolir a lei, mas lada cumpri-la... cumprir
não é acabar com ela (que seria abolir), mas para exemplo dar a respeito de
como e o que fazer! Afinal, se fosse abolida, excluída e eliminada, de que
valeria falar tanto sobre isso mais de 30 anos após a ressurreição de
Jesus?
Apocalipse 14:12 diz que a perseverança dos santos é guardar os
mandamentos e a fé em Jesus!
Que possamos ser luz em um mundo de trevas (At 13:47 e Mt 514)!!!
Resposta:
Boa parte da argumentação do referido sabatista teria sido evitada
por ele se ele tivesse lido com atenção o artigo no qual ele deu seu extenso
comentário.
Ele afirmou: “Todas as leis do decálogo provêm do Senhor e
são anteriores a Moisés!”
Contudo, o artigo mostrou que o apóstolo Paulo indicou que o
décimo mandamento do Decálogo (“Não cobice”) não existia antes de Moisés. Paulo
afirmou: “De fato, ANTES, SEM LEI, eu estava vivo. No entanto, AO CHEGAR O
MANDAMENTO, o pecado voltou a viver, mas eu morri.” (Romanos 7:9) Ele mostrou
que o povo de Deus “estava uma vez vivo à parte da lei”, quando tal lei ainda
não existia. Após isso, ele disse que o mandamento ‘chegou’, isto é, passou a
existir. O sabatista não considerou esta passagem; apenas afirmou sem provas
aquilo que ele mesmo acredita.
O artigo “Os ‘Dez Mandamentos’ com seu sábado semanal devem ser guardados pelos cristãos? – Parte 4” afirmou:
Adão não
poderia ter recebido o Decálogo quando estava sozinho no Paraíso, pois ele não
tinha pai e mãe para honrar (5.º mandamento), não tinha como assassinar alguém
(6.º mandamento), nem como cometer adultério (7.º), ou dar falso testemunho
(8.º). A Bíblia não faz nenhuma menção de Adão e Eva no jardim do Éden
guardarem um sábado semanal.
O sabatista afirmou: “A lembrança do leitor [citado
no artigo Romanos 4:15 indica que os Dez Mandamentos não foram abolidos?] sobre
1 João 2:3-4 é sobremaneira importante.”
Mas este sabatista desconsiderou a resposta dada no artigo àquele
leitor:
É à “lei do
Cristo” [e não ao Decálogo] que se refere a passagem de 1 João 2:4: “Quem diz:
‘Eu o conheço’, e ainda assim não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e
a verdade não está nele.” O contexto revela que o texto está falando de Jesus
Cristo. (Veja 1 João 2:1-6) Portanto, diz respeito aos mandamentos de Cristo,
os mandamentos cristãos. Refere-se à “lei do Cristo”, mencionada em Gálatas
6:2. Essa lei também é mencionada por Paulo como “padrão de ensinamento a que
foram entregues”. – Romanos 6:17.
O mesmo sabatista desconsiderou tal explicação e não ofereceu
contra-argumentação a ela.
O mesmo se pode dizer do texto de João 14:15, citado pelo
sabatista, que diz respeito aos mandamentos de Cristo, não aos mandamentos
dados por Jeová na Lei dada a Israel. Assim, temos de obedecer aos mandamentos
CRISTÃOS. Jesus disse: “Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão
no meu amor, assim como eu obedeço aos mandamentos do Pai e permaneço no amor
dele.” – João 15:10.
Observe que Jesus exortou seus seguidores a obedecer aos SEUS
mandamentos, uma vez que os mandamentos de seu Pai contidos na Lei dada a
Israel, incluindo os dez mandamentos principais daquela Lei, estavam para
findar.
Por isso, o que o sabatista chamou de “referências que corroboram
ser a lei mantida” na verdade são apenas interpretações pessoais dele sem
respaldo bíblico.
Além disso, Romanos 10:4 não diz, como ele afirmou, que Cristo “é
o término da lei para a justificação”. Se o sabatista tivesse tirado
tempo para considerar com seriedade outro artigo citado naquele em que ele
comentou (“Télos em Romanos 10:4 – ‘fim’ ou ‘finalidade’?”) ele veria prova
de que a referência é ao término, ou cessação, da Lei como um todo, incluindo o
Decálogo.
Pois Romanos 10:4 declara a íntegra: “Porque Cristo é o fim da
Lei, PARA QUE todo
aquele que exercer fé POSSA
ALCANÇAR A JUSTIÇA. Assim, como mostrou o artigo citado acima, a Lei
constituía um impedimento à justificação dos fiéis.
Inclusive, um dos textos que o sabatista citou é considerado nesse
artigo, onde lemos: “Pois, quem observar toda a Lei, mas der um passo em falso
num só ponto, tem-se tornado ofensor contra todos eles.” (Tiago 2:10) Ao invés
de defender a guarda do decálogo, esse texto mostra que a justificação seria
impossível enquanto o Decálogo existisse. O povo judeu, que havia recebido a
Lei, por constituir parte da humanidade imperfeita, recebeu a maldição imposta
como penalidade pelo pacto da Lei. Como explicou Paulo: “Todos aqueles, pois,
que são das obras da lei estão debaixo da maldição.” (Gálatas 3:10a, ACF [Almeida
Corrigida e Revisada Fiel]) O artigo mostrou que a “Lei” permaneceria “ATÉ
QUE CHEGASSE O DESCENDENTE a quem se fizera a promessa” (Gálatas
3:19b) que é Cristo. (Gálatas 3:16) Assim, a vinda de Cristo e sua morte
no madeiro levaram ao término da Lei como um todo.
Paulo afirmou: “A Lei, por conseguinte, tornou-se o nosso tutor,
conduzindo a Cristo, para que fôssemos declarados justos devido à fé.” (Gálatas
3:24) E Paulo concluiu: “Mas AGORA QUE CHEGOU A FÉ [representando
Cristo], NÃO ESTAMOS MAIS DEBAIXO DUM TUTOR [a Lei].” (Gálatas 3:25)
A comparação da Lei como sendo um “tutor” também aponta para o término dela,
pois um tutor não mantém a tutela de uma criança para sempre.
Quanto ao verbo “lembrar”, usado em Êxodo 20:8, na expressão
“lembre-se de manter sagrado o dia de sábado”, não é uma referência à criação,
como pretende o sabatista, mas sim à lei do sábado que havia sido dada pouco
antes após a nação de Israel ter saído do Egito, em Êxodo, capítulo 16.
Explicação sobre isso encontra-se no artigo “Os ‘Dez Mandamentos’ com seu sábado semanal devem ser guardados pelos cristãos? – Parte 5”.
O sabatista também afirmou: “Em Mateus 22:34-40 ele
[Jesus] diz que o principal mandamento é amar a Deus acima de tudo e ao próximo
como a ti mesmo, concluindo no v. 40 que ‘desses dois mandamentos depende toda
a lei (torah) e os profetas’ (neviim) = tanakh (ou o Antigo Testamento, a
Bíblia que se tinha no momento).”
O sabatista desconsidera que os dois maiores mandamentos não estão
no Decálogo, e sim no que o sabatista chamou de “lei de Moisés”. (Deuteronômio
6:5; Levítico 19:18) “Desses dois mandamentos [e não do Decálogo] dependem toda
a Lei e os Profetas.” – Mateus 22:40.
O sabatista afirmou: “Ao jovem rico [Jesus] disse que
obedecesse aos 10 mandamentos.” Na verdade, Jesus o ordenou a observar a Lei como um todo, pois ele não citou apenas dos dez mandamentos, mas também
da chamada “lei de Moisés”, como “ame o seu próximo como a si mesmo” (Mateus
19:19; Levítico 19:18) e “não defraude” (Marcos 10:19; Levítico 19:13).
Portanto, ao usar essa passagem, o sabatista estaria promovendo a guarda da
INTEIRA Lei dada a Israel.
A afirmação do sabatista, de que “os apóstolos cumpriram os 10
mandamentos” não tem respaldo bíblico. De fato, como mostrado acima, o apóstolo
Paulo, em suas cartas, mostrou claramente que a Lei como um todo, incluindo os
dez mandamentos, havia sido cancelada.
Com relação a Apocalipse 14:12, a expressão “os mandamentos de
Deus” não é prova de que a referência seja aos dez mandamentos. Os sabatistas,
quando leem a palavra “mandamento” ou “mandamentos”, propõem que a
referência é ao Decálogo. No entanto, a Bíblia usa a palavra “mandamentos” para
as outras leis além do Decálogo. O artigo “Os ‘Dez Mandamentos’ com seu sábado semanal devem ser guardados pelos cristãos? – Parte 1” alistou
alguns de tais “mandamentos”:
Leis das ofertas: Números 15:17-22
Leis da herança: Números 36:7, 9, 13
Lei do divórcio: Marcos 10:1-5.
Além disso, o sabatista desconsiderou o artigo no qual comentou,
artigo esse que mostrou que as normas cristãs também são mandamentos.
A exemplo disso, temos a pregação das boas novas. Lemos em Tito 1:3 (ACF): “Mas,
a seu tempo, manifestou a sua palavra pela PREGAÇÃO que me foi
confiada segundo o MANDAMENTO de Deus, nosso Salvador.”
Assim, a citação isolada de Apocalipse 14:12 não prova a
permanência do Decálogo, e o contexto bíblico mostra que tais “mandamentos de
Deus” são as leis cristãs.
Com relação a Mateus 5:17, o artigo “Mateus 5:17 indica que a Lei dada à Israel continuaria no cristianismo?” mostrou que a palavra grega usada aqui
para "cumprir" (pleróo) tem o sentido
de “completar”, “terminar” (algo iniciado), “levar ao fim”. (Queira ver o
artigo.)
O sabatista afirmou: “Como sabemos se estamos perdidos? Se
temos referência! A lei nos mostra como estamos, e se estamos limpos.”
Essa afirmação dele mostra claramente que ele não leu – ou, se
leu, desconsiderou totalmente – a explicação dada no artigo em que ele
comentou. Pois o artigo citou as palavras de Paulo: “Cometeremos pecado, já que
não estamos debaixo de lei, mas debaixo de bondade imerecida?” Ele mesmo
respondeu, afirmando: “Certamente que não!” – Romanos 6:15.
E o artigo comentou:
Por que
Paulo podia dizer isso? Ele mesmo explicou: “Mas graças sejam dadas a Deus,
pois, embora no passado vocês tenham sido escravos do pecado, tornaram-se
obedientes de coração AO PADRÃO DE ENSINAMENTO A QUE FORAM ENTREGUES.”
(Romanos 6:17) Esse padrão de ensinamento” são as leis cristãs. (Gálatas 6:2) É
à “lei do Cristo” que se refere a passagem de 1 João 2:4: “Quem diz: ‘Eu o
conheço’, e ainda assim não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a
verdade não está nele.”
Concluiu o artigo:
Assim, os
cristãos não estão sem normas. Eles estão sujeitos às normas cristãs. (Gálatas
6:2) Como Paulo afirmou: “Embora eu não esteja sem lei para com Deus, mas
esteja debaixo de LEI PARA COM CRISTO.” – 1 Coríntios 9:21.
Veja também o artigo “A abolição dos Dez Mandamentos justifica que os cristãos cometam pecados?”
A consideração acima mostra que alguns leitores deste site não
leem com atenção os artigos. Em vez disso, simplesmente preferem oferecer seus
argumentos. Mas a Palavra de Deus declara:
“Responder antes de ouvir [ou ler] os fatos é tolice e resulta em
humilhação.” – Provérbios 18:13.
A menos que haja uma indicação, todas
as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de Jeová.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
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citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
Comentários
"Pois esse Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, foi ao encontro de Abraão quando este voltava da matança dos reis, e o abençoou, e Abraão lhe deu um décimo de tudo. Em primeiro lugar seu nome, traduzido, significa “rei da justiça”, e além disso ele é rei de Salém, isto é, “rei da paz”. Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida, mas feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote para sempre."
Então, Qual o entendimento correto acerca da expressão " Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias..."? Ela é aplicada a Jesus?
Um artigo foi preparado sobre esse assunto e logo estará publicado. Abraços!